Oxytocin | Drarry

Capítulo 9

Harry

Harry apareceu mais cedo do que de costume naquela noite.

Ele ficou surpreso com seu próprio comportamento na aula, sem saber de onde veio aquela súbita explosão de ousadia. Ele sabia que ele e Malfoy precisavam conversar, sabia que negociar era inegociável. Mas então ele viu como Malfoy ficou tenso, como ele assumiu aquele olhar de caça, e o resto foi automático. Harry poderia suavizar essa ansiedade com um toque. Foi fascinante ver como suas mãos fizeram contato e os ombros de Malfoy relaxaram instantaneamente. A pele deles roçou e o rosto de Malfoy clareou. Foi emocionante. Foi viciante.

Harry bateu na porta e Malfoy o deixou entrar alguns momentos depois.

Ele já estava usando roupa de dormir, cabelo sem gel e bem penteado. Ele sabia, portanto, que Harry passaria por aqui mais cedo do que o normal, embora Harry não tivesse dito isso a ele e, consequentemente, tivesse se arrumado mais cedo também. Harry não pediu a ele. Mas Malfoy pegou o que Harry disse e deduziu e planejou sua noite de acordo.

Isso era pequeno, talvez, e Harry não sabia por que isso importava tanto para ele de repente. Mas o fato era que isso significava que ele e Malfoy estavam na mesma sintonia, que pensavam sobre essas coisas da mesma maneira.

Se alguém tivesse dito a Harry há algumas semanas que ele e Malfoy estariam na mesma sintonia sobre qualquer coisa, ele teria rejeitado veementemente.

Mas agora, isso fez Harry querer fazer coisas bizarras. Como sorrir para Malfoy, e talvez cumprimentá-lo, e talvez até abraçá-lo.

Malfoy fechou a porta atrás de Harry e voltou para a cama sem olhar para trás. Quando o loiro se sentou perto dos travesseiros, cruzou os braços e encarou Harry com uma expressão hostil.

— Bem? — ele perguntou friamente. — Você queria conversar? — Ele quase cuspiu a palavra.

Harry se aproximou e sentou-se ao pé da cama, inclinando o corpo para que ficassem próximos um do outro, mas cara a cara.

— Sim.

Malfoy olhou para ele e, com o passar dos momentos, ele pareceu ficar mais frustrado.

— Então? — ele exigiu finalmente. — Então fale!

Harry assentiu e limpou a garganta.

— Acho que passarei aqui todas as noites a partir de agora — disse ele. — Não vou?

Malfoy se encolheu. Harry queria colocar a mão no punho cerrado de Malfoy e ver se isso o acalmaria. Mas ele se conteve. Ainda não.

— Eu não sei — Malfoy resmungou, desviando o olhar. — O que você quiser.

Harry quase riu. Draco Malfoy, dizendo-lhe para fazer o que quisesse. Parecia que eles estavam em um episódio da Twilight Zone Trouxa.

— O que você quer? — Harry pressionou suavemente.

— Cale a boca, Potter.

— Não. — Ele se recostou na cama, apoiando-se nos cotovelos. — Eu quero ouvir o que você quer.

Se Harry não soubesse disso, ele diria que Malfoy estava ficando rosa. E Harry não sabia de nada, na verdade. Ele apostaria sua vida que Malfoy estava ficando rosa.

— Não sei.

— Realmente?

— Sim, realmente! — Malfoy lançou-lhe um olhar furioso e depois desviou o olhar novamente. — Não sei.

— Ok. Bem, vamos discutir isso e ver se conseguimos descobrir.

— Eu não quero discutir isso, seu idiota.