Duda Hernandez

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Agatha narrando...

Alguns dias se passaram, o ritmo na agência estava frenético. Não só por causa do nosso maníaco, mas também com a presença do Jake que causava a maior comoção da imprensa e das pessoas na internet. Todos os dias eu saia do trabalho e via algumas meninas, muitas delas eram jovens, com cartazes românticos na porta do prédio do FBI. Ah, se elas soubessem o quanto o Jake é um covarde, não ficariam levantando bandeira pra ele. Quem diria que ele viraria uma lenda na internet e tudo isso por causa do I AM Jake. Tudo por causa da Lilly e da história da sua irmãzinha que foi salva do seu cativeiro por um hacker misterioso. Começaram a criar comunidades na internet pra ele, sua foto foi parar em vários cantos e ele ganhou uma legião de admiradoras em toda a região. Para essas meninas, o Jake era um herói e todas queriam estar com ele. Eu achava patético porque eu já fui assim como elas.

Hoje era um dia daqueles, eu ia conversar com a Duda Hernandez pela primeira vez. Ela teve todos esses dias para se recuperar fisicamente e emocionalmente, sua psicóloga esteve aqui a dois dias e disse que ela estava preparada para esse tipo de conversa. Portanto que eu tivesse cuidado com as palavras e fosse gentil. Eu passei por todos os treinamentos possíveis e isso não foi em vão, fui até a porta da sala de interrogatório infantil e fiquei olhando através do vidro a Duda brincar perto da sua psicóloga. Respirei fundo e abri a porta devagar, para não assustá-la:




- Oi, posso entrar? - Primeiro pedi licença, com a voz baixa e com um sorriso no rosto. A Duda olhou pra mim automaticamente.


- Duda, lembra da Agatha? - A psicóloga perguntou e a menina respondeu balançando a cabeça positivamente - Ela pode entrar e ficar um pouco aqui? - A menina sorriu pra mim e balançou a cabeça novamente - Ótimo, eu vou buscar um refrigerante para nós todas. Não se preocupa, eu volto já.




Seguindo o protocolo, a moça saiu da sala e nos deixou sozinhas lá. Eu me aproximei da Duda bem devagar, ela estava brincando com miçangas e fazendo uma pulseira. Sentada no tapete da sala e em frente a uma mesinha colorida. Todo o ambiente era decorado e estrategicamente preparado para passar conforto a uma criança. Eu me sentei do lado dela e disse:



- Oi, como você está?


- Bem. - Ela continuou brincando e não olhou pra mim.


- Que bom, eu fico feliz em ouvir isso. A sua psicóloga te disse o por que você está aqui?


- Sim. Ela disse que você quer fazer umas perguntas pra mim.


- Isso. Mas saiba que você não precisa responder se não quiser, somente se você se sentir a vontade e segura. Tá bom? - A menina balançou a cabeça novamente, e colocou a pulseira que ela acabara de fazer em meu pulso.

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Duskwood - AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora