VI

165 12 1
                                    

Marjorie Lovegood

- Você está liberada! - Ouvi madame Pomfrey dizer assim que eu acordei na manhã seguinte.
-  Já? - Questionei coçando os olhos.
- Sim, o tempo passou rápido Marjorie. Você está a uma semana e meia na enfermaria - Madame Pomfrey dialogou sem tirar os olhos da papelada - Sua colega, Filie, levou as poucas coisas que você tinha aqui para seu dormitório, e segundo ela tudo está arrumado para você.
- Posso ir agora então? - Perguntei receosa.
Ela serrou os olhos para mim, suspirou e disse.
- Pode. Vai sentir algumas dores nas regiões das costelas, mas não vão interferir em nada. E é uma boa noticia, já que hoje é dia de visita a hogsmead - Ela me virou as costas e saiu andando. Eu não vou a hogsmead.

Me vesti no banheiro da enfermaria e voltei o mais rápido que pude para meu dormitório. Graças a Merlin, não tinha ninguém, tive tempo de arrumar minhas coisas do jeito que eu gosto sem interrupções. Até alguém me gritar lá da comunal.
Minha paz sempre é interrompida. Desci as escadas mas não tinha ninguém.
- Potter, como você conseguiu entrar aqui! - Revirei os olhos já sabendo que era James.
- Potter? - Pulei de susto, deu uma pequena dor na minha costela.
- Lucius! - Era Lucius, ele estava sentado em frente a poltrona então não consegui o ver.
- É... Esperando outra pessoa? - Lucius perguntou desconfiado.
- Eu não esperava ninguém! - Meus ombros relaxaram - Muito menos você, depois de ontem!
- Eu salvei você! - Sua expressam endureceu.
- Você bateu no meu irmão.
- Você pediu socorro! - Tem razão... dessa vez ele está coberto de razão.
- Certo. Me desculpe, eu só não quero... - Ele me cortou antes que eu terminasse.
- Conversar? - Lucius suspirou, veio até mim e colocou a mão em meu ombro - Éramos tão próximos Marjorie... O que mudou?
Estava lutando contra as lágrimas, será que ele não entende? De um ano para cá, tudo mudou depressa demais.
- Tudo mudou, e você sabe. Indiretamente, você me lembra de um dos piores momentos da minha vida - Me soltei dele.
- Não estou dizendo que me arrependo de ter te salvado.... Mas se eu soubesse que iria te perder... - Lucius ficou em silêncio - Precisamos conversar, mesmo você prolongando, sabe que precisamos.
- Sei... - Me apoiei na poltrona.
- Vamos a Hogsmead hoje, vai ser melhor - Lucius tinha razão por mais doído que fosse. É, vamos a Hogsmead.

O balanço da carroça que nos levava já estava me incomodando, e esse silêncio arrebatador que estava era pior.
- Lembro de quando nós nos conhecemos - Lucius quebrou o silêncio me tirando de meus devaneios.
- Como?
- Você estava comprando sua varinha no olivaras - Ele riu baixo - Tenho a cicatriz até hoje.

"Hoje, Phili me trouxe para comprar meu material escolar para hogwarts, minha carta chegou essa semana. Meus pais pularam de alegria, acho que tia Pina nunca tinha gritado tanto, para uma mulher tão fechada ela se mostrou bem animadinha.
- Olá? - Perguntei receosa ao entrar na loja denominada olivaras.
- Oi! - Me assustei quando um senhor idoso apareceu de um lugar que não vi onde era - Eu sou o Olivaras e você está na loja Olivaras!
- Sim! Eu vim comprar uma varinha! - Tirei minha lista de material do bolso - Só não sei qual é o modelo.
- Modelo? - Ele gargalhou alto - Não querida! A varinha escolhe o bruxo, não o bruxo que escolhe a varinha!
Ele foi para traz do balcão, procurando alguma coisa, puxou uma caixinha e tirou uma varinha de lá.
- Carvalho, vibra de dragão, nada maleável - Ele sussurrou com a varinha perto do ouvido - Vamos testar!
Ele me entregou a varinha, o olhei meio confusa mas a balancei de leve.
- Ai! - Escutei assim que um menino veio parar aos meus pés.
- Nossa! - Exclamei quando vi que o braço dele sangrava - Eu tenho ditamno!
Olivaras, pegou a varinha da minha mão e murmurou um "não".
A queda do garoto foi devido a uma escada enorme que caiu, e ele estava no último degrau.
- Loja estupida! - Ele gemeu de dor quando eu coloquei remédio na ferida dele, pelo menos se fechou.
- Por que trabalha aqui então? - Perguntei enquanto fechava o potinho de ditamno.
- Não trabalho aqui, foi castigo do meu pai por que eu quebrei a vassoura de Quadribol que ele me deu. Sou Lucius malfoy - Ele estendeu a mão para mim.
- Marjorie Lovegood - Apertei a mão de Lucius sorrindo.
- Vamos testar essa! - Olivaras voltou de repente e me entregou uma varinha branca com um diamante azul na ponta.
A varinha formigou e deu um brilho forte.
- Nunca vi uma varinha brilhar tanto assim. Nem mesmo para o... - Olivaras engoliu em seco - Essa varinha te escolheu!
- Sim! Obrigada Olivaras! - tirei 8 galeões do bolso e o entreguei.
- Você já vai embora? - Lucius me perguntou com uma cara seria.
- Não, na verdade já comprei todo meu material. Tenho que procurar algum lugar para esperar meu irmão - Levantei e ajudei Lucius a se levantar.
- A gente pode ir na sorveteria Florean Fortescue. Eu pago - Essa era realmente uma proposta tentadora.
- Se você vai pagar! - Dei de ombros sorrindo.
Lucius me estendeu o braço estilo noivo, esse garoto é muito bobão. Era uma sorveteria agradável, pedi um sorvete sabor sapos de chocolate, e Lucius um de suco de abóbora.
- Quer dizer que você é primeiranista? - Lucius perguntou dando mais uma colherada em seu sorvete.
- Sim. Estou muito animada! - Bati palmas - E você?
- Esse ano estou indo para o segundo. Sou da sonserina sabia? - Ata, como se eu soubesse alguma coisa da vida do garoto que eu ACABEI de conhecer.
- Legal. Espero ir para corvinal, meu irmão é de lá.
- Sim... mas sinceramente, espero que você acabe caindo na minha casa - Ele revirou os olhos."

Lucius terminou nossa linha de pensamentos.
- Ficamos inseparáveis quando você entrou na Sonserina. Uma dupla bem legal, deixávamos o professor Horácio louco - Ele riu discretamente.
- Lucius, me afastei porquê quis, ninguém me forçou a nada.
- Preferia te ter por perto, nunca quis que você ficasse distante - Lucius agarrou a minha mão - E o que aconteceu prova que ele não te merecia, e eu sempre te avisei.
- Avisos são coisas para garotas, Lucius. Eu tive ver com meus próprios olhos - Me soltei dele.
- E você não é uma garota? - Ele questionou confuso.
- Eu sou uma mulher.

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora