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Saio do carro segurando na mão de Fillipo quando o mesmo a estende na minha direção, ajeito o meu vestido e seguro na minha bolsa, olho em volta e logo percebo algumas pessoas nos olhando, vou a caminhar até o restaurante e espero o garçom nos mostrar a mesa reservada, vou até o lugar indicado e sento-me assinto que o mesmo puxa a cadeira para mim, ajeito-me e coloco a bolsa de lado, fico com um sorriso de canto e logo o escuto pedir as nossas bebidas, fico com os meus olhos fixados em Fillipo registrando cada detalhe do seu rosto, seu sorriso, barba para fazer e os brincos que fazem ele ter um charme, percebo o mesmo se voltar para mim e me olhar um pouco serio e logo começo a falar.

- Precisamos resolver os nossos assuntos. - Fico ereta e um pouco mais seria. - Como você sabe, a minha distribuidora de bebidas começa a entrar em alguns negócios, como o seu, boates, Casas de Shows e Bordeis. - Ele interrompe-me.

- Porque eu deveria deixar os meus fornecedores de anos e comprar de você? A sua empresa é pequena. - Percebo o seu tom ríspido e, em simultâneo, um pouco debochado, começo a irritar-me com aquilo.

- Posso oferecer-te muito mais que apenas bebidas, sei que nesse meio vocês também fornecem drogas. - Apoio as minhas mãos sobre a mesa, fixo os meus olhos nos dele e percebo o seu sorriso.

A conversa chegava a um ponto que eu não queria chegar, não queria jogar assuntos como tal no momento, mas preciso conhecer os negócios, entender como a Família Gambino comanda as coisas.

- Então além de bebidas a moça também oferece drogas aos seus clientes? Interessante. - Novamente entendo o seu tom de deboche o que me irrita, respiro fundo e percebo o seu sorriso de canto. - Proponho pedirmos algo para comer, estou com fome.

Percebo ele acenar ao garçom e fico em silêncio, pego o cardápio quando me é entre, peço uma massa ao molho de queijo e bacon, Fillipo pede o mesmo e mais vinho, volto a falar sobre os negócios e logo sou cortada pelo mesmo que muda de assunto.

- O que acha de contar-me mais sobre você Sra. Rizzo, nada encontrei sobre você nas redes sociais. - Percebo que aquele era o momento ideal para jogar todas as minhas fixas naquela conversa.

- Penso que me conhecer pode levar um tempo, não gosto de expor a minha vida e os meus momentos, redes sociais e vida exposta é uma perda de tempo. - Pego a taça e tomo um gole lentamente, passo a língua entre os lábios. - Mas o que quer saber?

- Sei que é de Reggio Calábria, famosa por ser o lugar aonde Pasquale Condello viveu e escondeu-se por anos. - Vejo Fillipo entrelaçar os próprios dedos e apoiar o seu queixo sobre as suas mãos. - Conte-me, casada? Tem filhos? Se for não para as (duas) resposta podemos ir para outro lugar depois do jantar.

- Não, eu não sou casada e não tenho filhos, ainda não encontrei uma pessoa que queira isso. - Volto a tomar mais do meu vinho e percebo o garçom se aproximar com os nossos pratos, ajeito-me na mesa, ainda sorrindo com as perguntas que me foram feitas.

Esse jogo dele é típico, o garanhão que joga o charme para ganhar o que quer após o jantar e depois some. Pego os meus talheres e começo a comer, sentindo cada sabor na minha boca, fecho os olhos e suspiro, logo escuto Fillipo rir baixo, olho para o mesmo e começo a rir.

- Não me olha assim, isso é maravilhoso, há muito tempo não como uma massa assim, lembro quando vinha com o meu pai aqui. - Tento falar um pouco mais sobre a minha família para que ele se sinta confiante comigo.

- Eu também estive muito aqui com os meus pais, mais só agora aprendi a aproveitar o lugar. - Percebo ele se inclinar um pouco na minha direção e limpar o canto do meu lábio com delicadeza. - Licença.

Terminamos de comer ele logo pediu a conta, fiquei surpresa com a pressa que ele estava, enquanto Fillipo pagava a conta levanto-me e vou ao banheiro, levando comigo a minha bolsa e celular, entro em uma das cabines e pego o celular indo direto no contato de Ramon, percebendo as inúmeras mensagens.

Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora