XXXVII

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Marjorie Lovegood

Elas seguiam como se em ordem para dentro de um buraco entre as árvores caídas cobertas de teias de aranhas. Canino tremeu em meus braços, talvez não tenha sido uma boa ideia trazê-lo. Tiro meu suéter e o amarro feito uma bolsa para colocar ele lá, assim tenho as mãos livres.
- Está sendo um bom menino rapaz - Digoenwuanto tento me enfiar no buraco.
Estava sujo com muita poeira, e então vi que não era um buraco qualquer, era como uma toca que se expandia, no chão tinha mais algumas aranhas.
- Quem está aí? - Uma voz terrível e rouca me dá calafrios - É você Hagrid?
- Sou uma amiga de Hagrid - Digo com a voz trêmula.
- Hagrid não costuma trazer amigos, Hagrid não tem muitos amigos.
Procuro de onde vem a voz... meu corpo cai para traz e caio sentada na poeira de choque. Era uma aranha colossal, enorme, uma acromantula, suponho.
- Sim... senhor...
- Aragog.
- Aragog, Hagrid foi preso em Azkaban, acham que ele tem algo a ver com... a câmara secreta.
Aragog se mexe inquieto, o que me assusta de certa forma.
- Ele nunca abriu a câmara secreta, eu estava lá, ele não tem culpa alguma - Escuto enquanto percebo mais centenas de aranhas descendo.
- Então, quem foi? Qual é o horror que tanto tememos?
- As aranhas fogem dele...  Não sei quem foi, era muito jovem quando estive no castelo, Hagrid cuidou de mim, porém nunca sai de dentro da caixa que estive lá.
Isso inocenta ele, mas... Aranhas não agem dessa forma, eu senti o circo se fechando, e haviam milhares delas.
- Bom... Aragog, obrigada... - Me levanto e aperto mais a bolsa que canino estava - Eu devo ir.
- Ah, não... Minhas filhas não atacam Hagrid por que eu não permito, mas não posso lhes negar carne fresca quando ela entra de tão boa vontade em nossa casa.
Corre.
Me virei para trás e corri mais rápido do que duas pernas poderiam, mas no caso delas, haviam oito!
Não havia como escapar.
- Arania Exumai! - Digo com a varinha em mãos afastando uma delas de perto de mim.
- Arania exumai! - Digo mais uma vez alto e de repente uma brisa gelada sai de mim, uma coisa azul que expele todas as aranhas. E ao mesmo tempo... eu.
Bato contra uma árvore, com força e escuto o grito fino de Canino.
- Hey! Você está bem? - Ignoro a dor que sentia e procuro ferimentos nele.
Ele está bem...
Preciso falar com Dumbledore.

- Hagrid é inocente, ele é inocente! - Protesto entrando abruptamente na sala dele.
- Eu sei, eu sei senhorita Lovegood - Dumbledore diz com a calmaria de sempre.
- E como pode deixá-lo lá? - Não escondo minha indignação - Em Azkaban!
- Não podemos fazer nada por Hagrid, Marjorie, não agora.
Tomo assento em uma poltrona ali.
- Quando isso vai acabar? As pessoas estão morrendo.
- Se você não continuar, temo que mais pessoas morrerão.
Dumbledore entra para os fundo de sua sala, e eu fico lá. De repente sua Fênix começa a se mexer inquieta e vira pó. Me aproximo, sei que isso é algo de sua natureza, e é lindo de se ver. Tem apenas um pequeno pássaro ali no meio.
- Perdi esse belo vislumbre - Ele volta a se aproximar com algo arrastando.
- O que é isso?
- Uma penseira - Ele explica.
- Ah - Afirmo lembrando vagamente de sua função.
- Isso, é a sua próxima luta.
Olho para a "pia" de pedra e não faço ideia de como fazer algo desse tipo.
- Luta? Como?
- As lembranças Marjorie, são águas desaguando nos oceanos. São perigosas e incontroláveis.
- Eu concordo plenamente diretor, mas ainda não creio se entendi - Eu não entendi.
- O professor Slughorn adora colecionar alunos excepcionais, ele tem interesse em ter você em sua estante particular. Talvez você deva conversar com ele.
- Senhor, o que eu posso tirar disso?
Dumbledore se vira para mim.
- Eu acredito... Que você saiba, senhorita Lovegood.
Claro, a foto que tinha no diário de Tom Riddle, o clube do Slurgh está acontecendo a décadas, ele pode  ter alguma informação.
- Você precisa dos nomes dos comensais que estavam na reunião? - Pergunto, me lembro disso ser um tópico importante.
- Guarde, para você criança. Vai precisar na hora certa - Ele pareceu diferente ao dizer isso - Você é uma comensal marjorie, está marcada. Pode ser absolvida da culpa se entregar esses nomes ao ministério.
Eu nunca parei para pensar nisso, se voldemort for derrubado e mesmo se não for, vou ser interrogada e julgada pelo ministério.
- Posso ir para Azkaban?
- As chances são poucas, mas sim, se algo der errado você pode - Engulo em seco com medo.
- O senhor vai estar a meu favor?
- Sim, sempre. Mas o que importa, é o seu depoimento, seu julgamento.
- Não... por que se ele não for derrubado... Acho que a sua fúria vai ser tão péssima quanto azkaban, mas você é a única pessoa que ele teme... Então Hogwarts-
- Hogwarts sempre estará aqui para aqueles que precisarem.

- Com licença professor Slughorn? - Bato ao entrar.
Ele estava bebendo hidromel sentado em sua poltrona.
- Ah, senhorita Lovegood! Que bom recebê-la, eu estava justamente querendo falar com você - Ele fez um sinal para que eu me aproximasse - Bom criança o que faz aqui?
- Eu testei um novo feitiço - Ergo um aquário com um peixe dourado "kingius" se não estou enganada - um de transfiguração de peixes dourados com o próprio cabelo, o meu está platinado agora mas antes era ruivo. E decidi dá-lo a você.
Ele ficou agradecido enquanto apreciava o peixinho.
- Então, pode me responder uma coisa senhor?
- Ah, claro senhorita pergunte o que quiser.
Olho dentro de seus olhos procurando um resquício de maldade, ele não estava lá na reunião dos comensais, provavelmente não era um deles.
- O que o Tom Riddle perguntou ao senhor anos atrás, e o que disse a ele? - Seu rosto se fechou em medo e arrependimento, e talvez em recordação.
- Não respondo por isso - Ele ficou irado - Foi Dumbledore, Dumbledore a mandou vir até aqui!
- Não importa! Por que estou aqui! O que importa, é o que o senhor fez, o que disse? - Havia horror em volta dele - Se continuar em silêncio, mais pessoas irão morrer, a câmara secreta foi aberta. Isso não o diz nada?
Ele se trancou, em uma forma que ninguém conseguiria abrir. Professor Horácio passou por mim irritado me deixando sozinha, não sei o que Voldemort fez com o professor, mas algo me diz que isso piora tudo.

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora