Capítulo 21 - Embates

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Alysson Brooke  |  Point of View





A universidade era enorme, era um castelo na verdade, esse lugar é um paraíso, nunca vi lugar tão lindo. Só passear por ela era melhor do que ficar dias em um SPA.

Passei por vários alunos, todos estavam com pressa, ser baixinha me deixava muito sujeita a mochiladas e esbarrões. Realmente, deveria contar com a sorte para achar Jo nessa imensidão toda.

Cheguei à recepção e perguntei onde ficava a ala da psicologia, ela me entregou um mapa... sou péssima com isso, mas depois de tempos, consegui me localizar e segui para o andar indicado.

Fiquei sentada e esperando ver ela, uma hora ela teria que passar ali. Isso demorou, mais duas horas para ser exata, até que uma pequena turma passou pela porta no fim do do corredor e eu a avistei. Ela me enxergou e parou... ficou parada, largou os livros... e eu? Bom, eu não consegui me mexer. Então ficamos as duas nos encarando e inertes.

Mas como eu atravessei meio mundo, respirei e levantei, caminhando até ela. Fiquei parada bem próxima a ela e ela
tocou meu rosto.

— O que está fazendo... sua louca! O que faz aqui? – Ela acordou e eu sorri.

— Eu queria saber se você está bem. – Ela bateu no meu braço.

— Cachorra! Precisava vir aqui?

— Sim, né. Você estava me ignorando. – Ela baixou o olhar e arrumou a postura.

— Eu não queria ter terminado, Ally. Sei que se conversasse com você mais um minuto, desistiria.

— Eu não entendo o porquê dessa atitude radical. Afinal, você vai voltar pra lá, não vai?

— Ally... não é tão simples...

— Por quê?

— Relacionamentos a distância exigem certa seriedade. – Ela disse e ficou de costas para mim, caminhou até a janela.

— Eu espero você sem problema nenhum.

— Não sei, Ally. Levam meses, separadas, nossos sentimentos podem mudar. – Eu a abracei, fiz a volta para abraçar ela de frente, é vergonhoso quando eu abraço alguém por trás.

— Eu consigo, Jo. Eu sei que posso ter começado isso confusa, com outra pessoa na cabeça, mas você me conquistou mesmo. Fiquei muito sem chão quando você me falou sobre esse curso, mas eu posso te esperar. Sei que sou boba a maioria do tempo, mas sei quando tenho que ser séria. Reconheço minha insanidade, mas levo alguns campos em minha vida muito a sério.

— Ally...

— Eu posso te fazer feliz, Jo. Não foi tão difícil vir até aqui, venho sempre que a saudade for insustentável, mas preciso de você como minha namorada.

— Eu gosto muito de você, Ally.

— Eu também, amor. Pare de tentar me afastar, não estou funcionando direito sem você e duvido muito que seja fácil pra você...

— Lógico que não é. Não sou de ferro, Ally. Acho que você peca comigo nisso... você acha que não sinto as coisas...

— Você não demonstra, Jo. Quer que eu pense o que? Ainda me dá um pé daqueles e me ignora, não sabia o que falava, eu estava magoada e com raiva... me desculpe. – Fiquei na ponta dos pés e beijei o pescoço dela. — Sabe que só eu sei te fazer rir. – Ela me empurrou, mas estava sorrindo.

— Convencida. – Eu a puxei pelas mãos e selei nossos lábios.

— Eu sei que você gosta. – Ela revirou os olhos quando nos afastamos.

Caindo na RealOnde histórias criam vida. Descubra agora