XXIV

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Narradora

- Vamos rápido ela não deve estar muito longe! - Mary e os alunos de Hogwarts corriam pelas ruas da Amazônia.
Descalços e de pijamas, com as varinhas nas mãos e vários caiporas os perseguindo.
- O que você viu exatamente em sua visão Dorcas? - Peter pergunta afastando os mosquitos do rosto.
- A nossa Marjorie, Peter, eu não sei explicar mas ela está em apuros e você pode ter certeza! - Dorcas falou apressada.
- Ela parece um ímã de problemas não é possível! - Alice reclamou mas corria o mais rápido que podia, ela havia tomado carinho pela Sonserina.
- A viagem mal começou e seremos expulsos! - Fabian reclamou.

Marjorie Lovegood

- Como ousa invadir a minha caverna! - A monstra gritou com o que parecia catarro saindo da boca.
Um ruído saiu da minha garganta enquanto me empurrava para trás ainda no chão.
- Você é a Cuca? - Fecho meus olhos com tamanho da estupidez da pergunta.
Era um monstrengo, uma jacaré de uns 2 metros de altura, com a boca dentada e o que parecia uma palha na cabeça, ela também tinha o rosto de quem deve ser temida.
- Macacos me mordam que garotinha insolente! - a bruxa ergue o braço e o que parece uma corda invisível me levanta pelo pescoço.
Me jogando no caldeirão enorme.
- Não! - Me debato tentando me soltar.
Algo é colocado dentro do caldeirão me fechando ali.
- Minha varinha! - Percebo que a minha varinha não está comigo.
O caldeirão era escuro e fazia ecos. Era morte na certa.
Encostei na interna fria do caldeirão com as mãos na cabeça.
- Eu perdi... - Eu perdi! A missão que me foi designada, a minha vida na missão, e a vida que eu poderia recomeçar.
Fecho os olhos pensando no que poderia dizer antes de morrer, na mão daquela bruxa. Não tinha o que fazer, eu não estava com a minha magia, eu não tinha uma poção comigo, eu fracassei!

"Se eu morrer jovem, me enterre em cetim
me deite em uma cama feita de folhas
mergulhe-me no rio, ao amanhecer
me mande embora com o gelo da manhã"

Sou acordada de meu sonho quando sinto um tremor no caldeirão. De repente, já não sinto nada abaixo de mim, e eu caio na imensa solidão. Com meus gritos ecoando no ar.
A queda parecia infinita, e aquela era a última vez que eu senti o meu cabelo sobre o meu rosto, a minha boca seca com o ar, a adrenalina no meu corpo. Ah eu deixarei Sirius e Régulos! Deixarei Xenophilius! Deixarei Fillie e meu Canino.
O infinito queda começou a rodar e rodar e rodar, me mandando para o olho do furacão.
Sinto duas coisar se mexerem no meu pescoço, 1 o medalhão e 2 o colar que ganhei de Lucius!
- O que está acontecendo? - Escuto a bruxa dizer do lado de fora.
POW! De repente uma pressão me joga para fora muito rápido.
O caldeirão explodiu.
- Meu caldeirão, bruxinha medíocre! - Me levanto ainda meio tonta, da explosão.
- Eu estou viva... - Sussurrei ofegante com segurando meu coração.
- Megera! - A Cuca diz me tirando transe - Avada Kedavra!
Arregalo meus olhos quando um raio verde me atingiu no peito.

" - Marjorie? Acorde criança! - escuto uma voz.
Mecho meus olhos devagar. Estava muito claro, muito brilhante e muito branco.
- Ah minha irmãzinha, não seja tartaruga!
- Luna? - Me sento rapidamente.
Ela era, ela estava ali! Ela estava ali!
Me jogo em seus braços.
- Eu senti tanta a sua falta! - A digo chorando enquanto a abraço.
- Eu também - Ela diz com a doçura reconhecível no sorriso.
- Eu morri? - Pergunto a ela, ela estava morta, eu estaria também.
Ela nega com a cabeça. Olho em volta
- E onde nós estamos? - Esse lugar me é familiar.
- Eu iria lhe perguntar isso agora! - Ela se levanta e me ajuda a levantar. Ela caminha comigo eu me lembro de caminhar lado a lado com ela.
- Parece a estação de King's Cross - Suspiro - Eu tenho que voltar, não tenho?
Luna faz cara de confusão.
- Ah, depende de você!
- Eu tenho a opção? - Pergunto receosa.
- Oh sim, estamos em King's Cross - Ela olha em volta e sorri - Eu acho que se quiser voltar, você pode embarcar no trem.
- E para onde me levaria?
Luna me encara.
- Em frente!
- Você viria comigo? Eu não sei quero voltar se você não estiver lá - Seguro em sua mão.
Ela coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e beija a minha testa.
- Marjorie, aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade!
- Não! Eu não posso aceitar! Você está morta por minha causa.
- Eu não morri por sua culpa! - Ela segura em meu queixo e me faz a encarar - Estou em paz por sua causa.
Ela me solta e eu entendo que é hora de ir, a olho mais uma vez antes de entrar no trem. Aquela foi a última vez que vi minha irmã,  foi triste, mas foi necessário"

Abro meus olhos levemente, estou no chão. Estou com o meu peito doendo, vejo apenas os pés da monstrenga.
- Ah que maldito pingo! - Ela resmunga.
Volto meu olhos para cima, tem uma goteira.
Olho onde consigo, minha varinha está um pouco longe de mim.
Olho para bruxa e ela não vê a minha presença.
Estico meu braço para alcançar a minha varinha. Encosto nela e a puxo para mim, devagar.
Coloco a mão na boca para regular a respiração.
Aponto minha varinha para ela e digo.
- Aguamenti! - Fico surpresa pela varinha não escorregar da minha mão eu tremia.
Algo me diz que ela não gosta de água.
A cuca cai para trás me dando tempo de levantar. Meu peito doía muito.
A cuca se levanta tonta e desnorteada. Percebo que não posso a desarmar, porque ela não tem varinha.
- Impossível! - Ela vem para cima de mim.
Me desvencilho e vou para o lado. Cuca bate em seu armário de poção. O armário enorme começa a bambear inteiro, observo enquanto uma a uma as coisas começam a cair em cima dela, uma jarrinha com um conteúdo amarelo cai na minha cabeça, me abaixo por que dói, era de vidro e se espatifou na minha cabeça.
Tapo as orelhas, pois a bruxa grita agoniada enquanto é esmagada por mil e uma coisas.
Minha cabeça ardia.
Quando os barulhos cessaram eu descobri os meus ouvidos, foi uma cena terrível.
Imagens muito fortes da Cuca deteriorada me assombraram.
Aquela foi a primeira vez que eu matei alguém.
Ignoro meu estômago embrulhado e vou até seus livros, escolho o de aparência mais velha e parto as dores mas surpresa, eu levei um avada e não morri.
Toco o centro do meu peito que ainda dói, meu nome é Marjorie Lovegood e eu sou a garota que sobreviveu.

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora