Duskwood - Aurora

Conclusões

Eu acordei com uma dor muito forte no braço e abri os olhos rapidamente. Eu estava sentada em uma cadeira, meus dois braços estavam amarrados para trás, vi que eu estava dentro da casa e olhei em volta. Era tudo muito sujo e velho, não tinha muitas coisas e o Jake estava estendido de bruços no chão. Eu comecei a chamar o nome dele baixinho, mas ele não me respondeu e nem sequer se movimentou. Olhei para o outro lado e vi alguém também deitado na chão, seu dorso estava escondido atrás de uma parede e eu só conseguia ver as pernas estendidas. Imediatamente eu tentei me soltar, mas meu braço doía tanto que eu gemi alto com a dor causada. Logo depois, aquele desgraçado apareceu com a minha arma na mão e disse:

- Agatha, como é maravilhoso ver você aqui na minha frente - Seu sorriso frio me deu arrepios - Foi essa arma que você usou para me acertar? Que decepção! - Ele mostrou o ferimento no seu braço, causado pela minha arma.

- Você me enganou.

- Ah, a foto da sua amiga? Eu peguei na internet, aliás, você realmente é muito passional - Ele olhou para o Jake - Quem é esse cara? Eu sei que não é o seu namorado, até porque eu sei quem é ele.

- O que você quer, Marcus? - Olhei pra ele com rancor.

- Vingança. Você tirou a minha menininha de mim. Ouvir o seu nome no noticiário sendo exaltado porque você salvou a Dudinha do cativeiro, foi a coisa mais nojenta que eu já ouvi em toda a minha vida! - Ele gritou.

- Nojento foi o que você fez com ela!

- Eu só quis fazê-la feliz, ela era a minha menininha. A mais nova de todas, a menina dos meus olhos - Suas palavras embrulharam o meu estômago - Eu odeio ver uma mulher chorar e enquanto ela estava aqui, seus olhos não pararam de emanar água. Foi quando eu decidi levar ela para Duskwood. Quem sabe ela não matava a saudade da cidade e foi ai que ela escapou de mim - Marcus gesticulava como uma criança, até a voz dele mudou. Era bizarro - Eu jurei que ia te matar depois disso. Você acabou com os meus planos e por isso eu tive que me virar com essas mulheres horríveis.

- Elas não eram mulheres, eram crianças ou adolescentes. Você é um doente! - Me movimentei na cadeira e gemi de dor.

- Dói, não dói? - Ele se aproximou de mim e agachou na minha frente - E vai doer ainda mais. - Ele apertou o meu braço, me causando uma dor latente.

- Filho da puta! - Gritei.

- Isso não me ofende, querida - Marcus riu da minha cara - Vamos lá, eu ia falar sobre algo importante antes da sua morte. O que eu ia falar mesmo? - O jeito que ele gesticulava era bizarro - Ah, seu irmão e os seus pais.

Meu peito queimava de ódio, tanto que o meu sangue começou a ferver. A minha vontade era de matar ele com as minhas próprias mãos. O cheiro que ele tinha era algo parecido com enxofre, não era normal aquilo. Ao tocar no nome dos meus pais, só piorou a sensação de mal estar:

- O que você tem a ver com isso, desgraçado?

- Seu irmão foi algo que o destino trouxe pra mim. Eu o conheci na faculdade e apesar de eu não ser bicha, ele me dava bastante dinheiro e em troca eu comia ele.

- Seu porco, nojento! - Fiquei nauseada mais ainda pelo jeito dele falar.

- Ei, escuta só - Ele mexeu no meu cabelo e eu virei o rosto abruptamente - Apesar de gostar dessa vida que o seu irmão mauricinho me dava, eu tinha a minha vida paralela, entende? E quando você entrou no meu caminho e eu soube que ele era seu irmão, foi como um presságio de coisas boas.