Capítulo 07.

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Autora: Olá meu povo! Como você estão? Finalmente capítulo novo e espero que vocês gostem! Obrigada pelo carinho para a fic, eu estou muito feliz que ela tenha leitores!

Eu mudei a capa como podem ver hahaha, o que acharam?

Bom, apenas isso!

Boa leitura <3

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Shanks se encontrava sentado perto da cachoeira com Annelise em seus braços. As vezes conversavam e as vezes apenas aproveitavam a companhia um do outro silenciosamente. Anne sabia que teria que voltar para a taverna e que teria que encarar o olhar triste de Sally e os olhos decepcionados de sua avó, e esse último era muito pior.

Os sacos de roupas e a espada estavam espalhados aos arredores e Shanks olhava para a espada da mulher em seus braços, então resolveu perguntar algo que martelava em sua mente desde o primeiro momento que descobriu:

— Como conseguiu a Akuma no Mi?

— Roubei. — Ela disse meio acanhada e o ruivo não ficou surpreso, era bem obvio e foi tolice perguntar. — Eu tinha 7 anos e costumava roubar frutas das feiras, os senhores e senhoras ficavam de cabelos em pé comigo. — Anne riu sozinha. — Mas havia um vendedor que vinha uma vez a cada dois meses e eu sempre pegava fruta deles, ele sabia, mas sempre sorria em troca e as vezes me dava algumas frutas de graça por ajudá-lo a organizar as coisas para ele. Não era apenas alimentos, as vezes tinha roupas, joias e outros objetos. Nesta vez eu notei um baú dentro de uma caixa e por cura curiosidade eu a peguei e a abri me deparando com a fruta verde-água. Eu havia perguntado para ele se eu poderia comer aquela fruta, ele nem mesmo se virou e me deu a permissão.

— E você comeu a Akuma no Mi. — Shanks murmurou — Ele surtou muito?

— Minha nossa, ele disse que ia extorquir o bar da minha avó em troca e ele também havia me dito que não sabia os poderes daquela fruta do diabo então além de eu não poder nadar nunca mais, eu tive que descobrir se eu havia ingerido algo inútil ou não. — Disse Anne rindo com as próprias lembranças — Minha avó e irmã me ajudaram muito.

Ficaram em silencio novamente e Annelise fechou os olhos aproveitando aquele momento de paz.

— Você as ama tanto que tomou essa decisão de partir. — A mulher se virou ficando sentada de frente com o homem. Shanks levou a mão até a lateral do rosto fazendo um carinho ali — Desejo que venha comigo, vire minha companheira neste vasto mar, eu irei protegê-la de qualquer coisa. — Ele ficou sério — Mas preciso saber se deseja vir mesmo comigo, eu preciso ouvir Annelise.

— Eu desejo ficar ao seu lado, Shanks. Pode parar tão imprudente já que faz tão pouco tempo que nos conhecemos, mas eu desejo embarcar com você. — A mulher deixou um leve selar nos lábios do homem e se afastou com um sorriso presunçoso — E não me subestime capitão, eu sou muito forte.

— Não duvido minha dama.

— Isso foi tão brega. — Ela murmurou fazendo o ruivo gargalhar e aquilo foi um detalhe que ela guardou apenas para si, um tópico: ela amava vê-lo rir.

E então ela tomou a iniciativa de voltar. Shanks havia colocado a bolsa em suas costas e segurou a mão de Annelise lhe dando apoio, com a espada presa em sua cintura eles subiram o barranco para voltar a taberna.

Annelise estranhou. Estava quieto e silencioso, eram um pouco mais das 18h30min, era para aquele lugar estar aceso e barulhento.

O próprio Yonkou também estranhou, aquele lugar estava vazio, pois se fosse residir seus companheiros ali a gritaria poderia ser ouvida do porto. E ele também lembrava bem das ordens que havia dado a seu imediato para ir ao centro da cidade. Mas a taberna estava vazia.

A mulher encarou a árvore por onde costumava subir e descer, os galhos davam na janela de seu quarto e com o plano em mente ela começou a escalar até lá. Shanks conteve o grito, pois senão teria dito: "ME ESPERE! NÃO SAIA NA FRENTE."

Mas em vez de bradar, o ruivo fez o mesmo que Anne. Esta abriu a janela com todo o cuidado e adentrou seu quarto escuro e silencioso, abriu a porta devagar notando o corredor vazio. Desceu com todo cuidado as escadas e viu a cozinha vazia.

— Olá, dama da noite. — Alguém sussurrou e uma risada ecoou atras da mesma. Annelise não fora rápido o suficiente e sentiu seu rosto arder pelo tapa que tomou. Buscando apoio na pia ela esbarrou em algumas panelas fazendo elas caírem ao chão e um barulho alto ecoar, tentando se virar para ver que era o infeliz Annelise sentiu seus cabelos serem puxados com brutalidade. — Hora essa, onde está a infame dama da noite? Por que parece tão fraca? — Ela não tinha mais dúvidas. Era Kihachi. Aquele filho da puta.

— Seu corno. — Ela disse entredentes.

— Onde está aquele capitão de merda, com uma tripulação de merda? — Perguntou o marinheiro.

— Bem atrás de você. — Kihachi nem ao menos teve tempo de se virar, e tiro vindo da arma de Yasopp diretamente mirada na cabeça do homem ecoou por todo o lugar.

Annelise sentiu as pernas fraquejarem e caiu de bunda no chão, as luzes da taberna foram acesas e a mulher fechou os olhos devido a claridade repentina, mas ao virar para o lado viu o corpo sem vida daquele marinheiro e um mar de sangue envolta dele.

O sangue escorreu até ela encobrindo sua palma e Anne olhou para o sangue ali.

— Anne. — Shanks murmurou e segurou—a pelo braço deixando a mesma de pé novamente.

— O que fazemos capitão? — Beckman perguntou acendendo o cigarro.

— Livrem—se do corpo. — Foi a única ordem do ruivo.

Segurando-a Shanks foi para o andar de cima e adentrou o quarto minúsculo da mulher e a deixou sentada na cama. Shanks foi para o banheiro e voltou logo após com uma toalha molhada aonde de forma desajeitada começou a tentar limpar a mão de Annelise. Em um solavanco a mulher se pôs de pé e deu um empurrou no ruivo fazendo a camisa branca manchar de sangue e ele cair de bunda no chão.

— Oe... — Ele não teve tempo de processar, pois no segundo seguinte, Annelise estava em cima do mesmo segurando-o pelo colarinho com um olhar furioso e preocupado. — Anne.

— Que merda você fez? Tem ideia do que fez Akagami no Shanks? — Ela quase gritou.

— Oe.

— Você matou o desgraçado do Kihachi, você é a porra de um pirata, mas e a minha avó e minha irmã? — Anne o chacoalhou — O que você acha que vai acontecer assim que zarpar daqui?

— Oe...

— Shanks você—

— ANNELISE! — O ruivo gritou e dando impulso se levantou segurando nas mãos da garota e a jogando na cama. — Por favor pare. Eu sei o que eu mandei o meu subordinado fazer e não me arrependo! Você sequer ouviu Kihachi? — Shanks apontou para a porta — Ele descobriu que você é a dama da noite. Estar eu aqui ou não, não iria fazer diferença nenhuma!

— Ele não tinha nenhuma prova! — Retrucou a mulher.

Shanks se afastou dela e encarou a janela. Logo viu um baú aberto do lado da cama que Annelise não viu e chutou ele no centro do quarto fazendo a mulher olhar a bagunça.

— Sim querida, ele tinha provas. Talvez ele não iria matá-la, porém nada garantiria que ele não levaria você para aquela base. — Disse ele em voz baixa.

— Eu nunca iria ir! Ele teria que me matar. — Novamente se fez de durona. — Eu iria destruir aquela base de cima abaixo.

— Meus homens já fizeram isso. — O olhar doloroso de Shanks pousou na mulher. — Quando foram buscar Sally e... — Ele hesitou. O ruivo simplesmente hesitou e deu um passo para trás. — O corpo da dona Maria.

Annelise arregalou os olhos enquanto lagrimas desciam por eles, ela encarou a própria mão ainda com sangue. Havia perdido sua avó. E tudo era culpa dela por conta da rebeldia maldita.

O corpo de Anne se chocou com o chão e ela deixou suas lágrimas rolarem enquanto de joelhos gritou o mais alto possível a fim de tentar fazer sua dor sumir, a fim de tentá-la fazer acordar daquele dia que começou como um sonho e terminou como um pesadelo.

— VOVÓÓÓÓ—

­Aquele grito talvez tenha sido escutado por todo o porto.

Shanks e a Dama da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora