Capítulo 01.

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- PEGUEM AQUELA INSOLENTE, EU QUERO ELA MORTA!

Ricos desgraçados. Foi o pensamento da mulher que pulou da base onde estava indo para o chão, segurou firme o saco que estava em suas mãos colocando-o nas costas e correu como se não tivesse fim.

Pulou sobre o teto de uma casa e se escondeu no telhado, seus olhos voltaram para o chão onde alguns subordinados a procuravam. A mulher fechou os olhos e respirou fundo sentindo a neblina se formar ao redor daquele lugar.

- Yoi No Mi, en mouvement. - nesse momento todos os objetos aos seus arredores começaram a se mover.

Caixas, espadas, vasos e até mesmo as pessoas começaram a levitar, dado uma certa altura que ela não considerou ser tão letal soltou todos. Ouvindo os xingamentos e gemidos de dor ela sumiu dentre aquela neblina.

Depois de algumas horas correndo, ela finalmente havia chegado na sua vila, aquele distrito era divido entre ricos e pobres, também havia aqueles de classe média, tudo se interligava com o porto que também era o centro de tudo ali. Assim observou bem o lugar, Annelise desceu do telhado parando diante de um vaso, tirou daquele saco que carregava e tirou algumas notas de berī's deixando dentro vaso e puxando um pouco de terra para cobrir.

Fez isso nas próximas casas e quase foi descoberta por sua amiguinha que saiu apressada de dentro de casa. Do telhado Anne via a pequenina Ali tirar o pequeno saco de berī's e entrar em casa animada para falar aos seus pais.

- MAMÃE, PAPAI, A DAMA DA NOITE NÓS TROUXE DINHEIRO! VAMOS CONSEGUIR COMPRAR ROUPA E COMIDA PRO ANIVERSÁRIO DA LINDA! - o sorriso no rosto da mulher era tão grande, Linda era a irmãzinha de Ali.

Annelise pulou para a próxima casa onde se sentou no telhado, tirou a máscara de seu rosto e tomou um pouco da água que carregava consigo, em meio a esse momento de descanso ela lembrava de seu passado, em como foi arrancada de seus pais quando tinha apenas cinco anos, naquela época ela não sabia de nada sobre sua vida seu único medo era não voltar para a sua família.

Ela iria ser morta, pois seu pai não havia cumprido uma dívida com um homem rico e seria a sua filha que pagaria o preço, mas também lembrou de como foi salva por um homem misterioso, um olhar afiado, mas mais que isso era sua espada. Nunca sequer conseguiu entender porque Mihawk havia salvado a sua vida.

Não chegou a ser cuidada nem por um ano completo por ele e quando menos notou estava em Novo Mundo sobre os cuidados de uma mulher de confiança de Mihawk, na opinião dele voltar para a minha terra seria muito arriscado.

- Eu sei que você vai estar salva, Annelise, seus pais vão morrer de qualquer forma, mas algo vai ter válido a pena se você viver.

Nos dias de hoje ela ri com essa frase, ele é tão insensível. Fazia quase 15 anos que ele não te visitava, mas recebia cartas há cada dois meses. Mas ele tinha razão, os pais de Annelise foram mortos, recebeu a notícia diretamente de Mihawk, que como sempre estava impassível.

Annelise soltou um longo suspiro se recompondo, levantou-se do telhado e pulou para o chão, onde desceu com maestria. O saco estava mais leve e agora ela iria para sua casa, no mesmo momento em que colocou os pés no chão se virou abruptamente com sua adaga em mão.

Essa foi jogada para longe de uma maneira rápida, uma espada ficou na parede ao seu lado esquerdo e a mão de um desconhecido a prendeu sobre o lado direito.

Shanks comemorava com seus companheiros bebendo cerveja, ele perdeu a conta depois da décima garrafa. Soltava altas gargalhadas com seus amigos, fosse por alguma piada de Yasopp ou alguma coisa sobre Roux.

- Dona Maria, trás mais uma para mim! - Pediu o ruivo batendo na mesa alterado, mas um alterado bom. - Eu quero saber... Quem é aquela mulher, eu preciso saber quem é ela...

- Você está apaixonado, capitão? - Yasopp gargalhou.

- Estou hipnotizado por ela. - Concluiu Shanks.

Continuaram a beber até a madrugada, Shanks se mantinha acordado, não havia bebido ao ponto de cair igual seus companheiros. Viu quando dona Maria atravessou a taberna indo para fora e a seguiu um pouco tonto.

- O que se passa dona Mariazinha? - Shanks ficou ao lado da mesma que deu um pulo assustada.

- Minha neta não voltou ainda! Era para ela estar ajudando na taberna. - Suspirou a senhora que estava irritada - Aquela menina!

- Talvez ela esteja.... Dançando? - Shanks falou a primeira coisa que veio em sua cabeça e se martilizou sabendo que aquele pensamento era direcionado principalmente a mulher que encontrou mais cedo - Eu vou procurá-la dona Maria, meus companheiros só acordaram pela manhã com uma puta ressaca.

A senhorinha arregalou os olhos dizendo:

- Você nem sabe como ela é, ruivo!

- Não vai ser complicado, até porque não é comum moças saírem de suas casas e ficarem até de madrugada na rua! - O pirata sorriu - Logo estou de volta.

E assim Shanks saiu procurando a jovem que mal sabia a descrição, a cabeça dele girava, mas ainda sim ele era um Yonkou, apesar da bebedeira, estava sempre atento. A taberna fica em um morro e assim que ele desceu viu casas de pessoas que claramente já estavam dormindo.

Ele soltou um suspiro e rapidamente notou uma movimentação, em uma das casas. Do telhado ele viu um vulto saltar e parar ao chão, sorrateiramente Shanks se aproximou vendo que a pessoa estava atenta, mas não o suficiente para lhe ver ali, de uma maneira rápida ele a abordou e agora estavam cara a cara.

- Que coisa feia... Está mesmo roubando na calada da noite? - Shanks perguntou em um tom divertido.

- Eu acho que você entendeu errado... - Annelise disse, estava ofegante, mas não ousaria tirar a máscara que estava em seu rosto e ficar vulnerável para aquele pirata.

- Você acabou de pular do telhado de uma casa que eu denomino ser de uma família simples com um saco de berī's e tentar dizer que eu entendi errado? - Shanks ri desacreditado - Você não devia roubar, querida.

- O mundo está para acabar mesmo... - Agora foi a vez de Annelise rir - Um pirata me repreendendo por roubar.

- Eu tenho os meus princípios, querida. - Shanks soltou uma risada, mas voltou a ficar sério novamente - O principal é não pegar de gente que não tem muito, igual você tá fazendo.

Agora Annelise não se importou em gargalhar deixando o ruivo confuso, antes que a mulher pudesse responder eles ouviram:

- Vovó, a dama da noite esteve aqui, tenhos berī's, eu posso comprar aquele doce?

Shanks não pode esconder sua surpresa ao ouvir aquilo, ele se afastou da mulher que prendia e olhou pela janelinha da casa vendo um menininho com um saco de berī's.

- Você... - Mas era tarde demais, a mulher havia sumido entre uma neblina que Shanks nem notou quando começara.

Ainda atordoado com aquilo ele votou a andar a procura da neta de dona Maria.





Shanks e a Dama da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora