Capítulo Bônus - Sentimentos profundos

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Phil Hawkins narrando...

O que foi que ela disse? O que isso significa? Ela gosta de mim? Meu Deus, o que está acontecendo no meu banheiro? Meu peito começou a pegar fogo, uma sensação que eu nunca havia sentido percorreu todo o meu sangue como se fosse um veneno. Que tipo de veneno é esse que consumia meu corpo tão rapidamente? É isso o que chamam de paixão? Esse sentimento profundo e intenso, capaz de me deixar fraco e vulnerável. Por que ela está me olhando desse jeito? Estou me sentindo acuado e prestes a cometer uma besteira. Ah, mas eu não posso machucá-la, porém, como eu vou explicar isso? Agatha, o que você está fazendo comigo? Quem é você, mulher?


- Phil, por favor me diz alguma coisa. - Ela interrompeu os meus pensamentos.

- O que você quer que eu diga? - Eu realmente não sabia o que dizer.


- Quer saber? Esquece. - Ela me empurrou, puxou a toalha que estava no box e cobriu a sua nudez.


- Agatha, espera. - Eu chamei ela, mas foi em vão.




Ela saiu do banheiro sem olhar pra mim. Eu me senti tão idiota que dei um soco na parede que cortou a minha mão. Mas isso não era nada perto do sentimento que eu estava sentindo. Que merda, Phil! Por que você é tão idiota? Como você pode ficar nervoso perto de uma mulher? Isso nunca tinha me acontecido uma única vez, e olha que eu já recebi todo o tipo de declaração possível. Principalmente após o sexo, incontáveis pedidos de namoro e até promessas de divórcio de mulheres que eram casadas. Eu sempre soube o que dizer, mas para a Agatha faltou palavras. O que o Charlie diria nesse momento? Fiquei imaginando o cenário e ele dizendo: "Garoto, deixe de ser besta! Abra o seu coração". Eu mesmo me respondi: "Eu não consigo". E ele continuou: " só diz o que seu coração mandar. Não se apavore e desabafe. As mulheres gostam das coisas que vem do coração".

Sim, na minha cabeça eu pude ouvir até a voz dele. Ele sempre me ajudou e me deu conselhos ótimos durante toda a minha vida, Charlie foi como um pai, o pai que eu nunca tive. Lavei a mão que estava com um pouco de sangue e sai do banheiro, eu estava totalmente molhado mas isso era o de menos. Dei de cara com ela na porta e a mesma disse:


- Eu só vim pegar as minhas roupas, daqui a pouco vou embora. - Ela tentou passar e eu não deixei.


- Espera, vamos conversar.


- Tá bom, fale então. - Ela cruzou os braços segurando a toalha.


- O que dizem sobre mim é verdade, eu sou mulherengo, galinha, promíscuo, galanteador, sedutor e todos os adjetivos que as pessoas quiserem me dar. A verdade é que eu sempre pensei que as mulheres fossem iguais.


- Iguais como, Phil?


- Iguais a minha mãe. - Engoli seco, cheguei a um detalhe da minha vida que eu não queria enfatizar.


- E como é a sua mãe?


- Uma vagabunda.



Agatha abaixou o olhar e ficou pensativa por alguns segundos, depois seguiu até a sala e eu fui atrás. Ela se sentou no sofá e continuou pensativa, então eu tentei explicar:


- Eu não sei se a Jessy te contou algo sobre a nossa família. A verdade é que a nossa mãe nunca foi uma mãe de verdade, também não teve nada de bom para ensinar para as suas filhas. Digo, para minhas meia irmãs, Angela e Jessy.



Se a Agatha soubesse o tipo de mulher que é a minha mãe, ela provavelmente vomitaria. Uma vagabunda que vivia bêbada e saia trepando com todos os homens que via pela frente. Ela deixou todos nós sozinhos e o pior padrasto que tive foi o pai da Jessy. Ele nos agredia frequentemente, quase todos os dias e isso me revoltou muito. Agatha me olhou curiosa e perguntou:



Duskwood - AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora