Marjorie Lovegood
Concordar com Dumbledore foi arriscado, mas agora aqui, no topo da torre de astronomia pensar em suicídio é inevitável. Hoje essa noite de setembro se completa um ano da morte de meus pais, o jeito que eles gritavam, e berravam... Seus corpos mortos no canto da sala, sem os olhos, não pude nem olhar novamente nos olhos dela. Desde a perda deles, juro que vejo os fantasmas deles em baixo da minha cama, convivo bem com as suas vozes em minha cabeça. E o James diz que vai me salvar... Não é necessário, e eu sou louca? Estou perdendo o juízo? Bom, isso não é justo....
- Com certeza preciso me tratar... - Sussurro, olhando para baixo. Era um Cervo e um cachorro nos terrenos de hogwarts. Levanto a cabeça bruscamente, não era miragem. Em plena quase meia noite? Onde estavam os centauros que não viram isso. Me inclino para frente, querendo ver melhor e me desequilibro. Meu grito sai fino enquanto despenco da torre de astronomia,
- ARESTUM MOMENTO - Grito quando meu rosto quase colide no chão, plano a alguns centímetros do chão, antes de cair, mas não me machuquei. Foco minha visão, vejo quatro pares de pés. Levanto a cabeça e...
- Potter? - Tiro meu cabelo da boca, e me levanto, tenho que manter o pouco de dignidade que me resta.
- Pelas calças de Merlin, Marjorie você está bem? - Peter pergunta tirando uma folha do meu cabelo.
- Estou! - Mas não prestava atenção, estava de olho em Remus, suando e tremendo - Lupin? - Vejo o reflexo da lua cheia em seus olhos.
- Se afaste Marjorie - James me afastou com o braço, deu um toque em Peter que abraçou nos ombros me puxando para traz.
- Ei! - Gritei mas Peter tapou minha boca.
- Não grita! - Ele sussurrou.
Lupin estava com a cabeça tombada para trás. Percebi agora, ele estava só de cueca, meus olhos arregalavam a medida que ele ficava peludo, seus membros esticavam e se tornavam garras. Lupin voltou a olhar para nós... Mas não era o Lupin que eu conheço. James virou um cervo, e Sirius um cachorrão. Mas isso não me importava... Aquela criatura era imensa, apertei o braço de Peter apreensiva, essa era uma forma idiota para morrer. O lobisomem começou a rosnar e avançou tão rápido para cima do cachorro, que me senti em uma tourada. Ver Sirius lutando para sobreviver, grunhindo de dor, tinha sangue no seu "corpo". James (cervo) empurrou o lobo longe com os chifres, Lupin olhou ameaçadoramente para James e pela forma que cravou as garras no chão percebi que ia atacar. Uma angústia tão grande me abateu, Potter estava com o peito estufado pronto para o que viria... Mas eu não. Não queria perder outro alguém, não podia perder outro alguém! Mordi a mão de Peter que a tirou de minha boca.
- Cuidado James! - Gritei me debatendo nos braços de Pettigrew.
O lobo desviou o olhar para mim, no primeiro passo que ele deu o cervo avançou o prendendo com os chifres no chão. Lupin arranhava as laterais de Potter que o prensava mais no chão, ele uivou e mordeu o pescoço de James que caiu apagado, será... que ele morreu? Lupin se levantou olhando para nós. Peter me jogou para traz no chão.
- Corre! - O lobo veio para com de mim.
- AHHHHHHHH! - Gritei cobrindo o rosto, ele não me atingiu.
Peter interferiu entre nós, segurando o rosto do lobo, de um jeito que ele não conseguisse abrir o focinho.
- Corre! - Ele gritou de novo para mim. Levantei do chão sem olhar para trás, sem coragem para ver o que iria acontecer com ele. Ouvi o grito de Peter atrás de mim. Travei meus pés no chão, os passos do monstro se aproximavam.
Me virei lentamente, eu nunca mais vou ficar quieta e ver aqueles quem amo sendo mortos novamente. Coloquei minha varinha em mãos sem saber se daria certo ou não, se ele quer matar alguém, que mate a mim.
Assim que ele ficou perto o bastante, suspirei e usei minha especialidade.
- Petrificus totalos! - Os membros do lobo se uniram ao corpo e ele caiu para trás como pedra.
Agradeci a merlin por ter funcionado, que bom que o Lupin é "humano". Fui até ele e passei a mão em seus pelos.
- Calma... - Olhei para a lua que ainda brilhava no céu - Já vai passar tá bom?
Sorri para Lupin que na forma que estava não me reconhecia, deixei o lá e corri a procura dos outros.
- Peter? James? Sirius? - Chamei, chamei, chamei mas nenhum respondia.
Vi um corpo jogado no chão, Peter.
- Peter, Peter! - Ajoelho ao lado dele. Ele não parecia ter nenhum ferimento mas estava desacordado. Coloco a mão em seu peito... Seu coração bate. Respiro aliviada, ele está bem... Escuto um chorinho atrás de mim, Sirius vinha em forma de cachorro com uma patinha levantada e mancando para perto de mim. Sua orelha também estava machucada, ele se joga em cima de Peter cansado. Faço carinho nas costas dele.
- Onde está James? - Pergunto para ele que estava aéreo - Eu vou achá-lo, prometo.
Deixo os dois lá. James estava ferido, era o mais machucado, espero que não esteja morto.
- James? - Tropeço e caio de uma mini ladeira. Minha perna dói.
- James! - Vejo o corpo humano dele estirado perto de um lago.
Suas vestes estavam rasgadas, e tinha sangue em toda parte, uma marca enorme de mordida em seu pescoço.
- James por favor. Fala comigo! - Minha voz começava a tremer com as lágrimas que desciam sem parar de meu rosto.
Ele nem se mexia. Tirei meu cachecol e o pressionei em seu pescoço, precisa parar de sangrar.
- Você não tem o direito de me deixar Potter. Você foi a primeira pessoa que realmente se interessou em me ver naquela enfermaria, devo minha vida a você - Apertei mais o cachecol - Você me deve uma tatuagem se lembra? Não morra James, eu não quero ficar sozinha.
Beijei a testa de Potter e apoiei sua cabeça em meu colo. Puxo minha varinha tremendo, prometi a mim mesma não usar nenhum dos maléficos ensinamentos que ele me ensinou, mas quem é Snape comparado a James?
- Vulnera Sanentur - Coloco minha varinha em seus machucados - Vulnera Sanentur - Vejo seus cortes se fecharem - Vulnera Sanentur.
Espero alguma reação de James, baixo os olhos assim que não o recebo. Seus dedos se mexem levemente... Vivo. Olho para James que continuava "adormecido" mas seus dedos mexiam. Sorrio com a reação, Lágrimas encheram meus olhos, deitei em cima de James, estava feliz por não ter perdido nenhum dos quatro. Ele cheirava a madeira de vassoura, e colônia masculina.
- Vou chamar ajuda Potter, aguente! - Levanto minha varinha e fogos de artifícios vermelhos saem dela, já vi fazerem isso. Vai ficar tudo bem...
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𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟
Fanfiction𝑀𝑎𝑟𝑗𝑜𝑟𝑖𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑎 ℎ𝑜𝑔𝑤𝑎𝑟𝑡𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠. 𝐴𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑐ℎ𝑎𝑝𝑒́𝑢? 𝐸𝑟𝑎 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎𝑣𝑎. 𝐴𝑝𝑜́𝑠 𝑠𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑗𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎...