Aqui, somente imagines com personagens fictícias FEMININAS. Apenas mulheres e/ou pessoas com a maior parte de suas características sendo femininas (não desmerecendo gênero algum).
Iludam-se à vontade, a vida serve para isso!
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O telefone arde em minha mão, parece ferro em brasa. A culpa que me queima.
Fecho os olhos com força, apertando o objeto que eu deveria ter repulsa - o mesmo sentimento que também deveria ser dirigido a mim mesma.
Por que estou fazendo isso? Ele não merece...
O número já está ali, perfeito, só esperando ser escolhido dentre todos os contatos. Sobre ele, o nome dela.
O celular está colado ao meu ouvido antes mesmo de eu perceber o que fiz.
Fico imaginando quantas vezes o telefone irá tocar antes dela atender a ligação. Uma? Duas?... Todas? Quando ela vir meu nome... será que vai apagar a tela?
Quantas vezes...?
Mas não tenho tempo de chutar, Alice atende na metade do primeiro toque, como se já estivesse com o telefone na mão, apenas esperando alguém ligar.
Se fosse esse o caso, estaria certa, afinal.
— S/N.
Não foi uma pergunta, nem uma voz de surpresa. Apenas o meu nome em um tom que exalou compreensão.
A ansiedade aumenta.
Se eu enrolar, vai ser pior. Já está tudo errado mesmo. Errei de tantas formas que esperar mais só vai me deixar mais tempo com meus próprios tormentos.
— Alô, você pode falar?
— Sim. Você demorou.
Bom, eu estava certa nesse ponto, ela realmente estava me esperando.
— S/a, eu queria t-
Interrompo-a.
— Não, não. Alice, eu preciso falar agora, senão eu... perco a coragem.
— Ok. Então fala, eu vou ouvir.
— Eu sei... Droga.
De alguma forma isso é ainda pior.
Eu travo. As palavras empacam no final da minha garganta.
Abro e fecho a boca, nada sai.
A mulher permanece em silêncio do outro lado da linha. Não a vejo, mas quase consigo enxergar a expressão que adorna seu rosto.
Respiro fundo, fechando os olhos outra vez. Pendo a cabeça, amaldiçoando infinitas vezes o que estou fazendo agora.
