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Narrador

- Outro "deplorável" Pontas? - Remus folheava a prova de aritmancia de James - Vai acabar sendo reprovado e fazendo o sétimo ano novamente!
- Caso não tenha notado Aluado, mas o Potter não está aqui em terra! - Sirius amarrou os cabelos em um rabo de cavalo e indicou James com a cabeça.
James estava com a cabeça apoiada entre as mãos e parecia pensativo.
- Qual foi James? Levou outro fora da Lily? - Peter entrou na comunal e se jogou no sofá colocando as pernas em cima de Remus.
- O pior que que nesses últimos dias nem na Lily ele tem falado mais - Sirius deu um forte pescotapa em James para acorda-lo de seu transe.
Potter escorregou e bateu a cabeça.
- Que diabos almofadinhas! - James faz uma careta de dor e coloca a mão na cabeça para ver se está sangrando.
- Me desculpe! Mas esse foi o único jeito de te trazer de volta meu querido - Sirius deu de ombros.
- Meus queridos marotos, sabem como é né? Pensando na ruiva - James voltou a ficar aéreo.
- Falei que era a Lily! - Peter diz, comendo algum salgadinho velho que achou nos vãos do sofá da comunal.
- Lily? Que Lily? - James volta a realidade bruscamente.
- James... Você tá bem? - Remus perguntou espantado pelo amigo rejeitar Lily.
- Melhor do que nunca! - Potter se jogou na poltrona confortavelmente - Conheci uma gatinha, e o melhor é que ela é aqui da escola!
- E por acaso, essa "gatinha" também é ruiva? - Sirius sorriu de lado.
- O Pontas tem uns fetiches estranhos - Peter amassa a almofada no próprio rosto.
- Vai entender o James - Lupin volta a ver as notas do amigo que estava nas nuvens.

Marjorie Lovegood

Mais um ano caótico nesse lugar. Sinto os olhares em minhas costas antes mesmo de chegar no dormitório, bem vindos a sonserina. O que me lembra, que, não era para eu estar aqui.
- Esse sempre foi o meu lado do dormitório! - Escutei a voz de Roberta Parkinson berrando como sempre.
- O seu nome não está aqui! - Ouvi outra voz que não reconheci de quem é.
Respirei fundo antes de abrir a porta. Roberta e a garota que não conheço me encararam quando entrei, antes da face da Parkinson mudar para aquele olhar presunçoso que já conheço.
- Quem é vivo sempre aparece, não? - Roberta riu baixinho, com suas outras amigas que estavam no fundo do dormitório.
O dormitório feminino da Sonserina abrigava cinco garotas.
Roberta Parkinson, filha de gente rica. Ela gosta de tornar minha vida miserável, em mais miserável ainda.
Sabrina Finnigan, a servente principal de Parkinson. Sempre metendo o nariz onde não é chamada.
Pantalona Chang, uma planta na Sonserina. Não serve para nada.
E a garota de cabelo preto e branco, com piercing no nariz, totalmente desconhecida.
E Marjorie lovegood, a empata chapéu. Nada mais a dizer, o rótulo já diz tudo.
Quando você é um estudante, e te dão um rótulo você não é nada além do rótulo... você nunca será nada além de um mero rótulo.
- Uma colega nova! - A estranha veio até mim saltitando - Meu nome é Filie Macmillan!
Ela estendeu a mão com um sorriso, fiquei encarando a mão de Filie  tempo o suficiente para ela perceber que não quero falar com a tal.
- Ah... - Filie ficou sem graça - Parece que seremos vizinhas de cama! - Ela apontou para a cama dela do lado da minha. Ótimo!
Coloquei meu malão em cima da cama, e fui desfazendo enquanto Filie tagarelava sem parar.
- Olha, você é uma garota gentil com um sorriso gentil. Mas a parte boa desse dormitório é que não preciso falar com ninguém, então se não for incômodo eu vou sair. Bom dia e Boa tarde! - Passei por Filie para finalmente poder sair dessa joça!
Mas claro, Lucius estava parado na ponta das escadas do dormitório feminino. Não me atrevi a descer mais um degrau.
- Finalmente, me viu na Comunal e nem veio me dar boas vindas! - Ele sorriu.
- Não, e saia daí Lucius Malfoy! - Apertei o corrimão da escada com força.
- Como quiser Lovegood, depois a gente conversa! - Lucius saiu sorrindo da minha rota de visão.
Respirei aliviada, era a última coisa que eu precisava. Devia ser grata a Lucius, mas tinha vergonha, ele é a segunda pessoa que eu quero ver aqui em Hogwarts.

O corredor estava cheio de alunos, andar no canto das paredes é um ótimo jeito de passar despercebida.
E consegui até chegar no lado de fora de Hogwarts, onde fui para a floresta proibida. Meus matérias estavam acabando. Precisava de casca de Salgueiro, pétalas de orquídeas negra de Rowena, folhas de beladona, e visgos de diafanina. Foi a paleta que minha cliente número um pediu.
Já disse a Marlene que deveria ter cuidado a mexer com a tinta da beladona, mas ela diz confiar em sua intuição. É no banheiro feminino da Murta no terceiro andar que eu trabalho, lá onde todos tem medo de entrar. Meu negócio clandestino de tintas e corantes naturais em Hogwarts são a única coisa que me mantém de pé nesse lugar. Tenho guardado esse dinheiro para publicar meu livro e virar uma autora mundialmente famosa, para meus leitores acharem que o personagem principal da história seja igual a mim, feliz. Mas afinal, manipulo a verdade se acho necessário, sou escritora... Termino essa paleta e guardo dentro da capa. Se alguém descobrir meu negócio de tintas... posso ser expulsa, o problema seria totalmente meu. Afinal se eu saísse, hogwarts soltaria fogos

Vou andando pelo corredor, mas alguém dos muitos que me odeiam esbarra em mim, me fazendo cair de peito no chão, eu senti algo quebrar em baixo de mim, só o cheiro me fez perceber o que era. Minha visão ficou turva, senti que iria vomitar as tripas para fora, com isso posso confirmar, felicidade é saudável para o corpo, mas só a dor robustece o espírito, talvez morrer seja a parte menos dolorosa da vida, o que eu tinha certeza que iria acontecer quando a tinta quebrou em baixo de mim, e a beladona entrou em contato com a minha pele...

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora