Capítulo 17 - Imensurável

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Camila estava na esteira, eu estava com Alex e estávamos atrás do vidro, ela acenava para mim sempre que me olhava, ela tinha um sorriso lindo, eu ficava suspirando cada vez que ela me lançava ele. Alex fazia os testes de esforço físico e analisava seus batimentos.

— Ela está melhor. Muito melhor, tem notado diferença no dia a dia?

— Ela quase nem usa a bombinha. – Eu respondi e ele assentiu.

— A saúde dela é algo a ser estudado, pois depois de tudo ela está melhor que eu.

— Ela tem uma força de vontade...

— E o vício? Sabe que logo ela vai querer voltar a fumar.

— Eu dou na cara dela. – Ele gargalhou.

— Ela está correndo há vinte minutos e parece muito bem. – Ele disse e eu voltei a encarar minha latina, cenho franzido e olhando para o visor da esteira.

— Ela é tão linda...

— Isso já não é comigo. – Ele disse e eu ri.

— Eu amo muito essa mulher... eu me sinto tão bem nos últimos dias, com ela, sabe? Vivendo como um casal...

— Desculpe ser indiscreto, Lauren, mas só preciso saber se Camila tem ereções normais... a cocaína afetou algo no aparelho reprodutor dela?

— Não. Está tudo normal, ela só fica sem ar, mas isso está diminuindo bastante.

— E vai diminuir mais, logo ela nem vai precisar da bombinha.

Logo ele entrou na sala e tirou os sensores que estavam colados ao peito dela, ela estava suando e usou a bombinha após sentar na sala dele. Limpei o gel do peito dela e entreguei a camisa a ela.

Ele fez uma sessão de perguntas, sobre a vida sexual dela, insistiu para ela fazer o teste de fertilidade, mas ela não quis. Depois fomos para casa de Ally, ela fez o jantar para nós.


×××


— Estava maravilhoso, Ally. – Camz elogiou e eu assenti.

— Obrigada. – Após isso, Mani, DJ e eu seguimos o exemplo de Camila e tentamos descobrir o segredo dela, mas ela foi irredutível, avisando que é um segredo antigo de família. Nos reunimos na sala e sentei no colo de Camila. — Eu quero muito agradecer vocês por terem vindo, ando muito triste por Jo ter me chutado e isso me animou muito.

— Estamos aqui para isso, Ally. Ela não sabe o que está perdendo. – Eu disse e ela sorriu.

— Sim. Quem sabe quando ela volte do curso vocês se acertem. – Camila disse e nós concordamos.

— Eu espero que sim. – Ela olhou para TV. — Querem ver um filme para fechar a noite?

— Claro. – DJ falou e levantou. — Vou buscar uns edredons e uns travesseiros. Mani, ligue o ar para nós. – Mani levantou e foi ao termostato, Ally pesquisou na TV algum filme e logo aumentou o volume, peguei um edredom e agradeci DJ, me sentando ao lado de Camila, que se esparramou no sofá e eu me aninhei a ela.

— Já gostei do filme, Ally. – Camz falou e DJ mostrou o dedo do meio para ela.

— Viu como ela implica comigo, Lauren? – DJ exclamou irritada e eu ri delas.

Não falei nada, apenas puxei Camila para um beijo e repousei minha mão no peito dela.

— Meu sofá não pode ter manchas, melhor vocês pararem. – Ally disse e nos separamos.

Nos separamos só enquanto ela nos olhava, quando Ally apagou a luz e se escorou em Mani que a acolheu em um abraço, elas estavam no sofá ao lado da janela, DJ se deitou em uma poltrona perto da TV, voltei a beijar Camila.

Aproveitei a roupa de corrida dela, deslizei minha mão por baixo da blusa dela e arranhei a barriga dela, ela me puxou mais para perto... aprofundando mais o beijo.

— Camila? – Nos separamos. — Você vai com a Lauren amanhã?

— Sim. Você vai levar alguém?

— Vou. A Dakota. – Camz ficou encarando ela com uma sobrancelha erguida.

— A moça da topografia?

— Ela mesma. – Camila assentiu.

— É gata, amor. Mani se deu bem. – Ela disse para mim e eu assenti. Estávamos preocupadas com a falta de ânimo de
Mani para sair, pois ela realmente gostava de DJ. Era bem lindo e bem triste ao mesmo tempo.

Após um tempo de filme, Camz dormiu e eu caminhei até a sacada de Ally, ela tinha a vista mais linda de todas as nossas moradas, sentei na sacada e fiquei olhando as luzes da cidade, fechei o moletom por conta do vento que batia contra meu corpo.

— Não vai se jogar. – Ouvi Mani falar e a encarei sorrindo.

— Não tenho motivos. – Eu disse e bati a minha frente, ela entendeu e sentou-se ali.

— No que está pensando.

— Em nada, mas em tudo...

— Sei como é. Pronta para a festa?

— Eu não gosto muito dessas festas do trabalho de vocês, só vou porque Camila não quer ir desacompanhada.

— Você é o mundo dela, Laur.

— E ela é o meu, Mani.

— Eu tenho tanto medo de que não dê certo, ela não suportaria.

— Mani, não estou com ela por causa da recuperação, estou com ela porque eu a amo mesmo, percebi isso antes de saber do estado dela. Eu sempre a amei, Mani. Me dê um voto de confiança.

— Acredite, estou tentando, mas só de ver o jeito que ela fala de você, minha espinha gela.

— Não se preocupe, é pra valer, Mani. É com ela que vou me casar... construir minha família. É ela quem eu sempre procurei, me prendi muito ao fato de ter sido usada por Zac, mas convivendo com ele... vi que não queria nada daquilo. Se Camila tivesse insistido mais uma vez eu teria jogado tudo para o alto.

— Vou confiar em você, Lauren. Camila é preciosa para mim. Não quero perder ela.

— Muito menos eu. Estou duzentos por cento nisso, pode acreditar. – Camz se aproximou, com carinha de sono e sentou no meu colo.

— Porque estão de segredinhos aqui? – Ela perguntou esfregando o rosto.

— Estamos combinando as cores do vestido.

— Vamos todas de preto para combinar com o velório da firma, pois agora que aquele idiota preside, vai levar um mês para fecharmos. – Camz disse e Mani gargalhou.

— Não vai fechar por causa sua. – Mani disse e abraçou Camila. — Acho que vou para casa, ficar perto de Dinah é tóxico. – Camz assentiu e ela saiu da sacada, fechando a porta de vidro.

— Sobre o que estavam falando? – Ela perguntou e eu enviei minhas mãos por dentro da blusa dela.

— Sobre meu amor por você. – Eu disse beijando as costas dela.

— É muito amor, Lo? – Ela perguntou me encarando.

— É. Muito amor, Camz. Imensurável. – Ela sorriu e selou nossos lábios.

Depois fomos para minha casa. Nem preciso dizer como encerrei minha noite, sem ar e sem lembrar meu nome. Só apaguei.

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