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Ele estava lindo, com um terno preto, cabelo cortado e arrumado, não sorria, e aquilo quebrou algo dentro de mim, Fillipo estava sempre sorrindo, mas hoje não, senti a mão de Ramon apertar minha cintura e olhei para ele.

- Vamos entrar.

Ele me puxou de um jeito mais delicado, fomos caminhando e entrando no local, olhei as pessoas em volta, era assustador estar ali, aqueles homens olhando, muitos ali pareciam me comer com os olhos e aquilo estava me incomodando, voltei meu olhar para a porta.

Ramon se juntou com alguns de nossos primos que estavam ali conversando em bebendo, meu olhar percorria o lugar, eu precisava falar com Fillipo, precisava saber como ele estava, faziam semanas que não falava com ele.


Ouvi eles falarem sobre uma invasão russa que não me interessava no momento, vi Fillipo entrar com a moça que sorria o tempo todo, parecia uma modelo, até mesmo seu jeito de andar. Olhei para ele que me encarava e mordi os lábios, tentei me afastar de Ramon que me segurou com mais força e percebi no instante em que Fillipo ameaçou chegar mais parto e acenei com os dedos para ele não se aproximar.

- Gatinho, preciso ir ao banheiro. - Falei com a esperança dele me soltar e ele me puxou para mais perto.


- Não demora, e não me faz passar vergonha aqui. - Ele me olhou e assenti com a cabeça me afastando.

Olhei para Fillipo que estava longe e sai andando para um corredor aonde ficavam os banheiros, olhei para trás de onde vinha Fillipo e entrei em uma das salas vazias, ele entrou atrás de mim, fechando a porta.


Senti sua mão puxar meu braço e me virei o olhando, ele me abraçou e eu retribui, seu cheiro me confortou de uma maneira tão gostosa, eu me sentia segura de novo, sentia que meu mundo estava todo ali, naquele homem que era a minha ruína.

- Me perdoa por sumir Baby. - Ele segurava meu rosto e me olhava como quem estava perdido. - Prometo que vou tirar você de perto dele.



- Preciso te contar algo, Fillipo. - Eu precisava contar-lhe, precisava alertar sobre tudo.

- Não importa ok? Hoje as coisas vão mudar e eu farei você ser livre. - Escuto um barulho na porta e vejo Fred.


- Senhor, Ramon a está procurando.

- Já estamos indo. - Ele se voltou para mim. - Não faz nenhuma loucura, Mirian vai cuidar de tudo.



Ele me deu um beijo suave e me soltou, me senti desprotegida novamente, me senti só, eu precisava falar com ele, contar toda a verdade, mas ele se foi de novo, me vi ali sozinha. Escutei passo pelo corredor, fui para a porta e sai, vi Ramon de costas e o chamei.

- Está me procurando? - Ele se virou-me olhando e se aproximou.



- Por que demorou tanto?

- Eu estava retocando a maquiagem.



- E por que o desgraçado do Gambino estava aqui?

- Eu não sei, eu nem tinha o visto aqui.



Comecei a caminhar e tentei pensar em suas palavras, Mirian estava falando com ele ainda, então ele deveria saber de tudo, ela havia contado e ele não me odiava por isso.

Sinto Ramon pegar em minha mão e me levar para o salão principal, já estavam todos se sentando em seus lugares para o jantar. Sentei-me na mesma mesa que meu pai e os outros Condello.


A ruiva se inclinando sobre Fillipo, e eles pareciam muito íntimos, o que me dava raiva e ciumes, percebi ela passar a mão sobre a perna dele indo para seu membro e ele a afastando com delicadeza. Ele me olhou e ficamos nos encarando por minutos até que meu pai me chama.

- Antonella. - Olhei para ele que me encarava. - Será que poderia ter o mínimo de respeito?
Revirei os olhos e levei meu olhar para o palco, aonde um dos Donos da IVI falava.


- É com grande felicidade que hoje vamos anunciar o mais novo dono da IVI, como sabem somos um dos maiores contribuintes do pais, e a empresa que mais arrecada doação para as nossas crianças órfãs.

IVI era uma das maiores empresas do pais e também a mais suja, eles faziam doações para o tráfico de mulheres e levavam as drogas para fora do pais.


- Por favor, uma salva de palmas para o novo dono da IVI, Fillipo Gambino.

Olhei para meu pai e para Ramon que estavam sem o que falar, olhei todas as pessoas ali batendo palmas e fiquei em silêncio, olhei para Fillipo que estava em cima do palco sorrindo e pegou o microfone.


- Boa noite. - Todos ficaram em silêncio, vi meu pai se levantar e sair da sala, Fillipo o seguiu com os olhos e percebi um sorriso no canto de sua boca. - Como todos sabem agora, sou o novo dono da IVI e continuarei com todas as contribuições e ajudas as instituições.

Ele agradece e sai do palco, um homem mais velho pega e anuncia o leilão que iria se iniciar apos o jantar e sinto Ramon apertar minha perna.


- Será que você consegue olhar para outra coisa que não seja o Gambino? - Sua voz estava cheia de raiva.

- Não estou olhando para ele.


Vejo alguns garçons servindo a mesa e meu pai volta para seu lugar, vejo ele falar algo com um de seus irmãos, vejo Fillipo se aproximar da nossa mesa, seu olhar fixo em mim e meu pai o cumprimenta.

- Quem diria, saiu do subúrbio dos Estados Unidos para comprar uma das grandes empresas da Itália.



- Pasqualle, quanto tempo. - Seu tom era cheio de deboche.

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Fillipo


- Quem diria, saiu do subúrbio dos Estados Unidos para comprar uma das grandes empresas da Itália.

- Pasqualle, quanto tempo.

Tentei ser o mais amigável, o que era impossível quando se tratava de Pasqualle Condello. Olhei para Antonella e sorri.

- Achei magnífica a sua contribuição com o nosso trabalho, quem sabe não marcamos uma reunião e falamos de negócios futuros, já que minha empresa sempre trabalhou com a IVI.

- Claro. - Me aproximei mais de Pasqualle e falei baixo para que só ele pudesse ouvir. - Mas você sabe que tudo tem um preço não é?

Ajeitei-me e olhei para Ramon, que estava com uma cara péssima, voltei meu olhar para Antonella.

- Até depois Baby.

Virei e voltei para voltar a minha mesa até começar a ouvir tiros, estava vindo do lado de fora, as pessoas ali começaram a correr, olhei para trás procurando com Antonella e a vi tentando se esquivar de Ramon e correr.

Fui até ela e a puxei, me enfiei no meio de todas aquelas pessoas correndo com ela em meus braços, percebi Fred e os outros seguranças me esperando na porta próximo ao carro.

- Pegue Ashley e a leve de volta para casa. - Ordenei para Fred.

Ouvi mais alguns barulhos de tiro, Antonella em desespero me chamando, puxei ela para a parede tentando protegê-la. Coloquei meu corpo sobre o dela.

- Você está bem Baby?

- Eu estou, mas Ramon e meu pai...

- Eles estão tentando se proteger. - Olhei para as mãos dela, cheia de sangue. - Baby, esse sangue.

Ela estava em choque e eu passando as mãos sobre o corpo dela para achar de onde estava o ferimento.

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Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora