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Ele estava em silêncio me olhando, e era o silêncio mais ensurdecedor que eu já pude ver, ele ficou me olhando, ele jamais ia me perdoar por tudo isso e eu voltaria para a vida fodida que eu sempre tive.

Fui me levantar e comecei a pegar minhas roupas que estavam em algum lugar ali naquele quarto, até que senti a mão de Fillipo em meu puço e ele me puxar. Nos olhamos por alguns instantes até que ele interrompeu aquele silencio.

- Assim como você parou de trabalhar com seu pai, e está em um noivado abusivo.

- Você sabe? Por que não me contou antes?

Eu não podia acreditar nisso, Fillipo sabia de tudo e mesmo assim ele estava insistindo em nós, quando eu desisti para me proteger, como sempre sendo a filha da puta egoísta.

- Fui contar, e você estava com Ramon, e eu não ia falar para ele que eu sabia, porque isso afetará todos os meus planos.

Ele sorri e me abraça, e eu estava de novo no melhor abraço, nos braços daquele que me amava e me queria mesmo sabendo tudo o que eu era, e estava na hora de eu ter a mesma coragem que ele, eu precisava enfrentar tudo e todos.

Fillipo me beijou e passou os dedos em meu rosto.

- Coloca uma roupa, ou esqueço que preciso ir em uma reunião importante e te coloco de quatro nessa cama.

- Não seria uma ideia ruim, me deixar de quatro e me dar alguns tapas.

- Baby, não me provoca.

Ele me soltou e caminhou para a porta.

- Daqui a pouco estarei de volta, Fred vai com você buscar suas coisas, mais tarde sairemos, quero te levar em um lugar.

- Mas e Ramon? Ele deve estar no hotel.

- Ramon vai estar comigo na reunião junto do seu pai.

Ele sorri novamente e sai pela porta me deixando sozinha, me troquei e sai vendo Fred me esperar.

- Senhora pegou todas as suas coisas?

- Não precisa me chamar assim Fred, me chama pelo nome mesmo.

- Desculpa, Antonella, o senhor Fillipo pediu para levar a senhora para buscar suas coisas e depois levar a senhora para outro hotel aonde vocês ficaram.

- E quais os planos dele?

- Não sei, ele só me pediu para fazer essas coisas e se a senhora quiser ir em algum lugar que posso levar.

- Por enquanto só quero minhas coisas mesmo.

Ele me deu passagem e saímos do hotel, entramos no carro e ele me levou para o hotel onde eu estava hospedada com Ramon, ao chegar nos deparamos com ele saindo, ele estava com meu pai e não me viram, eu ainda estava no carro. Esperei os dois saírem de carro e subi para o quarto, peguei minhas coisas que estavam todas arrumadas. Olhei para uma das minhas bolsas que tinha um bilhete em cima.

"Sei que não foi para casa, espero que se divirta bastante com seu amante, porque eu matarei ele."

Mexi nas coisas de Ramon procurando sua arma, ela não estava ali em lugar algum. Peguei minhas malas e sai do quarto correndo, olhei para Fred que percebeu ter algo de errado, ele veio até mim e pegou as malas.

- O que foi?

- Onde eles estão?

- Eles quem?

- Fillipo, Ramon e meu pai. Fred aonde?

- Eles estão em uma reunião, pode ficar tranquila que nada vai acontecer.

Peguei o bilhete e mostrei para Fredericco, ele lei o bilhete e começou a caminhar para o carro, fui com ele e entrei no carro, que não demorou muito e já estava em movimento, percebi ele ligar para alguém e contar o que leu no bilhete.

- Está bem, estou levando ela para o Hotel, me mantenha informado.

- Fred me leva até eles.

- Eu não posso.

Encostei em silêncio no banco do carro, peguei meu celular e desbloqueei Fillipo de tudo, liguei para ele.

- Baby não posso agora.

- Volta pro hotel.

- Depois nos falamos.

Ele desligou enquanto falava com alguém, baixei o celular e tentei não ficar nervosa com a situação. Fred parou em frente ao Hotel onde iriamos ficar, sai do carro antes mesmo que ele pudesse abrir a porta, e sai andando, olhei em volta e estava cheio de seguranças de Fillipo. Sai de um inferno para entrar em outro, porque eu nunca estava livre disso.

Entrei indo para a recepção e dando meu nome, não tinha nenhuma reserva, então Fred entrou na minha frente e deu o nome de Fillipo que foi prontamente atendido. A recepcionista olhava para Fred como se quisesse tirar a roupa dele ali mesmo, e eu não a julgo, ele era bonito e todas as mulheres ali estavam com o mesmo olhar.

Ao terminar comecei a rir com a situação e ele me olhou de cara feia, enquanto subíamos para o quarto.

- Se me deixar ir onde Fillipo está eu te ajudo com a recepcionista.

- Não gosto de loiras, prefiro as morenas.

- Então te apresento uma amiga.

- Senhor Fillipo me apresentaria a morte se eu deixar a senhora ir onde ele está.

- Pelo menos você morreria feliz. - Enquanto conversávamos ele destrancava a porta.

- Se quiser sair me avise, vou estar por aqui.

- Só vou descer para almoçar.

Entrei no quarto fechando a porta, o quarto era lindo, enorme, a varanda dava de encontro a uma visão linda de Roma e suas arquiteturas, eu amava aquele lugar. Pego minhas malas e escolho uma roupa, tento não ousar muito, pego um vestido colado com pouco decote e um salto baixo, me visto e escuto o meu celular tocar, pego e vejo ser Fillipo.

- Me diz que está voltando e que vamos almoçar juntos.

- Baby vou demorar um pouco mais.

- Por favor Fillipo, deixa essa reunião para outro dia.

- Já vamos terminar, seu pai quer ter uma conversa em particular comigo e resolverei tudo.

- Só me escuta.

- Estou te ouvindo Baby.

- Quando fui buscar minhas malas, tinha um bilhete de Ramon, ele está armado e...

Ele me interrompeu.

- Já sei, não se preocupe, aqui está cheio de seguranças, e seu pai e nem Ramon tentaria algo tão estupido.

- Eu te A...

Ouvi tiros e Fillipo gritando, tinham outras vozes que eu não conseguia entender, era muitos barulhos misturados com tiros e gritos, e a ligação se encerrou. Sai correndo do quarto e Fred me olhou assustado.

- Fillipo, tiros, o Ramon atirou nele Fredericco.

Eu gritava no corredor, e Fred pegou o celular na hora fazendo ligações que ninguém atendia, ele me colocou no quarto de novo e trancou a porta nos mantendo presos la dentro. Olhei pela janela do quarto e vi pessoas correndo e gritando. Eles estavam ali, no Hotel, eu precisava ir la e para Ramon. O telefone de Fred toca.

- Oi, esta bem. - Ele se virou para mim. - São os russos, os mesmos da noite passada.

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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora