XVIII

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Marjorie Lovegood

Os lençóis pinicam, essas camas são duras... Estou me tornando uma pessoa muito exigente. Apesar de tudo estou muito cansada então isso é melhor do que nada.
- Psiii! - Sento na cama quando escuto.
- Tem alguém aí? - Sussuro.
Quando coloquei meus pés no chão minha boca foi coberta e fui puxada para fora do quarto.
- Socorro! - Grito mas a mão da pessoa impede o som de sair.
Me debato nos braços dela. A pessoa me arrasta escada a baixo e eu teria caído se ela não me segurasse.
- Para de se debater Marjorie! Sou eu - Espera.
- Régulos? -  Empurro ele - Como você entrou aqui?
- É falso!
- O que é falso? - Pergunto indignada, como ele saiu de hogwarts?
- Marjorie, me escuta. O medalhão é falso! - Ele diz baixo para não acordar ninguém.
Indico o medalhão no meu pescoço e ele afirma com a cabeça.
- Dumbledore nos disse para buscar o outro! - Ele agarra em meu braço e o mundo começa a girar, parece que estou passando em uma fina mangueira.
Quando a tontura passa, vômito.
- Primeira vez aparatando? - Régulos segura meu cabelo para trás, para não sujar.
- Sim... - Digo enjoada.
Olho o lugar onde estamos, era uma caverna a beira mar.
- Que lugar é esse Régulos?
- Onde o medalhão está! O verdadeiro! - Régulos segura em minha mão e me guia dentro da caverna - Não pise na água!
Paro com seu alerta, tem um lago e é do outro lado que precisamos chegar.
- Me ajude! - Régulos puxa uma enorme corrente. O ajudo a puxar, era realmente pesado. A medida que puxávamos um barco vinha a nosso encontro.
- Eu vou primeiro - Entro no barco e Régulos logo depois.
- Aqui é frio! Você me tirou da cama de roupas de dormir, isso é inapropriado, parando para pensar quantos garotos estão me vendo de pijama ultimamente... - Sou cortada.
- Marjorie foco! - Acordo de meus devaneios, me perco tanto em mim que percebi agora que o barco estava em movimento.
- Eu acho que isso é perigoso - Olho para as águas suspeitas que nos rodeiam.
- Se for, eu terei que dar minha vida para salvar a sua.
Olho para o rosto dele e olho para meus pés.
- Sua vida vale mais que a de uma ruiva insignificante.
- Sirius precisa da irmã que gosta viva, e o irmão que odeia morto - Seu semblante continua sério olhando o nada.
- Será que seu irmão não tem motivo para te odiar? - Indico com os olhos a marca negra em seu braço, sua camisa estava escancarada.
- Ninguém pergunta se eu não tenho motivo para o odiar - Ele ri sarcástico - E sobre a marca, ela vai ficar linda no seu braço quando tiver.
Toco meu braço, e o imagino com aquela marca horrível.
- Arde sabia? Queima como fogo, e parece lombrigas andando quando se mexe! - Régulos não foi nada além de profissional desde que nos conhecemos.
- Por que? - O pergunto.
- Por que, o que?
- Por que disso - O analiso de cima a baixo - Por que arriscar a sua vida?
Seus olhos vão para o alto. O barco encosta na borda.
- Chegamos - Ele muda de assunto rapidamente.
Régulos sai do barco e me ajuda a sair. Havia um "bebedouro" de pedra enorme no centro, continha algo la dentro. Régulos enfia o dedo na mistura e o enfia na boca receoso, no mesmo instante o vejo curvar para trás gritando e segurando a barriga, ele estava em desespero. Meu coração acelerou, ele parece morrer na minha frente.
Olho para régulos e volto meu olhar para a coisa, o que é isso? Pego a concha que havia dentro do bebedouro e encho-a de líquido, aproximo a dos lábios...
- Não o beba! - Régulos alertou desesperado e agarrou minha perna.
Coloco a concha de volta e agacho ao seu lado o dando apoio para levantar.
- O que é isso? - Pergunto o dando apoio.
- A poção do desespero - Ele volta a recobrar a consciência.
- Armadilha.. - Sussurro.
- Marjorie! - Régulos me vira para ele - Eu vou beber essa poção, e eu não vou gostar - Ele pausa - Vai doer! Eu vou gritar e implorar para não beber, mas me promete... Me promete que vai me fazer beber?
- Régulos... - Como ele pode me pedir isso?
- Vai por mim, você vale mais infiltrada do que eu! - Ele baixa a cabeça - E quando eu beber toda essa poção, você vai pegar o medalhão verdadeiro e colocar o falso no lugar! Não seja fraca...
"Não seja fraca!" Escuto a voz dele em minha cabeça, o olho e pego uma concha da poção, agarro suas bochechas e travo nosso olhares.
- Bebe! - O dou com força o líquido.
No mesmo instante ele cai no chão gritando agarrando o abdômen, sinto as lágrimas descendo por meu olhos mas mesmo assim pego mais uma concha.
- Bebe Régulos! - O obrigo a tomar quando ele tenta afastar.
Ele engole a poção em desespero.
- Por favor! Para! - Ele grita comigo e agarra meu ombro com força.
Dou mais uma conchada a ele. Minhas mãos tremiam, ainda haviam 5 conchas de poção nesse negócio, eu estava o fazendo sofrer, eu...
- Engole! - O dou mais líquido e sou empurrada. Minha cabeça bate no bebedouro. É uma dor aguda, minha visão fica turva e meu cabelo fica mais vermelho com sangue.
- Só mais um pouco! - Agarro os cabelos de Régulos e enfio sua cabeça dentro do bebedouro.
Ele se debate me empurra e grita, mas eu não podia mais com aquilo. Só tiro sua cabeça de lá quando o bebedouro estava vazio. Soltei seus cabelos e ele caiu no chão, desmaiado, a pancada que ele deu foi feia.
- O medalhão! - Assim que o bebedouro seca eu vejo o medalhão.
Ele parece ainda mais odioso que o falso, esse arde como urtiga quando encosta. Da para ver como esse é bem feito, o ouro macio, ele é bem mais pesado. Obedeço régulos e coloco o falso no lugar do verdadeiro... Régulos!
- Régulos! - Chamo por ele desesperada, ele ainda está estirado no chão.
Mesmo adormecido sua feição expressa dor, seu corpo treme como se ele estivesse em coma de febre, além do seu suor frio.
- Eu juro Régulos se você morrer... Eu não vou te perdoar! Eu não vou me perdoar... - Minha voz falha e se mistura com as lágrimas que me escorrem.
Abraço seu corpo, apoiando sua cabeça em meu peito.
- Você não pode, morrer... Não pode, não aqui na minha frente... - Lembranças daquela noite caótica afetam minha mente - Não me deixa aqui sozinha, por favor...
E essa é a primeira... A primeira vez em muito tempo que eu não quero ficar sozinha.
Um estrondo alto sooa lá fora. Parece um trovão, mas na verdade aparece um elfo doméstico de orelhas grandes.
- Mestre Régulos! - Ele chama.
- Você pode ajudá-lo? - O pergunto rápido.
- Mestre me disse que você estaria desse jeito, Mestre Régulos me disse que era para os levar daqui. Meu mestre disse que apenas elfos domésticos e outras criaturas ou bruxos muito poderosos como Dumbledore podiam aparatar dentro dos arredores da caverna.
O Elfo doméstico caminhou torto até mim e segurou nossas mãos, e de novo o mundo girou.
Ele salvou Régulos, um ser escravizado por Bruxos, desprezado, o salvou. E depois os seres humanos são os mais inteligentes da terra. Vou ter que agradecer essa criatura... Não, esse salvador. Afinal a história não acabou com um cadáver em meus braços... Como da última vez.

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora