Oxytocin | Drarry

Capítulo 4

Draco

— Acho que há algo muito errado comigo — Draco resmungou enquanto se sentava na cadeira ao lado de Pansy no canto da sala comunal.

— O que há de novo?

— Ah, muito boa. Ha ha, porra.

— Eu não estava brincando, e você também não. Isto tem a ver com dormir, não é?

Na verdade era. Pelo menos, era sobre dormir, especificamente relacionado a Harry Potter. O fato absurdo de Draco não poder evitar adormecer na frente do idiota da Grifinória era angustiante em todos os sentidos. Draco ficou tão perplexo com a situação que deixou escapar sua preocupação para Pansy, apesar de quanto do assunto ele realmente não estava pronto para compartilhar.

— ...Talvez — ele respondeu lentamente, querendo voltar atrás. Ele ainda mal conseguia reconhecer a situação para si mesmo em sua cabeça. E ele não tinha nenhuma vontade de contar a Pansy como Potter havia se envolvido. Ele estava rapidamente se arrependendo de ter mencionado isso.

— Sim? — ela solicitou.

Durante dias, ele considerou contar a Pansy o que estava acontecendo com Potter. E, durante dias, ele se convenceu do contrário. Enquanto ele estava sentado aqui agora, diante do olhar expectante de Pansy, ele tinha certeza. Ele não poderia contar a ela sobre o novo desenvolvimento em forma de Harry Potter em sua vida. De jeito nenhum. Ele se livraria do Grifinório sem que ninguém descobrisse além dele mesmo.

Ele parou.

— Nada. Não tem importância. — Ele havia iniciado a conversa porque queria simplesmente desabafar sobre o estresse e a confusão, em um sentido geral. No entanto, sua melhor amiga parecia disposta a fazer com que ele continuasse discutindo o assunto, e sua capacidade de fazer isso estava rapidamente se enfraquecendo sob seu constrangimento e negação.

— Não, sério, Draco. — Ela fez uma pausa, esperando que ele se tornasse mais acessível. — Sério, o que é?

— Nada. Apenas esqueça que eu disse alguma coisa.

— É sobre...? — ela começou, mas parou.

— O que? — Draco perguntou, de repente certo de que ela estava prestes a dizer Potte. Mas ela não sabia, não é? Ela não poderia saber. Ela poderia?

— Deixa para lá. Você tem razão; vamos esquecer que você disse alguma coisa.

— Mas -

— Não, Draco. Se você quiser conversar comigo sobre por que não está dormindo e talvez pensar em algumas maneiras de ajudar no problema, ficarei mais do que feliz em discutir o assunto. Mas, se não, prefiro que simplesmente não falemos sobre isso.

Algo no comportamento dela era extremamente suspeito, pensou ele de repente. A maneira como todo o seu comportamento mudou, a maneira como ela deu uma volta completa e mudou de ideia, aparentemente no meio da frase. Era estranho, mais do que estranho, e Draco não confiava nem um pouco nisso.

Ele queria argumentar contra o que ela havia dito. Mas ao abrir a boca para tentar, também percebeu que, gostasse ou não, ela estava certa.

Ele não estava de forma alguma preparado para discutir sua insônia em profundidade. Manter a boca fechada e pensar era a única coisa que ele estava preparado para fazer agora. E apesar do quanto ele queria reclamar petulantemente de suas frustrações e chegar ao fundo do que estava fazendo Pansy parecer tão evasiva, o que ele queria mais do que tudo era continuar sem reconhecer que precisava de qualquer ajuda.

Droga, mas Pansy era inteligente. Por mais inconveniente que fosse para ele, ele meio que adorava isso nela.

Então, apesar de suas inúmeras dúvidas, Draco seguiu a vontade dela e mudou de assunto. Felizmente, foi relativamente fácil para ele fazer isso. Acontece que ele estava ficando muito bom em manter conversas normais e coerentes novamente.