XXIII

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Marjorie Lovegood

Fico encarando o teto por um tempo quando Maria sai. Fecho os olhos terrivelmente nervosa, parece que vou vomitar as frutas que comi.
- volu... - Sussurro a mim mesma com um vidrinho na mão.
Essa escola é estranha, mas... Sabe aquela sensação? Que você está na essência da sua magia, quando eu estou aqui, eu sinto meus poderes correndo pelas minhas veias e deixando um gosto metálico na boca, me sinto tão poderosa que poderia começar um furacão com as mãos, colocar uma cidade em chamas ou até mesmo derrotar o lorde das trevas.
Puxo a pequena rolha do vidrinho, e o que era um pequeno tornado no vidro saiu de lá de dentro na velocidade da luz, o redemoinho foi crescendo e ficando mais forte, cresceu tanto que era capaz de me engolir inteira. Coloco as mãos no rosto por causa do vento, estava fazendo muito barulho, o vento empurrava e puxava as coisas que podia levar, fazendo uma enorme bagunça.
- Quem está fora das camas?!?! - Escuto a voz estridente de Mãe de ouro.
- Aí meu Merlin! - resmungo assustada, se eu for pega não sei o que pode acontecer - Eu preciso ir para o lado mais sombrio... Eu QUERO ir para o lado mais sombrio! - Sussurro com firmeza esperando algo acontecer.
E aconteceu. O redemoinho começou a se mover, vindo até mim me puxando para o o olho do furacão.
Foi quando fui engolida por inteiro, e tudo começou a girar, girar, girar e girar. Senti meus pés serem tirados do chão enquanto eu girava no ar. Acho que a magia de Maria não funcionou! Foi quando eu parei de girar, eu estava em uma altura considerável, olhei para chão antes de sofrer a queda e ir em encontro a ele.
Isso definitivamente não é o chão da da sala de adivinhação. Eu caí em um lamaçal!
Desenterro meu rosto da lama, isso é muito fedido! Apoio minhas mãos na lama sentindo-as afundar um pouco.
- Deu certo por final! - Me levanto. Eu estou imunda!
Passo os dedos nos olhos para limpar e poder enxergar.
Não adiantou nada, estava uma penumbra indecifrável. 
- Lumos! - saco minha varinha, a parte boa de ter 17 anos é poder fazer magia fora de Hogwarts.
Piso cautelosamente a frente, está frio.
Que coisa! Dessa vez não tenho Régulos para ajudar nessa missão!
O outro lado da floresta era certamente belo e mais bonito, esse lado não.
- E Maria pensou que se eu colocasse o pé aqui eu iria morrer! - Digo a mim mesma avançando.
Maria estava certa afinal, assim que dei mais um passo escorreguei, era uma ladeira, fui rolando floresta abaixo, tinham tantos espinhos que minha única preocupação era tapar os olhos. A cada rolada sentia arranhões e dores no corpo.
Parei de rolar quando cheguei em uma árvore.
Me apoio nela para levantar, acho que com essas missões logo perco a cabeça de tantas vezes que eu a bato.
- Você está machucada? - Escuto uma voz.
Saco minha varinha espontaneamente. Nada aqui parece confiável.
Uma luzinha vem em minha direção voando.
- Ah, não se assustem pessoal! É só uma garota humana! - A luz diz, e logo centenas de luzes aprecem voando pelos ares.
- Quem são vocês? - Pergunto encantada com aquela beleza.
- Somos fadas! - A primeira luz diz.
- Posso perguntar o porque de fadas estarem do lado mais sombrio?
- A cuca... Ela fez uma magia que nos prende aqui desse lado. Não podemos voltar!
Reviro os olhos.
- Eu vou dar uma coça nessa Cuca! - Esfrego as têmporas - Como é seu nome querida fada?
- Malvina das maravilhaste - Ela sorri e só consigo enxergar de leve pela luz que ela emitia.
- Malvina, estou procurando a caverna dessa bruxa poderosa que todos falam - Malvina voou perto de meu rosto e sorriu.
- Não pode ir até a Cuca! Fadas do bosque como nós não podemos matar ou induzir pessoas a morte! - Ela se assusta.
- Sou uma bruxa Britânica astuta, não se preocupe!
Malvina parece pensar, voando para lá e para cá.
- Dizem que quando se tem a benção de uma fada, o bruxo ou a bruxa está protegido e imune! - A pequena fada incha o pequeno pulmão - Irei com você!
Ela coça a garganta e da uma cusparada em meus olhos!
- Mas o que? - Grito, a saliva dela arde.
- O bosque não é o que os olhos podem ver! Com isso te dou a benção de enxergar através da terrível névoa que a abateu a floresta a centenas de ano!
Abro os meus olhos lentamente, a ardência passava.
- Não vejo nada de diferente, Malvina!
- Verá quando for a hora! - Malvina voou a minha frente, entendi que era para eu segui-la.
Empurrei o excesso de lama da roupa com as mãos, e a segui.
Cada vez que me aprofundava mais na floresta, percebia o quão escuro ela ficava. A luz que me guiava era a fada.
Ela tinha razão, seres invisíveis passavam como raio ao meu lado e eu conseguia ver o vislumbre.
- Essa floresta tem cheiro de chuva! - Múrmuro para mim mesma.
Continuo andando molhando meus sapatos de lama, olho a fada e a invejo, ela plana. Vou andando e afastando os galhos da frente.
- Chegamos... - Malvina diz receosa, olho para a frente e vejo uma enorme caverna.
Um arrepio percorre a minha espinha, lá dentro parecia tenebroso e já percebi que posso esperar tudo do Brasil.
- Vamos voltar, mude de ideia! - Malvina voa até mim e se esconde atrás dos meus cabelos.
- Fique, e vigie, eu vou entrar! - Passo a mão no cabelo a afastando.
- Isso foi uma ideia terrível! - Ignoro seus resmungos a deixando para trás.
Dentro havia um túnel que dava ao fim da caverna.
Coloco em minha cabeça que o mais sensato é ficar com a varinha nas mãos.
Vou adentrando a caverna, tinham teias de aranhas e morcegos por toda parte, tento pisar em silêncio e manter minha respiração calma, sem fazer algum barulho.
Vejo o fim da caverna, acelero o passo. Chego lá e... Se parecia mais uma sala de poções sinistra e tenebrosa, havia um expositor gigantesco com diversos ingredientes, nem na sala do professor Horácio tinha. Também havia um caldeirão, enorme, sem exagerar parecia que uma pessoa poderia cozinhar ali.
Isso é maravilhoso, apoio em uma mesa que havia lá encantada... PLOFT! Derrubo uma bola de cristal enorme, ela se espatifa em mil pedaços!
Escuto um barulho terrível, me viro para ver com uma péssima sensação.
- Aí... Meu... Merlin... - dou um passo para trás e caio sentada.
Reprimo um grito de terror na garganta, porque isso é uma besta-fera!

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora