Capítulo 2

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Draco

Draco não entendia o que estava acontecendo com ele. Ele não conseguia dormir há dias, semanas, meses, anos - era tudo um borrão de reviravoltas, de noites sem dormir e sonhos inquietos, culminando nesse período mais recente de não dormir nada - e, de repente, ele caiu, no momento em que deveria trabalhar em uma tarefa com o maldito Harry Potter? Isso não fazia o menor sentido.

Mas ele sabia que não poderia continuar. Eles tinham um projeto para terminar e, o que era mais importante, ele não queria dormir ao lado de Potter. Ele não gostava de Potter o suficiente para compartilhar ar com ele em qualquer ocasião, e dormir na presença dele significava se abrir para o tipo máximo de vulnerabilidade. Isso simplesmente não estava acontecendo.

— Potter — Draco disse no dia seguinte durante o café da manhã. Sim, ele se importava o suficiente com isso a ponto de enfrentar uma caminhada até a mesa dos Grifinórios para expressar sua opinião. — Que tal trabalharmos separadamente em nossos lados do projeto e nos reunirmos novamente no final para juntá-los? — Não era para isso que o projeto foi pensado e sua nota certamente sofreria com isso, mas que assim seja.

Potter olhou para Draco quando ele se aproximou, e aqueles olhos verdes olhando para ele fizeram o coração de Draco palpitar estranhamente. Qualquer que seja. Ele ainda se sentia um pouco tonto o tempo todo, mas aquelas poucas horas de sono nas últimas duas noites ajudaram a clarear sua cabeça, pelo menos o suficiente para que ele pudesse superar esses pensamentos e se concentrar no que era mais importante.

— Tudo bem, Malfoy — disse Potter lentamente. — Se... você tem certeza.

Draco zombou.

— É claro que tenho certeza. O quê, esperando que você pudesse me sacanear?

Eu sacanear você? — Potter bufou. — Você é quem... — Mas então ele parou.

— O que? — Draco exigiu quando Potter não continuou. Era melhor que Potter não reconhecesse verbalmente o que ele estava prestes a reconhecer verbalmente, ou que isso ajudasse Draco... —Sou eu quem o quê, Potter?

Potter recuou.

— Nada. Vejo você mais tarde, Furão.

— Vejo você mais tarde, Cicatriz — Draco cuspiu de volta.

Potter olhou para Draco com um olhar furioso. Draco retribuiu alegremente, e então se virou bufando e voltou para a mesa da Sonserina.

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Draco tentou trabalhar. Ele realmente tentou. Ele olhou entre a rubrica da tarefa e seu livro cerca de cinquenta vezes. Ele olhou para as palavras e pensou que poderia lê-las. Então ele desviou o olhar e descobriu que não conseguia se lembrar de nada.

Ele repetiu esse processo várias vezes até que seus olhos ficaram vidrados e seus dentes começaram a bater. Tudo estava confuso, nervoso. Ele sentou-se e olhou fixamente pela janela, registrando vagamente enquanto o céu lá fora ficava cada vez mais escuro e depois voltava a clarear.

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— Ei, Draco — disse Pansy pela manhã. Draco estremeceu ao som de sua voz muito alegre. Sua cabeça doía.

— Olá — ele resmungou.

O sorriso dela vacilou.

— Er, como você está?

Ele gemeu e não dignificou a pergunta com uma resposta.

— Você... você não dormiu nada ontem à noite, não é? — ela perguntou cautelosamente.

Oxytocin | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora