Amor por um fio. (Concluído)

20

Fillipo

Aquela reunião estava cansativa, Condello não queria renunciar a algumas coisas e aquilo estava me deixando irritado. Ramon o tempo todo me encarando e os meus seguranças de olho a qualquer movimento dele e eu estava farto daquele dois, pareciam dois imbecis que não se tocavam que os negócios deles agora estava em minhas mãos.

- Condello, não posso renunciar a muitas coisas, assim como vocês não podem realizar o mesmo. - Ramon me encarou e retribui.

- Se eu deixar de entregar cocaína na África vou perder grandes clientes, sem contar que no Brasil nosso maior tráfico de mulheres vem de lá.

- Não estou mandando parar, mas vamos precisar reduzir, os gastos para esses países, está auto de mais e eles não são grandes compradores.

- E qual seria a solução? Vai me arrumar lugares novos? Os Estados Unidos talvez?

Começo a rir e me ajeito na cadeira ouvindo meu telefone tocar, olho para ver quem é e me levanto ficando afastado deles.

- Baby não posso agora.

- Volta pro hotel.

- Depois nos falamos.

Desliguei e voltei para onde estava, me sentei novamente e um de meus seguranças se aproxima. Ele fala baixo, quase inaudível.

- Senhor, o rapaz a sua frente, o mais novo, ele está armado.

Respiro fundo e respondo com um movimento de cabeça.

- Você sabe que não posso abdicar dos Estados Unidos Condello, não seja tolo.

- Fillipo, não faço negócios com a sua família a anos, porque nossos interesses sãos os mesmos. A sua jogada foi muito inteligente. - Ele apontou para mim e chegou mais perto colocando o corpo par frente. - Mas estou nisso a anos, se não fecharmos nada que seja favorável para os dois, eu vou perder e você também.

- Seus negócios não são mais os mesmos Condello, vocês fazem casamentos entre parentes por que ninguém mais quer fazer parte e nem contratos com vocês.

- O que eu e minha família realizamos não diz respeito aos meus negócios.

- Até que ponto não diz respeito?

- Acredito que você está se metendo de mais em assuntos que não fazem parte dessa reunião Fillipo. - Escutei Ramon falar e me virei para ele.

- Então me conta Ramon, quais devem ser os assuntos dessa reunião? Talvez posso mostrar alguns vídeos seus agredindo mulher, ou podemos falar para o Senhor Condello quais as suas reais intenções com a filha dele.

Ramon se levanta e Condello se coloca a frente dele, ficamos nos encarando por alguns minutos e Condello faz Ramon se sentar de novo.

- Acredito que precisamos de uma pausa nessa reunião, Fillipo podemos dar continuidade daqui a pouco? Eu e você em particular.

- Sem problemas.

Os dois se levantam se afastando e pego o copo de água a minha frente, aquela reunião estava me deixando mais cansado do que deveria, minha vontade é de meter uma bala bem na cara de Ramon e fazer ele sentar cada dor que ele fez Antonella sentir. Me da (nojo) só de olhar para ele e lembrar de tudo o que vi, todos os toques no corpo dela sem que ela pudesse ao menos se defender, esse Filho da puta tem que pagar por isso e eu juro que farei com minhas próprias mãos.

Peguei meu telefone e liguei para Antonella, ela me atendeu antes mesmo que tocasse uma segunda vez.

- Me diz que está voltando e que vamos almoçar juntos.