Capítulo 46 - Um menino

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Camila Cabello  |  Point of View




Coloquei meu troféu de chefe motivadora no estande do meu escritório, onde havia vários certificados, fui me sentar na frente do PC para checar meus e-mails e sorri ao observar Lauren grávida na minha apresentação de slides no descanso de tela
do mesmo.

~Flashback On~


Lauren estava deitada na maca e segurando firme minha mão. Arizona analisava o monitor, mas mantinha o silêncio.

— Doutora... algum problema com ele? Está faltando algo? – Eu perguntei meio desesperada.

— Não... o bebê está com tudo no lugar, não está faltando nada, Camila. Se acalme.

— Eu estou calma... muito calma. Só vou me urinar se a senhora não falar. – Lauren riu e a doutora negou com a cabeça.

— Só estava me concentrando... estão vendo... – Ela apontou para o monitor e tinha uma saliência ali. — É o pênis do menino de vocês, mamães. É um garoto. – Ela disse e senti o chão sumir mesmo... o mundo sumir... sei lá... eu só consegui chorar e segurar a mão de Lauren com uma mão e a ponta do meu pau com a outra, pois esse nervosismo realmente está me deixando com incontinência.

— CAMILA! – Eu olhei para Lauren e ela tinha os olhos fixos em mim.

— Um garotão? Vamos ter meu garotão? – Ela sorriu, estava chorando...

— Sim, Camz. Vamos ter um menino. – Eu avancei em Lauren, a beijando com intensidade e ela suspirou quando nossas línguas de encontraram. Segurei seu rosto entre as mãos e ela levou a ela até minha nuca, arranhando de leve.

— Minha nossa... é a primeira vez que vejo uma comemoração ardente assim. – Nos separamos, ainda rindo uma para outra.

— Eu amo essa mulher, Dra. Ela me deu o melhor presente de todos... o que eu mais queria.

— Um filho?

— Vontade de viver. – Eu disse olhando no fundo dos olhos dela e ela parou de sorrir, me encarando de novo.

— Ok... vamos encerrar essa consulta antes que vocês concebam outro filho na minha maca. – Sorrimos sem graça e pedi para usar o banheiro.

Eu nem sentia meu corpo direito, eu estava extasiada só conseguia rir e ficar repetindo... é real... é real... eu a beijei e não acordei... é real...

~Flashback Off~


— Amor? – Olhei a porta e Lauren estava me encarando assustada. — Está chorando?

— Eu? – Toquei meu rosto e molhei minhas mãos. — Nossa... viajei agora lembrando o dia que descobrimos o sexo do nosso príncipe. – Ela sorriu, caminhando até mim e sentando no meu colo.

— Foi intenso. – Eu abracei a cintura dela. — Já está com saudade da minha gravidez?

— Foi mágico, Lauren. Eu pensei que não passaria por isso e “pow”. Namoro, Canadá, noivado, gravidez e casamento. Duvido que exista outro ser humano na face da terra mais feliz que eu.

— Eu... eu sou a mulher mais sortuda e feliz. Agradeço a Deus toda hora por ter me presenteado com você... você me deu tudo que sempre sonhei. Amor... o romance, conto de fadas... um filho, família concreta... sabe o quanto sonhei com isso? – Ela não sorria como de costume quando se declara pra mim.

— Eu te amo, Lauren. – Ela me encarou... sentia ela nervosa e inquieta, mas não sabia o porque.

Ela se inclinou e selou nossos lábios. Levantou e pegou minha mão, desligando meu PC e me puxando para fora do escritório. Desligou a luz e fechou a enorme porta.

— Não mais que eu, Camila. Chega de trabalho por hoje.

— Eu preciso ver meus e-mails, Sra Cabello.

— A senhora Cabello não liga pra isso. – Ela disse e eu gargalhei. Cheguei ao cercadinho e peguei Apolo no colo. Ele estava com um tratorzinho na mão.

— A Senhora Cabello está irritada hoje, príncipe.

— Eu vi a Lis, Camila. Ela tem ideia fixa, ela é focada ela não desgrudou os olhos de você e eu fiquei sim, muito irritada. – Lauren disse e saiu da sala... encarei meu príncipe que estava sorrindo enquanto passeava com seu tratorzinho por meu peito. Bem que eu tinha estranhado Lauren pedir para virmos embora da festa, pois até colocou Apolo para dormir a tarde toda para ele não cansar cedo.

— Mamãe está irritada...

— Xi... mama tá blaba?

— Sim.

— Com o plincipe? – Eu sorri beijando a testa dele.

— Com a mami.

Ele sorriu, pois não estava encrencado. Ele era um garoto esperto demais, parecia comigo, mas tinha o gênio forte da mãe. Larguei-o no cercadinho e ele continuou brincando com seus tratores, muito alheio, talvez ele seja independente demais e isso me assusta.

Voltando ao problema ciúmes de Lauren, fui para cozinha e ela estava com um copo de água na mão.

— Porque está irritada, Lolouca? – Eu disse a abraçando por trás e ela se virou, com os olhos verdes escuros.

— Eu já disse...

— Blá blá blá a Lis. Porra, Lauren. A Lis pode fazer o que ela quiser, o que conta é o fato de eu nem ter ligado. Eu estava ocupada demais babando na minha família perfeita. Deixe de tolices... todo a ano é a mesma coisa... minhas atitudes não deixam espaço para essas coisas de ciúmes. Sabe o quanto te amo, Lauren.

— Ai amor... – Ela disse e me abraçou. — Eu não consigo controlar.

— Tudo bem, amor. Não quero brigar, vamos brincar com nosso príncipe e deixar os problemas para segunda. – Ela sorriu e selou nossos lábios.

Chegamos à sala e Apolo dormia de bruços com o dedinho na boca.

— Fala sério, Lo. Porque me deu um filho tão lindo desse jeito. – Eu disse levando minhas mãos as bochechas e ela
sorriu.

— Parece com você. Ser perfeito veio no pacote.

O peguei com cuidado e subimos as escadas. Tiramos seu terninho com toda a calma do mundo para não acordá-lo e colocamos um pijama. Ela regulou o ar em uma temperatura amena e deixamos o abajur ligado. Ficamos longos minutos encarando ele, que dormia tranquilo.

— Nem parece que dormiu a tarde toda. – Eu disse e arrumei a chupeta dele em sua boca.

— Dormiu de ressonar. Como você faz. – Ela disse e me abraçou por trás. — Vamos descansar um pouco, já está tarde e amanhã seus pais vem pegar ele.

Assenti e fomos nos deitar.

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Caindo na RealOnde histórias criam vida. Descubra agora