Camila Cabello | Point of View
Acordei na segunda e já estava sozinha na cama. Peguei o relógio... oito e quarenta! Estou atrasada pra caramba. Me vesti e logo estava tomando o café que Lauren deixou antes de sair, com um bilhete escrito que Apolo estava na casa dos pais dela e que ela me amava muito, o guardei na minha pasta como faço com todos que ela me escreve.
Normani me esperava em minha sala, com uma pilha de papéis e uma caneta que era batida repetidas vezes sobre ela.
— Foi mal, Mani. Perdi completamente a hora, acho que fui apertar soneca e encerrei o despertador.
— Não tem problema, só assina essas renovações de contrato que venceram ontem. E rápido, pois tem reunião com o William.
— Esqueci geral. Vim com roupa pra visitar as propriedades. Sr Stromberg vai achar que não me importo.
— Nem devia se importar, ele preferiu dispensar uma funcionária com anos de praça do que tirar o estuprador do filho
na empresa.— Filhos são filhos. Sempre prioridades. – Assinei o último contrato. — Lis vai renovar?
— Sim. O dela vence na quarta. – Assenti.
— Bom... vou procurar uma calça nova no almoxarifado e ir a reunião. – Levantei e beijei o rosto dela. — Bom dia.
— Bom dia.
Fechei a porta e logo dona Maria do almoxarifado começou a me falar de toda família dela enquanto encontrava uma calça do meu tamanho, não que eu não goste das histórias dela, mas estou atrasada.
— Já vai, senhora Cabello? – Disse ela frustrada.
— Tenho uma reunião, Maria. Não me chame de senhora. – Disse sorrindo e ela parecia triste. — Assim que terminar venho tomar um cafezinho com a senhora, pode ser?
— Lógico. Vou fazer um especial para nós.
— Minha barriga roncou, pois quando a senhora diz isso, como bolo de fubá.
— Exatamente. Já vou para preparar.
— Me espere na minha sala.
— Sim, senhora Cabello.
Se eu não estivesse tão atrasada eu a corrigiria novamente, mas fui ao banheiro e troquei de calça, correndo para o pavilhão do meu antigo trabalho. Ele estava vazio.
Cheguei a sala de reuniões e infelizmente, Keaton também estava lá.
— Não se preocupe, Camila. Esse inútil só vai assistir nossa conversa. – Eu arregalei os olhos e me sentei onde William havia me indicado.
— Estou curiosa com o teor da nossa conversa.
— Estou triste com você, Camila.
— O que eu fiz?
— Você não me contou o que esse moleque fez pra você quando estava trabalhando aqui.
— Eu não faço o estilo fofoqueira.
— Por isso trabalhou todo aquele tempo comigo, por isso te escolhi pra subir mais rápido que teus colegas, pois alem de ótima profissional você tem um caráter louvável.
— Obrigado, mas eu não entendi o motivo da reunião.
— O motivo é o seguinte, Camila. O meu filho faliu a minha firma, mas eu continuo tendo dinheiro. Só que estou cansado de investir com meus filhos e eles não ligarem a mínima para isso. Eu soube que esse crápula arriscou a sua vida e colocou cocaína na sua mochila, então, ele portou a responsabilidade de sua vida nas mãos dele e acho justo que você tenha a mesma oportunidade. Quero que escolha entre as opções que vou dar aqui... a primeira, é outra chance, talvez uma sociedade da sua firma com a minha, ou não, posso reerguer essa e entregar nas mãos dele novamente. Ou eu o mando para a clínica de reabilitação que Wesley está no Japão e os deixo mofando juntos por lá.
— Sr William, eu não posso opinar sobre isso. É muita responsabilidade.
— Eu vi os vídeos, Camila. Todas as salas tinham câmeras, ele te provocou até o último segundo.
— Mesmo assim... eu não posso intervir.
— Estou te pedindo um conselho de amiga, Camila. Eu não sei mais o que fazer. – Ele disse em tom de desespero e eu me sensibilizei.
Eu não acho que reabilitação mudem caráter, Sr William. Mas uma carreira militar pode mudar, eles sempre tiveram tudo nas mãos e nunca passaram necessidades, talvez em um regime militar eles consigam evoluir.
— Sua arrogante, fala como se fosse muito mais velha que eu.
— Ela é, seu estúpido. Camila amadureceu e você continua com a idade mental nos quinze anos. Não fale mais, eu não posso mais ouvir sua voz, pois lembro da sua mãe chorando por ter errado com vocês. Carreira militar... – Ele apontou na agenda. — Vou te colocar no lugar mais severo que existir no mundo.
— Feliz, Camilinha perfeita?
— Não. Vou ficar feliz quando você for um cara melhor e se der conta que essa inveja é desnecessária, tem lugar pra nós... para todos. Vou ficar feliz quando você notar que mulheres não são robôs ou bonecas infláveis, elas tem direito a dizer não e você tem que respeitar isso. Vou ser feliz quando você parar de invejar a felicidade alheia e correr atrás da sua. Vou ser feliz quando você aprender a respeitar minhas vitórias e não ficar torcendo para eu cair a todo momento, pois eu não vou. Vou ser feliz quando você entender que a Lauren não está com você por me amar, não por estar junto comigo e caso um dia ela resolva me deixar, ela não vai correr para você, pois você é do mal e ela não se sujeitaria a isso.
— Morre de medo que ela corra pra mim.
— Me preocuparia muito mais se você fosse um homem de verdade. – Ele pulou a mesa e tentou me agarrar, mas o pai dele o empurrou e acertou um tapão no rosto dele que o deixou sem ação.
— Chega! Senta e pensa em tudo que a Camila falou. Eu não a achava perfeita, mas depois desse discurso... eu seria o homem mais feliz do mundo se a tivesse como filha. – Ele olhou pra mim. — Seu pai é um homem de sorte.
Pela primeira vez na vida, vi Keaton chorando, ele tentou disfarçar, mas limpava as lágrimas nas costas da mão volta e meia, e William negociou algumas ações da minha firma e pagou muito bem por ela. O dobro do valor do mercado.
NÃO ESQUEÇAM!
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Caindo na Real
FanfictionElas se conheceram quando tinham sete anos e não se desgrudaram mais, a amizade é tão forte que todos afirmam que elas nasceram pra ficar juntas e já as julgam como casal perfeito... Será que não são? Afinal, a amizade é uma forma de amor. Camila G...