Antonella
Consegui o primeiro horário do Dr. Marcos, meu ginecologista, eu não havia falado nada a Fillipo, pois não queria assustar ele, estava com a menstruação atrasada a dias, mas engravidar era algo impossível, pois tomei sempre meus remédios corretamente. Informei a Fred que precisava dele para me levar ao médico e ele não pensou duas vezes, me arrumei e fui com ele, me deixou la e percebi estar meio estranho no caminho. Ele não tirava os olhos do celular, e vi algumas vezes ele falar com alguém bem baixo para que eu não pudesse ouvir.
Entrei no prédio e meu médico atendia no 12º andar, apertei o botão do elevador e observei os seguranças atrás de mim, mantendo uma distância segura, entrei quando se abriu e apertei os botões para subir, parecia que não chegava nunca e quando a porta se abriu me deparei com Ashley. Ela estava linda, em um vestido tubinho que ia até seu joelho e com saltos pretos que combinavam com o vermelho do vestido. Passei por ela tentando ignorar a sua presença, mas em sua mão estavam exames, devem ser de rotina, suspeito. Ela não entrou no elevador e veio até mim com passar pesados e parou na minha frente, o corredor estava vazio e silencioso, até ela acabar com aquele silêncio.
- Antonella, você aqui, e sozinha. - Ela se aproximou e me virei para olha la.
- Sim, Ashley, eu aqui sozinha, porque não vivo para servir homens.
- Não foi o que fiquei sabendo, já que se prostituía. - Respirei fundo para não avançar em cima da ruiva, ela estava com aquela cara sínica dela.
- Seu sonho né, gata? Poder ser desejada.
- Na verdade, eu só preciso de um homem, e ele vai voltar para mim assim que eu me encontrar com ele mais tarde.
Reviro os olhos, ela estava tentando me atingir de alguma maneira, e estava conseguindo, sei o quanto ela e Fillipo se amaram, ele mesmo me contou, Ashley já teve um filho dele, mas perdeu com algumas semanas de gestação.
- Que bom, ele vai dar as migalhas que você quer? - Tento não demonstrar o meu desconforto com aquele encontro deles.
- Vou dar o que ele mais sonha. - Ela se aproxima mais e cruzo os braços encarando ela e toda aquela arrogância. - Um filho.
Tento me manter calma e respiro fundo, ela sorri e da as costas, aquelas palavras soaram como um golpe na minha face. Fillipo ficou muito mal quando perdeu seu filho com Ashley e me lembro dele contando, ele falou com lagrimas nos olhos, era tudo o que ele mais queria. E se ela realmente estiver com um filho dele, e se ele abandonar tudo para estar com ela? O medo me atingiu e eu estava sem chão naquele momento, estava atordoada e com medo. Volto a andar para a recepção e entrego meus documentos a recepcionista que logo me chama para a sala do médico.
Dr. Marcos é um amor, sempre muito atencioso comigo quando preciso passar com ele, ele tinha consultório em Calábria e outro na Sicília que era sua Mátris. Conversamos um pouco e contei a ele de todos os sintomas, ele descartou muitas coisas e decidiu fazer alguns exames de rotina, mas para acabar com as dúvidas de início quis fazer uma transvaginal para descartar ser uma gravidez.
Coloquei a camisola que ele pediu e me deitei com as pernas apoiadas nos descansos e ele colocou aquele negócio gelado dentro de mim, não era nada desconfortável, ficamos olhando para a tela até que ele vê um pontinho e sorri.
- Acredito que os 99% de chances de não engravidar, não te inclui Antonella.
- Como assim? - Questionei ele sem entender.
- Está gravida, pelo que vejo já está com 7 ou 8 semanas. - Ele tira algumas imagens dali e me lha sem tirar o sorriso do rosto, e eu, bom, atordoada, minha vida estava em ruínas, tudo uma verdadeira bagunça e eu não estava pronta para ser mãe, não queria, nunca foi meu sonho. - Parabéns.
Não, parabéns não. É um erro, eu não posso estar gravida, eu não sei ser mãe, eu não sei cuidar de um bebê, minha família me odeia e eu estou grávida do mu inimigo.
Em estado de choque, eu não sabia o que falar, nem o que fazer, minha cabeça estava rodando nesse momento, me levantei e troquei de roupa, eu estava no modo automático, respondendo o que o médico queria ouvir, sai dali indo direto para o carro e Fred me olha assustado.
- Por favor, me leva até Fillipo.
- Senhora, temos um problema com o Senhor Fillipo.
Olhei para ele, sua voz estava estranha, ele estava agindo de uma maneira estranha desde a hora em que saímos de casa, Fillipo estava com problemas e eu sentia isso.
- Cade meu namorado? Fredericco, cade ele?
Meu mundo estava se destruindo lentamente, era um misto de sensações, dor, medo, angustia, meu corpo estava dando sinais de que iria desmoronar ali mesmo.
- Ele me mandou uma mensagem senhora, estamos tentando rastrear ele.
- Como estão tentando?
- Ele caiu numa emboscada.
Ele estava tentando ser calmo, tentando manter a calma que nesse momento eu não tinha.
- Até aonde vocês conseguiram encontrar algo?
- Achamos o carro no subúrbio da Sicília, mas lá é cheio de casas e galpões abandonados, estamos mandando equipes para entrar nos lugares.
Minha cabeça estava rodando, eu já não conseguia mais ver nada direito, o enjoo veio com força agora e não segurei, Frederrico me segurou enquanto eu vomitava todo meu café da manhã na calçada. Ajeitei-me e ele me colocou no carro. Acelerou e quando percebi já estávamos em casa, entrei e me deparei com Beatrice e Ashley na minha sala, às duas estavam conversando com o pai de Fillipo que assim que me viu me abraçou.
- Como está meu bem? - Ele foi sempre muito amoroso e simpático comigo, diferente de Beatrice que após saber tudo, passou a me odiar. - Está pálida.
- Estou bem, é apenas nervoso, vou me trocar, com licença.
Saio dali indo direto pro meu quarto, tiro aquela roupa e coloco uma calça jeans e uma blusa larga que nada marcava das minhas curvas, um tênis confortável e voltei para a sala ouvindo Fred conversar com meu sogro.
- Achamos ele senhor, está todo machucado, estão trazendo ele para casa.
- Foram aqueles malditos Condellos, eu mesmo farei com que eles paguem.
Beatrice se vira para o ex marido e percebo ela gritar.
- Culpa da prostituta, falei para ele se afastar, ela só trouxe problemas.
Entrei na sala olhando para eles que se viraram ao ouvir meus passos.
- Por favor, saiam da minha casa. - Beatrice se aproximou de mim e avançou como uma fera tentando me bater, mas Lorenzo a segurou.
- Eu não vou sair da casa do meu filho, a única que deveria sair aqui é você. - Olho para Fred e ele balança a cabeça, entendo.
- Por mais que a prostituta aqui não seja o que você quer para seu filho, Beatrice, ele quer, sou muito mais mulher que outras por aí, e do mesmo jeito que ele está enfrentando muitas coisas por mim, eu também estou por ele. - Cheguei perto dela e encarando, eu já estava cheia de raiva, meu dia estava péssimo, eram muitas coisas para me acostumar e para entender, e ter que aturar uma senhora velha que não deixa o filho fazer suas próprias escolhas, já era de mais para mim. - Por favor, se retire ou cala a boca e para de falar de mim como se eu fosse uma qualquer, porque eu não sou, e estou cansada de você querendo ditar o que Fillipo pode ou não fazer da vida dele.
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Amor por um fio. (Concluído)
RomanceAntonella e Fillipo acabam se conhecendo na Sicília, em uma pequena viagem de negócios, o rapaz se encanta com o jeito imponente da moça, mas o que ele não sabe é que Antonella é filha de um de seus maiores rivais, o que era para ser negócios acaba...