Capítulo 16

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Draco

Draco ficou – compreensivelmente – extremamente distraído durante todo o dia seguinte. Ele se sentia nervoso de uma forma que não sentia desde que parou de ficar acordado por dias a fio.

Ele decidiu que não suportaria passar mais uma noite com Potter agora. Obviamente Draco precisava dele para dormir, mas existir na presença um do outro antes de dormir era demais para Draco sequer pensar. Se ele concordasse esta noite, quem sabia o que poderia acontecer desta vez? Em que situações comprometedoras eles se envolveriam ou que emoções poderiam despertar? Era mais do que altamente aterrorizante. E depois da noite anterior, ele simplesmente não poderia fazer isso de novo tão cedo.

Caminhar até Potter no corredor mais tarde naquela manhã foi quase fisicamente doloroso (e foi, ele teve que admitir para si mesmo, um pouco contraproducente, já que o que ele mais queria era evitar interações próximas com Potter). Mas ele havia aprendido, durante o tempo em que se recuperava do passado, que não podia buscar apenas a conveniência a curto prazo e que, em vez disso, deveria sacrificá-la de vez em quando para obter gratificação a longo prazo. Assim, ele encontrou Potter sentado no parapeito de uma janela rabiscando respostas de última hora para o dever de casa de Herbologia. Draco lutou para não sorrir ao ver a falta de jeito de Potter ao se aproximar.

— Potter — ele disse. O garoto em questão ergueu os olhos, o cabelo bagunçado caindo na frente dos olhos de uma forma que solidificou a garantia de Draco de que não aguentaria mais uma noite com ele. — Voltarei tarde esta noite. Não espere por mim. Eu irei me juntar a você eventualmente.

As sobrancelhas de Potter se uniram.

— Está tudo bem?

— Claro. Estou apenas passando um tempo com Pansy. Voltarei para o quarto mais tarde. Eu prometo.

— Mas... — Potter olhou para a torre do relógio e pareceu angustiado com a hora que ela exibia. Isso funcionou a favor de Draco, já que Potter claramente não tinha tempo antes da aula para debater esse assunto tanto quanto teria. — Quando você vai estar de volta? Posso esperar o tempo que for...

— Não, não — Draco insistiu. Ele tentou não pensar em como Potter parecia estar lutando para se incomodar, a fim de passar mais tempo com Draco. Isso simplesmente não estava acontecendo. — Não sei quanto tempo ficarei fora. E é uma noite de escola. Não há razão para você perder o sono por causa dos meus planos noturnos.

Potter ainda parecia descontente, mas não revidou mais.

— Ok. Eu, er, vejo você quando acordar de manhã, suponho.

— Certo. — Draco ignorou o calor crescente que sentiu em suas bochechas. Ele olhou para o que Potter estava escrevendo. — Além disso, a resposta ao número sete é flor da lua, não lobélia.

— O que? — Potter olhou de volta para seu pergaminho. — Oh. Obrigado. — Ele preparou sua pena para corrigir o erro. Seus lábios se curvaram em um sorriso de alívio que Draco não sabia como olhar enquanto respirava.

Para se salvar da dor que isso causava em seu peito, ele se virou sem dizer mais nada e bateu em retirada apressada.

.

— Você está olhando para mim — disse Theo com indiferença naquela tarde, sem tirar os olhos do livro.

Draco voltou a olhar para baixo, envergonhado.

Ele e Theo tinham algumas horas de intervalo antes das últimas aulas do dia, às sextas-feiras, e geralmente passavam o tempo juntos, trabalhando lado a lado. Hoje, porém, Draco achava claramente impossível se concentrar em qualquer trabalho escolar. Em vez disso, ele estava dedicando esse tempo a estudar o que diabos significava sentar ao lado de outro espécime masculino e contemplá-lo.

Oxytocin | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora