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Ramon

Entro em meu carro, estava irritado, o ódio transpirava sobre meus poros e a raiva emanava por todo meu corpo, eu não posso perder Antonella, não posso deixar ela ir assim, tínhamos planos, era meu plano e eu não podia deixar tudo se acabar assim.


Fecho a porta do carro e acelero ele voltando para a cidade, tinha que me afastar dela para não fazer nada ruim, porque a minha vontade era de prender ela e obrigar a ser minha, mesmo contra sua vontade. Pego o celular, e observo o número dela, penso em ligar, mas desisto, eu havia feito uma besteira quando segurei ela e precisava dar um tempo.

Paro em frente a casa de um amigo e saio do carro, vou em direção a porta e Diogo Condello me esperava, assim como eu. Diogo era um dos sobrinhos de Condello, e estava me ajudando com todos os planos, entro na casa dele e sou recebido com um copo de burbom que não recuso. Caminho com ele até o escritório, fecho a porta atrás de mim e me sento.


- Ramon, a que devo sua visita? - Diferente de mim, meu primo era formal e mais calmo. - Não me diga que já perdeu as rédeas com Antonella.

- Ela enfrentou nosso tio na noite passada, desistiu de nos ajudar com a invasão nas terras dos Gambinos e terminou comigo. Não posso deixar passar, Antonella é a minha única chance de ter poder e tirar Pasqualle Condello do comando.



Diogo se ajeita na cadeira.

- Te falei que não seria fácil, tio Pasqualle sempre deixou ela solta, sem contar que Antonella é quase uma prostituta, a fama dela já diz tudo, você achou mesmo que seria fácil?



- Não quero ela, quero o poder que ela terá quando eu matar Pasqualle. - Irritado me levanto, fico andando de um lado para o outro tentando achar alguma solução para aquele problema que já estava me deixando furioso, e meu problema era Antonella.

- Por que não fazer o que planejávamos de início? - Paro e fico olhando para Diogo que agora estava encostado em sua cadeira e me olhava, estava tão calma que me deixava ainda mais irritado.



- Se fizermos desse jeito, tenhamos que matar toda a família, porque se bem me lembro meu pai é o terceiro filho e o seu o último. E antes mesmo que eu possa chegar no segundo irmão, eu já estaria morto.

- Então aguenta, e insista na prostituta. - Ele fazia aquela cara sínica que me dava nojo só de olhar, era como Pasqualle. - Primeiro se acalma, amanhã leve rosas para ela, chocolates, um vinho, talvez uma lingerie, sei que a prostituta gosta de abrir as pernas para você.


Fico pensando sobre aquilo, não seria uma ideia ruim, Antonella via em mim um homem dos sonhos, o príncipe encantado dos contos de fadas, eu precisava ser tudo o que ela queria, pelo menos até eu ter o que quero.

- Preciso afastar ela daquele Vinhedo, e preciso que ela volte a ajudar com Fillipo, ele é a chave para conseguirmos o que precisamos da Família Gambino, se ela tirar tudo dele, eu termino tirando dela e de Pasqualle.


Me sento olhando para Diogo, ficamos ali, um olhando para o outro e rindo com todo o plano, que de qualquer maneira tinha que dar certo, ou nossa vida estaria em risco.

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Dois dias depois...


Antonella

Estava com tanta dor de cabeça, Fillipo não parava de me mandar mensagens, e eu só queria me afastar dele, queria ele longe e queria que toda a loucura do meu pai sumisse. Pego o celular percebendo ter mais uma mensagem e vejo ser de Ramon, ignoro como todas as outras e deixo o celular de lado, me levanto e vejo Marcus me esperando.

- O que foi? Aconteceu algo? - Ele estava com um olhar estranho, parecia querer rir, mas se segurava.


- O homem de ontem, o que estava aqui?

- Fillipo? O que tem?

- Está la fora te esperando, disse que precisa falar com você. - Vejo Mirian aparecer por trás de Marcus rindo e para quando me vê.

- Qual é?

- Amiga, ele está sozinho, acredito que aqueles amassos aqui na cozinha ontem fez o cara se apaixonar. - Mirian começa a falar e fico sem reação, sentindo meu rosto corar.

- Você viu? Meu Deus, Mirian. - Fico parada enquanto os dois ficavam rindo de mim. - Parem, ah, manda ele esperar, já estou indo.

Me viro e volto para o quarto, coloco as botas e ajeito meu cabelo deixando preso em um coque e saio, percebo o carro dele estacionado, estava sozinho, nem seus seguranças o acompanhava. Vou até ele e estendo a mão tentando ser o mais formal possível.
- Não me lembro de ter marcado algo para hoje.

- Não marcou, mas eu queria vir, e te chamar para sair. - Fillipo faz aquela cara de safado que ele sempre faz quando quer algo, era a forma que ele havia encontrado de ganhar as coisas. - Prometo que não passarei dos limites.

- Tudo bem, vamos.

Percebo a felicidade em seu rosto, sinto a sua mão em minha cintura me conduzindo para o outro lado do carro, ele abre a porta para mim, entro e me sento puxando o cinto, observo ele entrar no lado do motorista e efetuar o mesmo. Olho para o outro lado e vejo Mirian e Marcus que nos observava e começo a rir sem que Fillipo perceba.

Vejo carro em movimento, fico em silêncio até que Filipo fala algo.


- Quem era o rapaz daquele dia? - Ele me pergunta sem tirar os olhos da estrada.


- Meu ex noivo.

- Conhece ele há muito tempo? - Ele continua com as perguntas, o que me faz achar estranho. - Conhece tudo sobre ele?

- Conheço o suficiente para dormir com ele. - Tento parecer seria, não queria falar sobre Ramon, não era esse o assunto que eu queria entre a gente. - Por que tanto interesse?

- Curiosidade. - Não, não era só curiosidade e dava para ver em seus olhos, tinha algo mais, e Fillipo não ia me contar.


De repente me bate um desespero, será que ele já sabia? Será que ele tava aqui por que ia fazer comigo o mesmo que fez com meu primo? Não tinha como, eu nem usava meu nome de registro, ninguém sabia quem era meu pai, para todos ali eu era apenas a filha da prostituta. Sinto meu corpo gelar, meu coração acelerar e fico pálida, muito mais que o normal, tento ficar bem e logo Fillipo me olha, tento parecer normal sem nenhum sucesso aparente.

- Antonella, você está bem? - Ele me toca e nem mesmo o seu toque faz meu corpo queimar como antes, eu estava em panico, precisava sair daquele carro, precisava tentar correr e fugir.

- Ei, se acalma, o que você está sentindo?


Percebo ele parar o carro em um lugar deserto, abro a porta e saio do carro cambaleando e tentando não olhar para trás, mas em vão, pois Fillipo me segura e assim que me toca sinto meu corpo ceder, meus olhos não viam mais nada e estava tudo escuro.


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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora