Mais um dia apenas

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Voltei para o carro correndo e quando entrei o Phil fez uma cara de quem estava perdido no rolê:




- Por que você está vestida desse jeito?



- Não consegui a autorização para ver o Jake, então tive que dar meus pulos. Você pode ir dirigindo? Não quero correr o risco de ficar e ver onde isso vai dar. - Tirei o boné e joguei na calçada.



- Vamos pra onde? - Phil começou a sair com o carro do estacionamento.



- Jessy! Preciso falar com a Jessy.



- Bom, então vamos para o Rogers Garage - Ele me olhou de canto - Você vai me dizer o por que está tão nervosa?



Sem enrolação eu contei todo o plano do Jake para o Phil, ele ouviu tudo sem dar uma só palavra. Eu realmente estava nervosa com aquilo, com medo de que aquele plano não desse certo e o Jake se metesse em mais uma enrascada.




- Se ele está fugindo é porque já tem culpa no cartório, não acha? - Phil me olhou rapidamente antes de continuar falando - Se ele fosse inocente de alguma dessas acusações, o mínimo que ele poderia fazer era provar sua inocência na presença de um juíz.



- E isso realmente importa? Todos nós fizemos besteira ou guardamos segredos, não é mesmo? - Phil me olhou de canto novamente.



- Não fica insuando coisas, Agatha. Se quer falar alguma coisa é só dizer.



- Não quero tocar nesse assunto, não agora.




Ele ficou em silêncio e eu me incomodei com aquilo. Eu nunca tinha tocado naquele assunto peculiar sobre a pulseira da Jennifer, como ele adquiriu o Bar tão fácil através do testamento do Michael Hanson e a suposta relação com a Hannah. Aliás, eu não me importei com isso, mexer no vespeiro não era a minha intenção. Então eu levei a mão até o rádio do carro e logo após começou a tocar uma música bem conhecida. Estava tocando a música do Fifth Harmony - sledgehammer. É uma música que eu gostava muito e no início eu só cantarolava enquanto olhava para fora da janela. Mas eu não consegui me conter quando o refrão começou a tocar. Por um momento eu até tinha esquecido tudo o que estava acontecendo, da chuva, do Jake, do meu irmão e da presença do Phil ali. Então eu comecei a cantar a pleno pulmões e sem nenhuma preocupação, batendo a mão direita na perna conforme a batida da música. Foi tão inocente, tão emocionante e me tranquilizou muito. Quando eu menos esperava o Phil estava parado no sinal e olhando pra mim com um sorriso de canto. Na hora a ficha caiu, eu estava cantando como uma louca dentro do carro e com ele me ouvido. Rapidamente eu desliguei o rádio, minha cara queimou de vergonha e ele disse:




- Alguém já te disse que você tem uma voz bonita?




- Phil, para. - Não consegui olhar pra ele, então abri a janela pra respirar melhor.




- O que foi? Não posso mais te elogiar?




- Isso não foi um elogio, você está me zuando.



- Agatha, eu não estou te zuando. Estou falando sério - Ele tocou no meu queixo e me fé olhar pra ele - Dá pra você acreditar em mim?




- Ta bom. - Fiquei emburrada. O sinal abriu e ele voltou a sua atenção para a estrada.



- Você devia cantar comigo no casamento da minha irmã. - Ele sorriu rapidamente.



- O que? Não! Ficou maluco?



- Você canta bem, só precisa treinar um pouco. Já cantou profissionalmente?



Duskwood - AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora