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Já tinha mais de uma semana que eu não tinha notícias de Antonella, ela não respondia meus e-mails, não atendia as ligações. Eu precisava ver ela, saber o que aconteceu.

Esperei chegar o final de semana e pedi para Fred me levar até Calábria novamente, seguimos direto para o vinhedo de Antonella, que estava cheio, era a inauguração da pousada e restaurante, desci do carro assim que chegamos e fui caminhando entre as pessoas tentando encontrar ela.

De longe a avistei, ela não estava sozinha, ao seu lado estava Ramon Condello, com o braço em volta da sua cintura, ela sorria para algumas pessoas, e eu estava cheio de raiva. Então é isso, ela não me atendia por estar com ele, fiquei ali por mais alguns minutos os encarando até o olhar de Antonella se encontrou com o meu, aquele sorriso lindo não estava mais em seu rosto, e nos encaramos por segundos até Ramon falar algo e ela se virar.

Vejo Mirian me olhar e vim de encontro a mim.

- Ela precisa de ajuda, olha esse é meu número, você conseguirá falar com ela, liga nele. - Mirian me entregou o papel e logo me afastei sorrindo para ela e agradecendo.

Me viro e saio andando, tentando passar pelas pessoas até chegar em meu carro, que agora estava cercado de homens armados, fiquei olhando aquela cena e me aproximei.

- Bom dia, rapazes, como estão? - Usei um tom sarcástico para falar com eles que no mesmo instante se viraram. - Como posso ajudá-los?

Um dos homens com a arma apontada para Fred me encarou.
- O que vocês estão fazendo aqui? Não sabem que não são bem vindos?

- Ainda não estão sabendo da novidade?

Eles se olharam e eu fui me aproximando mais.
- Acho melhor vocês saírem logo daqui, não queremos iniciar uma guerra com sua família. - Escuto a voz de Ramon atrás de mim, me viro.

- Você iniciara uma guerra quando mandaram homens invadir propriedades da minha família.

- Fillipo, vocês estão em desvantagens, e Antonella ficaria muito magoada se algo acontecer com você. - Me aproximo dele, o encarando, eu queria acabar com ele ali, mas precisava esperar, eu teria o momento exato para isso. - Você perdeu, ela é minha.

- Isso não acabou Ramon.

Fico o encarando, tentando não deixar a raiva me consumir, vejo todos os homens se afastando e escuto a voz de Antonella.
- Que porra ta acontecendo aqui?

Me afasto de Ramon que logo se vira para ela, dou as costas sem a encarar e volto para o carro entrando e esperando Fred sair com o carro, assim que ele da partida olho para ela com o vidro fechado. Seu olhar não era o mesmo, era frio, triste, o mesmo olhar que observei na primeira vez, seu sorriso era forçado, não tinha vida em seu rosto.
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Antonella

Ele entrou no carro sem ao menos me olhar, eu precisava falar com ele, mas Ramon segurou em meu braço e me puxou, ele me arrastou até minha casa e eu não tinha mais forças para brigar, ele me levou para o quarto e me jogou na cara.

- Qual o seu problema? Acreditei que já tinha se livrado dele.

- Eu não sabia que ele ia aparecer aqui, não tive mais contato com ele.

- Gatinha, eu não quero obrigar você a mais nada, então vê se não apronta. -Ele segurou em meu rosto e eu tirei sua mão de mim, o empurrei e me levantei.

- Eu já entendi ok? Você e meu pai já tem o que querem, agora me deixa em paz.

Saio do quarto e me afasto dele, volto para onde eu estava, era meu dia de comemorar, e eu não queria ninguém estragando isso. Logo percebo Ramon voltar a se aproximar de mim, ele aproxima o rosto.

- Gatinha, precisarei ir agora, os seguranças do seu pai vão estar aqui com você, volto terça, temos um evento e você vai comigo, esteja bem arrumada.

Ele beijou meu rosto e se afastou, limpei aonde ele depositou o beijo e Mirian se aproximou de mim.

- Vem, vamos para um lugar mais calmo.


Ela pega em minha mão e caminhamos para mais longe possível de toda aquela multidão. Aquele era nosso refúgio, sempre que eu fugia da minha mãe, era ali que eu me escondia, na casa da árvore que meu avô elaborou para mim, subimos devagar e ficamos ali olhando para o por do sol que já estava chegando.

Vejo Mirian mexer em seu celular sem parar e em seguida tocar. Ela me passa o telefone e pego sem entender.

- Fala, é para você.

- Alô?

- Baby? - Meu coração na hora acelerou, minha respiração ficou ofegante, aquela voz doce, ele ainda tinha aquela voz doce e calma, e eu precisava dela com uma urgência tão grande. - Como você está?

- Estou bem. - Eu não conseguia falar, eu só queria chorar nos braços dele e me sentir segura de novo. - Você precisa se afastar de mim.

Ele ficou em silencia por alguns minutos, mas sua respiração estava ali, eu podia ouvir.

- Eu não deixarei você.


- Não podemos ficar juntos Fillipo, eles vão nos matar.

- Quem vai nos matar? Me conta.

- Eu não posso, só se afasta. - Eu queria contar, queria que ele soubesse toda a verdade e que nada disso fosse nos impedir, mas eu era uma Condello e ele jamais me perdoaria por isso.

- Prometo que buscarei você e que ficaremos juntos, nem que eu tenha que matar alguém. - Sua voz continuava doce e calma.

- Eu não posso, eu vou me casar com Ramon.
Começo a chorar e passo o telefone para Mirian e fala algo que eu não intendo, me afasto e volto para casa, vejo todos aqueles seguranças me olhando e entro, passo por Marcus que estava na cozinha com um dos homens conversando.

Ele precisa sumir da minha vida, ou meu pai acabaria com ele, e comigo junto. Mirian aparece e se senta ao meu lado.
- Até quando você ficará aí, sentada chorando? Você merece muito mais que isso, conta para ele a verdade.

- Ele vai me odiar se souber.

- Se ele te ama mesmo, ele deixará isso de lado.

- E se ele não deixar? É melhor assim, eu me caso com Ramon e ele cuida dos negócios dele.

- Ramon só quer o seu poder, é só o que ele quer.

- Então entrego tudo para ele, se for isso mesmo o que ele quer.

- Você está jogando a sua vida fora Antonella, e eu não ficarei assistindo.

Mirian se levanta e sai de perto de mim, me deito na cama, eu só precisava disso, deitar e ficar ali, ainda tinha o cheiro de Fillipo, ainda tinha o toque dele, ainda tinha ele ali do meu lado, me dando colo, me fazendo cafune até eu dormir.


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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora