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Fillipo

Foi horas, horas aguentando socos, chutes e torturas, eles queriam de qualquer jeito que eu pagasse a dívida, todos acreditavam que eu tinha matado Condello, o que não era verdade. Eu estava com meu corpo doendo, minha cabeça latejava e os cortes em meu abdômen e peito escorriam sangue. Passei tudo o que eu sabia a eles, sobre os Condellos e aonde encontrar Ramon, ele estava escondido, mas conseguidos rastrear, ele nunca ficava mais de uma semana em um lugar, e a família não poderia o proteger sempre.

Ramon conseguiu o lugar de Pasqualle, estava até duas semanas atrás no poder de tudo, mas um de seus primos o chutou dali quando descobriu todos os seus planos, agora ele só queria Antonella, era o objetivo dele.

Eu ainda era alvo dos Condellos, pensavam que eu tinha matado ele por negócios, mas eu jamais faria isso, não com o pai da mulher que eu amo.

Horas depois eles me jogaram em uma rua, eu estava vendado, não fazia ideia de onde estava, sentia meu corpo todo queimar de dor, ainda dava para sentir as laminas quentes que eles passaram em meu corpo, minha boca saia sangue e eu sentia o gosto de ferro nela. Escutei alguns barulhos até sentir a mão de alguém tentando me soltar e tirando as vendas do meu rosto, eu estava apenas de calça, meus sapatos e camisa haviam sido tirados de mim, olhei na minha frente e estavam alguns seguranças e eles me colocaram no carro. Pedi para me levarem para casa, eu só precisava ver minha mulher e saber que ela estava bem.

Quando chegamos, sai do carro e olhei para minha casa que nesse momento estava uma bagunça, ouvi gritos da minha mãe e em seguida Antonella que falava um pouco alterada. Olhai para às duas que estavam bem próximas e escutei o que elas diziam.

- Chega. - Todos se voltaram para mim, entrei percebendo o corpo de Antonella relaxar, ela veio até o meu encontro e me abraçou, sem se importar com todo o sangue em meu corpo.

- Meu Deus, amor, precisamos te levar ao médico.

Minha mãe chegou mais perto de mim e seus olhos estavam vermelhos, ela voltou a chorar e passar a mão sobre os machucados, gemi um pouco de dor e ela parou.

- Estou bem, só preciso de um banho, por favor me deixe descansar e assim que eu estiver melhor falo com vocês.

Ashley, que até então estava quieta, se levantou e percebo que já ia começar seu show.

- Preciso dar uma notícia, aproveitar que estão todos aqui.

Antonella me olha e eu respiro fundo, eu só queria um pouco de paz, e cuidar de todos esses ferimentos.

- Acredito que não é o momento. - Escuto meu pai falar, mas a ruiva o ignora.

- Fillipo, sei que esse não é o melhor momento para isso, mas fiz alguns exames e o médico acredita que eu possa estar gravida, os exames devem sair em alguns dias.

Gravida? Transei com ela a mais de dois meses, isso quando fui para os Estados Unidos fazer algumas reuniões, antes mesmo de conhecer Antonella.

- Como gravida? Ashley, esse filho deve ser de outra pessoa. - Fico em silêncio ao perceber meus pais me olhando e Antonella saindo da sala. - Por favor, se retirem, depois conversamos.

Minha mãe tenta falar, mais dou as costas a eles e caminho atrás de Antonella, ela estava sentada na cama, ela me olhou, os olhos cheios de lágrimas, vermelhos de tanto chorar.

- Senta, vou pegar alguns curativos. - Ela se levantou e foi para o banheiro, voltou com uma caixinha e me sentei, ela ficou em silêncio, mas eu sabia que estava chateada.

- Eu não transei com ela, Baby, me lembro muito bem de quando transei e eu usei camisinha.

- Se ela estiver gravida, você precisa assumir, era tudo o que sua mãe queria.

Ele falou enquanto limpava os ferimentos, eu gemia cada vez que ela passava aquele pano molhado, meu corpo todo estava ardendo e latejando, todos os cortes eram superficiais, não precisaria de pontos. Ela terminou de limpar e ficamos em silêncio, e aquele silencio vindo dela estava me matando, eu precisava saber o que minha mulher estava sentindo, saber o que ela queria de mim. Olhei para ela na minha frente, e segurei em seu queixo, o levantando e fazendo com que ela me olhasse.

- Baby, eu não quero ninguém além de você.

- Estou cansada, exausta, penso que foi um erro tudo, estarmos juntos, tentar, olha como estamos vivendo Fillipo. - Ela se levanta guardando as coisas de volta na caixa e se afasta de mim indo ao banheiro, vou atrás dela que tenta fechar a porta e a seguro. - Vou pegar as minhas coisas, voltarei para casa e tentar resolver tudo.
Aquelas palavras, como ela dizia tudo, foi um golpe, doeu muito mais que todos aqueles ferimentos, fechei a porta do banheiro e a levei até a parede, ela me olhou e estava triste, eu vi em seu olhar a tristeza, coloquei as mãos sobre o rosto dela segurando.

- Você acha mesmo que somos um erro?

- Não, mas no momento todos acham, e eu estou cansada de ser culpada por tudo.

- Você não tem culpa, Baby, você é minha vida, meu mundo, eu morreria mil vezes se for preciso para poder proteger você. - Passo os dedos sobre as bochechas dela acariciando e encosto nossas testas. - Preciso de você para viver, não me deixa, você a minha força.

- Somos a nossa própria destruição.

As palavras dela eram frias, ela queria me atingir, me machucar, mas eu não ia deixar ela sair dali, não ia deixar ela voltar para Ramon.

- Então vamos nos destruir juntos, vamos nos afundar em ruínas, nos jogar de pontes e enfrentar tudo o que for preciso, não podemos desistir agora.

Percebo Antonella levar as mãos a barriga e chorar, e meu coração se partiu, ver o desespero em seu choro, sentir todo o medo que ela estava mostrando ter. Minha mulher era forte, mas estava fraca, estava cansada e tudo isso era uma guerra sem fim. Abraço ela e nos sentamos no chão do banheiro, abraçados, as lagrimas dela escorriam em meu corpo e eu só queria poder esconder ela do mundo.

- Você é meu ponto de paz, Baby, entenda isso, eu não sei mais o que é viver sem você.

- Estou com medo, medo por mim, por você e... - Ela ficou em silêncio e puxei seu rosto, ela estava assustada.

- E? O que esta te deixando com medo?

Ela hesitou um pouco, mas suas palavras saíram baixas e se eu não estivesse ali ao lado dela, eu não poderia ouvir.

- E pelo bebê.

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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora