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Eu não sabia como contar a ela, vi mensagens e ligações em meu celular e pedi para meu motorista me levar para casa, Antonella não parava de ligar e eu precisava pensar, resolvi atender.

- Oi, Baby.

- Cade você? Por que não me atende? - Ela estava com a voz preocupada.

- Já estou chegando em casa.

- Estou te esperando.

Desliguei e vi o portão se abrindo, parecia estar tudo dando errado, Condello morrer agora não era bom, as coisas poderiam se complicar agora, Ramon estava com tudo planejado, o lugar, o momento, tudo ali para fazer parecer que eu tinha matado Condello. E também tinha Antonella, como eu ia contar-lhe tudo isso sem criar uma guerra entre nós dois.

Entrei em casa indo direto para o escritório, coloquei a maleta em cima da mesa e liguei para Anna, pedi para ela pedir aí meu advogado para vim até minha casa e desliguei. Olhei para a porta e lá estava Antonella, parada me olhando, aquele olhar de preocupação que foi se acalmando assim que me viu.

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Antonella

Escutei barulho e vi Fillipo entrando em seu escritório, parei em sua porta o olhando. Ele estava ali, lindo, mas com uma preocupação em seu rosto que era nítida e qualquer um poderia ver.

- A gente precisa conversar. - Ele me disse serio.

- Ligaram para Julian, já estamos sabendo.

Ele se sentou e despejou ali todo o peso de seu corpo que parecia estar cansado, fechei a porta e fui até Fillipo, sentei em seu colo o abraçando e senti a respiração dele em meu pescoço. Ele me abraçou com força.

- Acredito em você, sei que não mataria ele.

- Fui idiota, estava tudo armado, e eu não percebi isso.

- Julian vai voltar e tentar resolver as coisas, e se for preciso eu também volto.

- Não Baby, você não vai voltar, Ramon matou seu pai, acha mesmo que ele não mataria você?

Fillipo me olhou e se levantou me tirando do seu colo, ele estava nervoso, passava a mão sobre o cabelo, que estava bagunçado mais que o normal, ele abriu a maleta e tirou os papeis de dentro, vi um envelope. Assim que ele jogou sobre a mesa as fotos se espalharam, cheguei mais perto olhando, vi imagens minhas e de Ramon, Fillipo as guardou de novo e colocou em uma gaveta.

- O que é aquilo?

- Fotos, foi assim que descobri tudo o que estava acontecendo entre você e Ramon.

- O que vamos fazer agora?

Ele me olhou e eu entendi que ele também não sabia o que fazer, eu não conseguia chorar, na verdade, eu me sentia aliviada, mas, ao mesmo tempo, ainda tinha Ramon que não nos deixaria em paz.

- Vamos pôr em prática os planos.

Olhamo-nos e ele pegou um papel e colocou na minha frente, em seguida ouvimos um barulho na porta, Fillipo a abriu e era seu advogado.

Era um Homem bonito, novo, deveria ter uns 30 anos, cabelos pretos e olhos verdes, tinha o tamanho de Fillipo e bem forte, a roupa social ficava apertada em seus braços, ele entrou e Fillipo pediu para ele se sentar.

- Bruno, essa Antonella Condello, Baby esse é Bruno Gambino, meu primo.

Sorri para ele que me olhou de cima a Baixo e ficou me encarando, Fillipo se sentou ao lado dele e começou a explicar tudo o que aconteceu, e ali estava sendo criada uma guerra entre nossas famílias, era tudo o que Ramon queria. Ele pegou o papel a minha frente e entregou a seu primo.

- Antes do disparo ele assinou aqueles documentos, e um deles é ele deixando claro que a única a suceder seu lugar é Antonella.

- Vamos fazer tudo isso de uma maneira legal, mesmo que eles tentem jogar a culpa da morte de Condello a você, proponho arrumarmos um alibi, não sabemos se essa notícia será notificada a mídia, e se for você será o principal suspeito.

- Mas ninguém sabia sobre essa reunião, a não ser Ramon.

- Foi estupido da sua parte fazer as coisas assim. - Bruno falou enquanto guardava os documentos. - Sabe que Condello estava sendo procurado, e você agora é uma pessoa pública Fillipo.

E ele tinha razão, Fillipo era uma pessoa pública agora, por conta da IVI e precisava tomar mais cuidado, mas também ele tinha muito mais aliados do que minha família. Eles ficaram ali por horas conversando, eu resolvi sair e os deixar lá, estava com a cabeça doendo de tantas informações, precisava me acalmar e pensar no que fazer, precisávamos de soluções. Eu tinha que voltar e enfrentar a todos, era minha família, meu lugar e muitos dependia dos negócios da máfia.

Fui para o quarto e liguei para Mirian, ela me atendeu e estava nervosa, sua voz que foi sempre doce e calma, naquele momento estava em panico.

- Mirian, como estão as coisas?

- Nada bem, tudo está se espalhando muito rápido.

- Sobre o quê?

- Seu pai. Mataram ele hoje de tarde e ao que tudo indica foram os Gambinos.

- Não escuta o que falam, ok?

Mirian já estava com medo, e ela estava com razão por isso, nessa porra de vida não dava para ter paz em nenhum instante.

- Como não ouvir? A cidade está um tormento.

- Vou voltar e resolver tudo.

Desliguei percebi Fillipo na porta me olhando, ele estava com um olhar cansada, abatido e caminhou até a cama se deitando ao meu lado, o abracei e ficamos ali em silêncio. Era isso, não teríamos paz, nem tempo para curtir nossa vida, planejar nosso futuro, os negócios de família sempre ia estar a frente, ia sempre ocupar nosso tempo.

Eu estava cansada de tudo isso, tentei fugir mais não dava, tudo nos perseguia, meu pai, a família, o crime, Ramon. Ele interrompeu o silêncio.

- Ramon já está espalhando a notícia, se você voltar eles vão matar você Baby.

- Mas é meu pai que está morto.

- Eles pensam que você me ajudou, eu vou resolver.

Olhei para Fillipo e o beijei, ele retribuiu meu beijo e ficamos ali, abraçados, com ele mais uma vez sendo meu porto seguro, minha paz, mesmo com o mundo lá fora se destruindo.

Escutei meu celular tocar, era uma mensagem, era de Ramon.

"Esperei você voltar, mas preferiu se juntar aos Gambino, eu vou achar vocês e vingar meu tio, nem que seja a última coisa que eu faça Antonella, vocês vão pagar por tudo."

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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora