Oxytocin | Drarry

Capítulo 36

Harry

A Ala Hospitalar estava silenciosa.

Harry sentou-se com a mão de Draco apertada na sua, observando Madame Pomfrey se movimentar. Embora não tivesse planejado passar a noite na Ala Hospitalar em vez de no Salão Principal, ela disse que tais surpresas eram comuns em seu ramo de trabalho. E agora que ela estava aqui, ela tinha muitas tarefas para mantê-la ocupada.

Algumas vezes, a enfermeira fazia algo por Draco, como verificar seu pulso ou lançar outro feitiço nele. Ou ela perguntava algo a Harry, como "você notou alguma mudança na respiração dele?" ou dar-lhe informações, como "não há como dizer quanto tempo ele vai dormir, mas espero que dure pelo menos a noite toda".

Mas principalmente, os dois mantiveram-se isolados. Ela tinha trabalho a fazer como enfermeira-chefe de Hogwarts, e Harry tinha trabalho a fazer como este - como o que quer que Draco precisasse que ele fosse.

Ele apertou a outra mão nas costas de Draco, segurando a mão do menino adormecido entre as suas. A pele de Draco ainda estava irritantemente pálida, mas pelo menos não oscilava mais entre os extremos de calor. Ele agora estava com uma temperatura constante, normal, embora um pouco quente. Harry acariciou o polegar para frente e para trás na lateral da palma de Draco.

Durante os primeiros dez minutos depois da conversa com Pomfrey, Pansy permaneceu na Ala Hospitalar. Ela e Harry permaneceram em silêncio total, processando o que aprenderam e não se falando. Harry ficou sentado lá, com a mente girando, enquanto Pansy ficou parada no chão, olhando para o chão. Ela estava com uma expressão ilegível, algo que misturava confusão e dor. Finalmente, sem nunca dizer uma palavra a Harry, ela emitiu um som abafado com a garganta e saiu correndo pela porta.

Harry não sabia há quanto tempo isso tinha acontecido, mas ele calculou que foi entre meia hora e uma hora. Ele suspirou, girando a cabeça para frente e para trás no pescoço, e se preparou para uma noite longa e tranquila.

De repente, a porta da ala se abriu. Harry olhou para cima. Era...

Era Pansy de novo?

Ela passou pela soleira. Ela estava segurando a varinha, sem olhar para Harry. Depois que ela entrou, com as costas retas e se movendo com determinação, ela se virou e acenou com a varinha para algo atrás dela na porta.

Flutuou uma grande bandeja cheia de comida.

Harry assistiu, perplexo, enquanto Pansy sacudia a varinha mais uma vez. A bandeja deslizou para a mesa de cabeceira ao lado de Harry. Então ela guardou a varinha, fechou a porta e, sem dizer uma palavra, ficou ao pé da cama.

— Sim, Parkinson? — perguntou Pomfrey, largando os potes que ela estava empilhando e andando em direção à garota.

Pansy apontou para a bandeja.

— Eu trouxe o jantar para Harry — disse ela. — Saímos do banquete antes que eles servissem alguma coisa. E bem. Presumo que ele não sairá daqui pelo resto da noite.

— Sim, Madame Pomfrey acha que Draco vai ficar assim por um tempo — Harry confirmou. Ele não tinha ideia do que estava acontecendo com Pansy, mas pelo menos essa parte era verdade.

A enfermeira olhou entre a comida, Pansy e Harry. Então ela assentiu, um pequeno sorriso levantando os cantos de sua boca.

— Muito bem — disse ela. — Suponho que agora seja bom para mim jantar também. Estarei em meu escritório. Deixe-me saber se você precisar de mim.

Com isso, ela caminhou até a porta lateral na parte de trás da ala e fechou-a atrás de si. Harry presumiu que a enfermeira tinha um estoque de comida exatamente para esse tipo de ocasião. Mas ele também não conseguia afastar a suspeita de que ela havia retornado ao escritório não apenas para fazer uma refeição em paz, mas para dar alguma privacidade a Harry e Pansy.