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Fillipo não parava de bater nele, tentei puxar, mais sem sucesso.

- Por favor, parem. - Imploro para Fillipo que para e se levanta, olho suas mãos cheias de sangue.

Eu estava desesperada, e se Ramon não estiver sozinho, Fillipo não conseguiria sair dali vivo. Vejo Marcus na porta, coloco a blusa com pressa e pego as coisas de Fillipo que estavam sobre a cama.

- Vai por favor, Marcus vai te ajudar a sair daqui. - Olho para ele que me olha, estava cheio de raiva. - Fillipo, Ramon é um Condello, por favor, vai.

Ele pegou suas coisas que estavam em minha mão e passo um dedo em meu rosto.

- Você está bem Baby? - Ele mesmo vendo meu desespero por ele, ainda assim estava preocupado comigo. - Quer que eu arraste ele daqui e o jogue em qualquer outro lugar?

- Quero que você saia daqui, antes que mais alguém veja isso. Qual a parte de que ele é um Condello você não entendeu?

- Não to nem aí para quem ele seja. - Ele me ignorava e eu o empurrei para fora do quarto, puxei para os fundos da casa e vi Marcus nos seguindo.

- Marcus, coloque ele no carro, ele vai embora agora.

Fillipo me segura e puxa meu rosto, sinto seu lábio no meu, e mesmo com toda a raiva de minutos atrás seu beijo continuava doce. Ele seguiu Marcus e ficou me olhando de longe. Dei as costas e voltei para dentro de casa, Mirian estava ajoelhada próxima a Ramon desacordado e limpava suas feridas.

Me ajoelho com ela, vejo se ele estava respirando, pego um algodão e ajudo a limpar.

- Antonella, que porra você fez? - Ela me perguntou com o olhar assustado.

- Eu não sei como te contar isso. - Ela sabia de tudo, menos a parte que eu estava usando Fillipo a mando do meu pai. - Fillipo é um Gambino, fui até ele para fazer o que meu pai sempre manda, fazer o meu papel de prostituta.

Eu não sabia como falar para ela que eu desisti por que Fillipo era muito mais que só um Pau que eu ia sentar e no final ia morrer. Continuei.

- Mas eu não consigo, sai da aba do meu pai e não quero mais fazer essas coisas, eles me tratam como se eu fosse uma Puta, como se eu lhe devesse. E eu não devo. - Estava cansada de tudo aquilo, cansada de toda aquela situação que me levava a desistir da minha vida. - Ramon entrou aqui e viu Fillipo em cima de mim, mas deixei, eu queria e ainda quero isso.

Mirian me olhava, ela largou tudo e veio me abraçar, ficamos ali, abraçadas e eu cai em lagrimas. _________________________________________

Deitamos Ramon no quarto de hóspedes esperando ele acordar. Eu estava com medo, medo da sua reação, medo das suas palavras e medo dele ir atrás de Fillipo, já fazia mais de duas horas do ocorrido e Fillipo não me respondia, nem me atendia, aquilo estava me deixando louca.

Resolvi ir ver como Ramon estava. Me levanto e percebo ele andando no corredor, fico em silêncio e observo ele vindo até mim.

- Que porra foi aquela Antonella? - Ele estava com aquele olhar de novo, seu tom de voz alto e eu tentando me afastar. - Volto aqui para podermos conversar e nos resolver, e você dando para outro?

- Ramon, por favor não grita ta.

- To cansado dos seus joguinhos, você não passa de uma prostituta, você é igual a sua mãe, seu pai vai saber de tudo isso.

- Sim, eu sou como a minha mãe, sou uma prostituta como você e meu pai falam, eu fui tirada de um Bordel imundo. - Comecei a gritar com ele, estava cansada daquilo. - Agora me faz um favor, sai da minha casa esquece tudo Ramon, esquece que algum dia eu quis você.
Vejo ele tentar chegar mais perto de mim e sua expressão mudar, ele estava tentando ficar calmo.

- Olha o que você está fazendo comigo Antonella, eu nunca quis te machucar, eu amo você. - Ele se ajoelha na minha frente me implorando. - Não contarei nada, eu quero você, preciso de você.

Ele mudou toda sua expressão, que era de ódio para quem implorava.

- Quero tempo Ramon, me da (espaço) e me deixa pensar. - Eu só queria que ele saísse dali, eu tinha nojo dele assim como eu tinha do meu pai e de todos os homens que tocavam me mim apenas para me usar. Porque era isso que eles faziam, eles me usavam como um nada, como uma prostituta que estaria ali para os servir.

Ramon se levanta e caminha até a porta, tento não olhar para ele.

- Eu não perderei você Antonella, não deixarei você sair da minha vida, entendeu? - Seu tom ela ríspido, quase uma ameaça e aquilo me gelou por inteira.

Esperei ele sair e corri para a porta a trancando, sentei no chão e me derramei em lágrimas, estava afundada em toda aquela loucura, estava tão cansada, eu só queria calma, paz, a mesma que Fillipo trazia, mesmo sabendo de onde ele vem e toda a loucura que seria estar com ele.

Quando estávamos só nos dois naquele quarto, me peguei lembrando dos seus toques, do seu beijo, até que escuto meu telefone tocar e vejo ser ele, atendo.

- Baby, você está bem? - Sua voz era calma, e me trazia uma paz tão repentina. - Desculpa, eu não queria que você me visse daquela forma.

- Estou bem, só com dor de cabeça.

- Abre a porta e deixa eu cuidar de você. - Me assusto com a sua resposta, tenro limpar o rosto e me levanto.

Abro a porta e me deparo com Fillipo bem na minha frente, ele estava lindo, de terno, com o cabelo do mesmo jeito bagunçado de sempre, e me olhava como se eu fosse a coisa mais linda desse mundo, seus olhos brilhavam e eu me perdia ali.

Era difícil entender tudo isso, eram sentimentos de mais para alguém que não sabia senti-los direito, ele entrou, fechou a porta atrás dele e me puxou para seus braços. Estava quente, e era reconfortante ter um abraço naquele momento, eu não me sentia mais só, e, simultaneamente, eu sabia o quão errado era aquilo.

Eu precisava contar para Fillipo que eu era Antonella Condello e que estarmos juntos era impossível.


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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora