Capítulo 24

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Draco

Draco olhou fixamente para o chão enquanto voltava para seu quarto após a terapia. Ele se sentia esgotado demais para levantar a cabeça. E, além disso, ele não gostava muito da ideia de ter que fazer contato visual com alguém ao longo do caminho.

Havia apenas uma pessoa cuja presença não o esgotaria ainda mais – e cuja presença, na verdade, tinha a capacidade de recarregá-lo. Essa pessoa já estava em seu quarto e pulou da cama imediatamente quando Draco entrou pela porta.

Os braços de Potter estavam abertos quando ele foi ao encontro de Draco, quando ele disse — Ei! Venha aqui — sem hesitação. Draco enterrou o rosto no pescoço de Potter e cedeu no abraço.

— Quer conversar? — perguntou Potter. Draco balançou a cabeça. Sua mente ainda girava, e tudo o que o prendia naquele momento era o toque de Potter, o cheiro de Potter, Potter ali com ele.

Eles migraram para a cama. Draco puxou o cobertor até que Potter teve a ideia do que ele queria, e eles rastejaram juntos para baixo, abraçando-se sob as cobertas.

As coisas ficaram quietas por um tempo depois disso. A respiração instável de Draco se acalmou quando ele sentiu a respiração profunda e segura de Potter contra ele. Os dedos de Potter acariciaram as costas de Draco, seus cabelos. Os batimentos cardíacos de Draco não puderam deixar de diminuir, e a tensão até então insuportável vazou de seus membros para o colchão. A mente de Draco girava em torno de tudo o que ele acabara de discutir com o curador mental.

— Potter — ele disse.

Potter soltou um zumbido suave e curioso que quase fez Draco beijá-lo de forma imprudente. Draco continuou falando.

— Como você pode me tratar assim quando temos a história que temos?

Potter respirou fundo. Suas mãos apertaram Draco.

— Porque é exatamente isso: história. As coisas são diferentes agora.

— Mas como você pode me perdoar por tudo isso?

— Você me mostrou que eu deveria. — Os dedos de uma mão brincaram com o cabelo da nuca de Draco e quase o fizeram estremecer por todo o corpo. — Não adianta odiar você por alguém que você não é mais. E também não adianta te odiar por não conseguir mudar o passado. Você é diferente agora e é isso que importa.

Draco balançou a cabeça, incrédulo, apesar de esperar que Potter dissesse algo assim.

— Como você pode ser tão bom o tempo todo? Não é cansativo ser o Sr. Salvador Perfeito todos os dias?

Potter riu disso, parecendo um pouco desconfortável com as palavras.

— Não me diga que você tem lido artigos sobre mim no Semanário das Bruxas.

Draco sabia que Potter queria dizer isso como uma piada e, portanto, decididamente não respondeu que realmente tinha lido todos os artigos que publicaram sobre Potter, pelo menos duas vezes.

— Não preciso de uma revista para me dizer que você é um benfeitor de coração mole. Merlin, você é tão meloso que faz meus dentes apodrecerem.

— Ah, pare. É apenas bom senso. Não vejo sentido em sair por aí odiando as pessoas sem motivo. Nós literalmente travamos uma guerra para provar que isso era uma merda de se fazer.

— Exatamente – uma guerra da qual eu estava literalmente do lado errado.

— Não — disse Potter, com tanta naturalidade que poderia ter sido qualquer declaração banal da verdade. — Você estava confuso e não teve escolha.

Oxytocin | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora