Capítulo 23

1.3K 121 23
                                    

Harry

Quando Harry apareceu naquela noite, seu estômago estava revirando incontrolavelmente.

— Ei — ele cumprimentou baixinho quando a porta se abriu para revelar Malfoy. Suas mãos coçavam para tocar aquele cabelo loiro e macio. Em vez disso, ele os enfiou nos bolsos e fechou a porta com o pé.

— Boa noite — Malfoy cumprimentou de volta, sentando-se na cama. Harry sentiu dor só de olhar para ele.

— Escute — ele disse lentamente, resistindo por pouco à vontade de levantar as mãos e torcê-las. Ele se contentou em cerrá-los em punhos. — Sinto muito por hoje. Em Poções.

A boca de Malfoy se contraiu em uma linha infeliz.

— Está tudo bem. Não se preocupe com isso.

— Não, eu... eu não deveria ter abraçado você em público daquele jeito. Eu simplesmente fiquei distraído e confuso.

— Sim, eu sei; Eu pude ver — Malfoy respondeu, desviando o olhar e ainda claramente infeliz. — Estou feliz por ter tido a presença de espírito de impedi-lo.

O estômago de Harry revirou. Ele não queria ser impedido de abraçar Malfoy, percebeu miseravelmente. Na verdade, ele não queria nada mais do que caminhar até Malfoy agora mesmo, pegá-lo nos braços e nunca mais soltá-lo. Porra.

— Isso não vai acontecer de novo.

— Bom.

Parecia que uma faca muito pequena e afiada havia sido cravada diretamente em seu esterno, Harry notou. Merlin, ele era tão ridículo.

Tudo bem. Então, Malfoy estava confirmando de uma vez por todas que não queria que Harry o tocasse fora de emergências, quando acalmar explosões emocionais perigosas tinha precedência sobre sua óbvia aversão ao toque de Harry. Qualquer que seja. É claro que Malfoy se sentia assim – esse era o único objetivo do acordo deles.

Quando eles disseram um ao outro no início que gostavam do toque, queriam dizer que era tolerável – e certamente melhor que a alternativa. Isso foi o que Malfoy quis dizer, pelo menos: ele deixaria Harry saber que ele estava confortável com certo contato (nessas situações específicas) para que Harry pudesse saber o que era um toque aceitável e o que não era, quando ele estava ajudando Malfoy a lidar com sua ansiedade.

E era isso que Harry deveria ter querido dizer também quando expressou que gostou. Ele deveria ter querido dizer que não se ressentia secretamente das necessidades de Malfoy - que estava mais do que feliz em ajudá-lo dessa maneira. Ele não deveria pensar nisso em termos de atração ou desejo, ou algo tão pouco profissional. E ele não deveria estar aproveitando o acordo para ganho pessoal.

Ele não podia permitir que seus sentimentos confusos em relação a Malfoy o distraíssem do trabalho que tinha que fazer.

Harry simplesmente deixou seus sentimentos fugirem do controle, em algum momento. Ele simplesmente não poderia contar isso a Malfoy. E ele tinha que encontrar uma maneira de superar isso sem tornar o problema de Malfoy ainda maior.

Ele se lembrou do que Hermione havia dito antes, sobre passar tempo com Malfoy em outros contextos para tornar o relacionamento deles mais fácil de separar em sua cabeça. Era um plano tão bom quanto qualquer outro, e Harry não tinha outras ideias.

— Então, er, aquela nota de Poções, hein? — ele começou, tentando ao máximo parecer casual, apesar de seu batimento cardíaco irregular.

Malfoy parecia feliz com a mudança de assunto.

— Sim. Estou muito satisfeito. Trabalhamos muito bem juntos, devo admitir.

A continuação perfeita.

Oxytocin | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora