O significado de perdão.

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Pedi gentilmente para que o José me deixasse na casa do Dan e que depois ele poderia ir embora com as compras, e assim foi feito. Bati na porta do Daniel e fui recepcionada não só por ele, mas pela minha cadelinha:





- Oi, garotinha. Eu vim te buscar! - Rollie pulou na minha perna e fez a maior festa.



- Acho que ela adivinhou que você viria, ela ficou cerca de vinte minutos chorando na porta.



- Eu consegui deixar ela de lado também. - Murmurei.



- Como é que é, você vai entrar ou não? - Dan cruzou os braços e me encarou.



- Que cheiro é esse, Dan? - Me referi a um odor agradável ao meu estômago faminto.



- Ah, isso? Deve ser o meu perfume. Eu acabei de tomar banho e...



- Não, é cheiro de comida. - Empurrei ele e entrei em sua casa, procurando o motivo da minha lombriga estar assanhada.




- Caramba, isso que é fome.




Rollie veio me acompanhando, eu sentei no sofá e ela ficou deitada no meu pé. O Dan estava com suas roupas dark costumeiras, mas com um pano de prato quadriculado jogado em seu ombro. Uma cena peculiar e divertida de se ver, óbvio que eu não ia deixar aquilo passar em branco:





- Eu gostei do estilo pano de prato para donos de casa.



- Há, essa foi boa, Boo. Vou programar a risada para a terça feira, às 9:00 da manhã.



- Vai, diz aí o que você fez pra gente comer? - Cruzei as pernas e fiquei esperando ansiosamente pela resposta.



- Filé ao molho madeira, um arroz branquinho para acompanhar e uma salada de ovos a moda antiga. A receita é da minha avó - Ele disse sorrindo - Claro, não pode faltar um Cabernet pra dar uma apimentada a mais.



- Você fez esse jantar pra mim ou... - Olhei para o lado e tinha uma calcinha enfiada no vão do sofá. Peguei ela com os dedos em modo " pinça " e a joguei na cara dele - Para dona dessa calcinha?



- Porra! Como isso foi parar ai? - Ele rapidamente guardou a calcinha no bolso.




- Daniel Anderson, você está namorando? - Dei risada.



- O que? Não! O que? Isso não! - Ele gaguejou.



- Eu conheço ela? É alguém do grupo? - Fiquei curiosa.




- Boo, isso não é da sua conta. - Ele ficou vermelho e foi saindo de fininho para a cozinha. Óbvio, eu fui atrás.




- Dan, você sabe que pode me contar tudo.



- Talvez eu não esteja o suficiente bêbado para contar esse tipo de coisa.




- Você bebeu hoje?



- Qual dia da semana eu não bebo, Agatha? - Rapidamente ele abriu a garrafa do Cabernet e deu uma golada no bico.



- Não me diga que você está saindo com a Lilly Donfort? - A frase saiu espontaneamente, mas o fez engasgar e tossir várias vezes - Não precisa dizer mais nada. Acho que meus instintos de detetive estão mais apurados do que nunca. - Voltei para a sala rindo e óbvio, ele veio atrás.



- Por que só o nome dela passou na sua cabeça?



- Eu me lembro de ver você a chamando de querida e ela te convidando para ir na casa dela. - Ops, falei demais.




Duskwood - AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora