Capítulo 09.

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Annelise se encontrava imóvel e desta vez era de puro choque, na verdade, estava sentindo um misto de coisas naquele momento. Fazia 15 anos, exatamente quinze anos que ela nunca mais vira Dracule Mihawk pessoalmente e aquele tempo fora quebrado como se nunca tivesse existido, pois o mais velho estava ali agora. Anne não sabia o motivo — ou soubesse e não quisesse aceitar, abrir o assunto em pauta mesmo necessário.

E de tantas emoções havia a saudade... E o medo.


Pov's Annelise Carrico

— Não irá se virar para mim?

— O que você faz aqui? — Pergunto em um tom quase inaudível.

— Não seja cínica, não faça esse drama para mim, principalmente para mim. — Ele foi um pouco mais frio agora e então me sentei na cama encarando aqueles olhos amarelos. Olhos de gavião. — Como você está?

Joguei a cabeça para trás, desviando daquele olhar e quis que ele fizesse o mesmo, que parasse de me encarar. Eu iria desmoronar novamente, meus olhos arderam anunciando minhas lágrimas novamente, eu respirei fundo e limpei o canto dos olhos — não que adiantasse alguma coisa — e encarei aquele homem:

— Foi culpa minha.

— Eu sei. — Ele não havia mudado nada. Absolutamente nada. E por que eu esperava algo? Quando conheci o Dracule ele já era um homem feito, ele não iria mudar da água para o vinho.

Mihawk deu um passo para frente e vi e ouvi o ranger da porta quando se fechou, o espadachim suspirou e repetiu:

— Como você está?

— Por que pergunta como se preocupasse? — Minha voz saiu embargada, mas que droga! — Vá direto ao ponto Mihawk!

— Que ponto você quer que eu chegue, Annelise?! — Ele disse em um tom mais alto — Foi culpa sua e só de você reconhecer isso sei que está completamente destruída por dentro, mas eu só quero ouvir isso de você, quero que me fale o que está sentindo agora.

— Eu desejo morrer. — Encarando seus olhos digo cada palavra em bom som — Desejo simplesmente morrer, mas... — Puxo o ar entre meus pulmões, ele sai pesadamente. — Mas tenho a Sally, não sei o que a minha irmã está pensando de mim agora, talvez ela me odeie. Eu sou uma droga de irmã! — Bati meus punhos no colchão — Eu sou uma droga de neta e irmã e ao mesmo tempo que desejo morrer para ver se a dor passa, eu não posso, pois mesmo se minha irmã me abominar agora, não posso deixá-la à deriva, eu vou ser muito egoísta...

— Não iria mudar nada. — Ele me deu as costas e me encarou de canto — Morrer não iria mudar nada Annelise, a culpa iria te perseguir até o inferno e você não foi tão sincera comigo quanto eu esperava. — Estreitei os olhos tentando entender o mais velho — Se sua irmã fosse a única razão de viver, por que estaria a bordo deste navio pirata? Sally e Shanks, está são suas respostas.

— Você está zangado? — Pergunto.

Uma risada. Simples, leve e discreta, mas eu ouvi a risada daquele homem novamente, depois de quinze anos. Mihawk virou o rosto para mim e apenas respondeu:

— Você não é mais uma criança para eu estar pegando no seu pé, Annelise Carrico.

— Como eu suspeitava, você odeia crianças. Retruco.

— Nem todas, eu não odiei você. Nunca me passou tal sentimento por minha cabeça. — Ele abriu a porta — Agora se eu já pensei em te tacar da torre, simplesmente sim. Você era muito chorona e bom, isto pelo visto não mudou. — Fiz careta pronta para retrucar — Nem ao menos tentou ser discreto, Ruivo?

— Este quarto é meu, eu só não entrei por respeito. — Shanks pareceu ofendido.

— Que péssima desculpa para espiar atrás da porta. — Mihawk revirou os olhos e sumiu de minha vista.

— ESSE QUARTO AINDA É MEU... — Gritou o Ruivo, sendo ignorado. 

Shanks e a Dama da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora