Ataque premeditado

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Agatha narrando...


As vezes andar sozinha na rua me dava uma sensação de liberdade. Como se eu fosse dona do meu próprio nariz, não que eu já não fosse, mas de certa forma uma mulher nunca é dona do seu próprio nariz. Sempre vai ter um bicudo para se intrometer na nossa vida, nas nossas escolhas e na forma em que nós desejamos viver. Dizem que somos iguais, mas o sexo feminino sempre estará em desvantagem quando se trata do sexo oposto.
Eu vivi isso quando entrei na agência do FBI, é até comum ter mulheres por ali, mas ainda sofremos um certa discriminação por ser mulher. Lembro-me da época em que eu iniciei no treinamento, por causa do meu tamanho os caras achavam que eu não ia derrubar ninguém. Até que um dia, na aula de auto defesa, eu levei ao chão o nosso professor. Todos ficaram me olhando assustados, por um tempo me chamaram de louca. Porém, eu adorei essa sensação de ser temida e pela primeira vez na minha vida eu senti que poderia fazer qualquer coisa.

Interrompendo meus pensamentos, meu celular vibrou no bolso e era o Alan. Então começamos a troca de mensagens:





Alan: Boa noite, Agatha. Como você está?



Agatha: Estou bem na medida do possível. Descobriu alguma coisa?



Alan: Receio que sim. Depois de uma longa análise, descobriram o ácido que jogaram no óleo de freio do carro dos seus pais. Era ácido Muriático, ele é bem comum, pois é usado para desentupir ralos e pias.



Agatha: Não dá pra acreditar nisso. A arma do crime estava basicamente nas mãos deles e de fácil acesso?




Alan: Sim, mas não se dê por vencida. Pois já sabemos a marca do produto que usaram e por incrível que pareça, essa marca específica não tem aqui no interior. Isso vem da cidade grande, a porcentagem desse ácido é maior que as outras marcas de uso doméstico. A marca usada é de uso industrial. Seja lá quem foi que comprou, tem o CNPJ e não CPF.



Agatha: Vocês conseguem rastrear isso?



Alan: Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, ok?



Agatha: Me mantenha informada.

"Agatha está offline ".




Em pensar que esse caso já está me levando a loucura, ainda tenho que me preocupar com essa pessoa que matou os meus pais. Isso foi a pior covardia que podiam fazer, esse tipo de pessoa não tem alma, não tem coração, o que eles fizeram de ruim para merecer tamanha covardia? Eu estava quase chegando ao restaurante, só precisava passar por um terreno baldio. Estava muito escuro e de certa forma me acendeu um alerta no corpo, como se eu sentisse que alguém estava me observando. Então peguei a minha arma que estava nas minhas costas e coloquei ela na frente da minha barriga. Um calafrio percorreu todo o meu corpo, o que me fez olhar para trás e ver um carro parado embaixo de uma árvore. Quando eu passei por ali não tinha visto nada, talvez por estar concentrada no meu celular. Nesse momento em que eu olhei, o farol do carro acendeu, me deixando completamente cega por alguns segundos. Ouvi o carro cantando pneu e vindo na minha direção, eu estava na calçada e não tinha para onde fugir. Eu dei um passo para trás e senti o meu corpo ser praticamente arremessado para baixo.

O terreno baldio tinha um enorme barranco, e eu desci rolando para baixo. Foi uma queda rápida e dolorosa. Tinha muito entulho por ali, quando parei de rolar pude sentir uma dor aguda no braço esquerdo. Eu já conhecia aquela dor, provavelmente eu tinha sofrido uma fratura. Eu gemi de dor, fui me arrastando em meio a terra até uma caçamba de lixo. Apoiei o meu braço em cima da perna para ajudar na dor, foi quando eu vi lá de cima do barranco o homem saindo do carro e olhando para baixo, tentando me encontrar. Acredito que nesse momento ele me viu, pois ele soltou um gruido e na sua mão estava um teaser, no qual ele ligou e fez um barulho alto. Eu me encolhi toda, tentei me esconder, mas ele começou a descer o barranco bem rapidamente. Eu peguei a minha arma, a engatilhei e apontei para ele:



- Se você chegar perto de mim, eu vou atirar!! - Gritei apesar da dor que eu estava sentindo. Novamente ele soltou um gruido e veio correndo em minha direção, foi ai que eu atirei nele duas vezes.




Acredito que não deve ter pego nele, mas ele deu a volta e subiu para cima do barranco novamente. Depois disso eu ouvi o carro cantando pneu de novo e foi ai que eu decidi ligar para o Phil. Após o Phil dizer que já estava vindo ao local, eu voltei a me encolher, ainda sentindo uma dor horrível. Meu celular vibrou e era uma mensagem de texto:




Desconhecido: Você é uma puta de uma vadia louca! Você me acertou de raspão!



Agatha: Sorte a sua que eu não atirei nesse seu pintinho nojento!




Desconhecido: Isso não vai ficar assim!




Agatha: Não vai mesmo, pois eu vou te pegar antes que você faça mal a mais alguém.




Ele ficou online, mas não respondeu a minha mensagem. Por um momento meu coração gelou e eu temi, então continuei ameaçando.




Agatha: O que você achou que ia fazer comigo? Você ia me matar?




Desconhecido: Seria muito fácil. Vou brincar com você e depois te matar aos poucos, assim como vou fazer com a sua amiguinha.




Agatha: De quem você está falando?




Desconhecido:

Se quiser ver a sua amiga novamente é melhor ser esperta e mandar seus agentes de merda irem embora da minha floresta! "Desconhecido está offline "

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Se quiser ver a sua amiga novamente é melhor ser esperta e mandar seus agentes de merda irem embora da minha floresta! "Desconhecido está offline "





Não! A Jessy, não! Meu Deus, novamente esse pesadelo está acontecendo! Por que? Por que eu? Por que sempre comigo? Eu não podia deixar a Jessy morrer nas garras desse homem, eu tinha que ajudá-la. Mas eu não podia contar isso para o Phil, eu jamais conseguiria. Ao pensar nele, o mesmo apareceu. Eu gritei, fazendo ele me ver lá embaixo do barranco, então ele veio correndo e assim que chegou disse:




- Você está bem, Agatha?



- Sim, eu estou bem - Ele quis me pegar no colo - Não precisa, eu consigo andar.




- Tá, eu vou te levar para hospital então...




- Não. Eu já disse que estou bem, só quero ir para o apartamento e ver se o Jake consegue rastrear o número desse filho da mãe. - Me levantei com dificuldade, pois o meu braço esquerdo estava quebrado.



- Esquece esse cara, eu estou aqui agora. Ele não vai te machucar, pensa no seu braço.



- Eu achei que tivesse quebrado, mas foi só uma torção. Eu caí em cima dele quando rolei até aqui. Um analgésico vai resolver - Comecei a andar e o Phil me parou.




- Você tem certeza do que está falando?



- Eu tenho, amor. - Eu menti pra ele e fiquei segurando a dor.




Ele balançou a cabeça e ambos subimos o barranco. Voltamos de carro para o apartamento, e a minha única preocupação nesse momento era a Jessy.




(Continua)...

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