XXII

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Marjorie Lovegood

- Marjorie, come essas goiabas são divinas! - Sirius tem colocado todas as comidas brasileiras na minha boca desde que eu não comi direito - Tá pálida e magrinha.
- Sirius já comi tudo que colocou em minha frente! - Empurro as frutas com a mão.
Dava para encontrar vários frutos enquanto caminhávamos pela grande floresta Amazônica.
O senhor Curupira nos apresentava vários animais e fauna.
- Ainda acho que você deveria comer...
Interrompo o black antes dele terminar!
- Eu não pedi para você fazer... - Agora é ele quem me interrompe.
- Pelas barbas de Merlin, Marjorie! Me deixe lhe ajudar! - Ele aumenta o tom comigo - Você não pode caminhar lado a lado comigo tendo lembranças ruins, e não me deixar fazer nada!
- Eu não preciso! - O aviso, não entendo a onde ele quer chegar - Não foi só ele!
- Quem, garota? - Me pergunta extremamente confuso.
- O Régulos! - Eu o digo; Sirius fica petrificado no lugar - Você teve sua vida roubada! Suas possibilidades, você tinha que ficar lá e cuidar dele caso o contrário...
- Caso o contrário nada, Lovegood - Ele irritou-se - Acha que eu não sinto arrependimento, quanto a isso? Não pode falar da nossa relação, enquanto a sua com o Xenophilius está abalada!
- Tem sido eu e ele! Todos esses meses! - deixo explícito - Ele é louco cabeça e eu sei, ele não escolheu o que o abateu!
- Mas não escolheu lutar também!
- Ele perdeu uma irmã! - Arregalo meus olhos.
- Ele tinha outra irmã!
Sirius aperta o nariz e olha para o chão.
- E você perdeu a Luna! E você levantou todas as manhãs! - Errado, tinha manhãs que eu me sentia mais louco que meu irmão louco.
- E você vai fazer isso pelo Régulos por que é mais forte que o meu irmão! - Ele trava novamente e parece pensar - Eu acho que as vezes... se fosse diferente... se ele fosse capaz de... Acho que fui um pouco rígida, para supera-la.
- Eu acho que eu... Fui um irmão ruim, também - Ele reflete.
- Olhe para nós, tagarelando! - Sorrio para ele, as poções da Andrômeda fizeram algum efeito.
- Seja lá o que estivermos enfrentando, enfrentaremos como uma família, nós 2 juntos! - Sirius segura minhas mãos.
Aperto a mão dele confirmando.
- Vem cá ruivinha! - Sirius passa o braço sobre meu ombro e caminhamos juntos como família, rindo, no Brasil.

- Se vocês olharem por cima desta pedra vão ver a flora mais linda de todo o mundo! - Senhor curupira de pés para trás nos ajudava subir na rocha. Sem magia, claro, tudo a mão.
- Uau! - Sai de minha boca assim que fico de pé em cima da rocha!
Tudo que vejo é uma vegetação intensa, com vários tons de verde, amarelo, laranja e até rosa. Ao meio da mata consigo ver Caiporas correndo de lá para cá, até mesmo alguns redemoinhos de vento.
- O que é aquilo? - Mary aponta para uma parte sombria e distante da floresta, lá as árvores são pretas como carvão, ressecadas e sem nenhuma folha, consigo ver uma grande caverna que da para se ouvir assobios distantes e arrepiantes.
- Lá, é como a floresta proibida de Hogwarts! Onde é proibido, entenderam? - o Cabelo de fogo do Curupira fica mais ardente.
- É perigoso? - Fabian pergunta inocentemente.
- Tanto quanto ficar em frente a você sabe quem! - Todos murmuramos quando ele disse.
Pois é lá... que eu vou, vou encontrar um jeito de destruir esse medalhão e não morrer no processo, agora a pergunta é... Como eu vou chegar lá? Olho novamente a tenebrosa caverna e as pessoas ao meu lado, finja maturidade Marjorie, finja maturidade.

Coloco uma capa sobre minha cabeça e fecho a porta da sala de adivinhação com cuidado, preciso pensar em uma maneira de sair daqui sem me perder ou ser receptada.
- Você não pode entrar aqui! - Maria Eduarda me surpreende.
- Maria! Você me assustou! - A digo tentando desviar a atenção.
- Sou monitora, e está tarde! - Ela me repreende.
- Eu sei! - Reclamo - Apenas... Me perdi, ok?
Ando pela sala mexendo nas mãos.
- Você vai na área proibida da floresta, não vai?
A encaro surpresa, como ela sabia disso?
- Você não está na sua área de conforto, aqui não é a sua escola Margarida! - Ela alerta com um olhar penetrante.
- É Marjorie! E eu não vou lá! - Minto desconfortável com a intimidação dela.
- Aqui o vento tem cores, a água guarda memória e as árvores falam, é tanta beleza que eu fico sem ar! - Maria da passos longos até mim, meu coração dispara, essa mulher sabe usar as palavras - Deve ter cuidado com tudo que fala, que pensa e o que planeja aqui. Existe o mal entre a magia, claro que a beleza, mas também grande perigo.
- Você sabe usar as palavras. Mas ainda sim não entendo - Falo firme.
Maria revira os olhos e me da as costas. Ela senta em uma almofada no chão, essa sala é diferente da de Hogwarts, ela tem almofadas e as mesas são baixas na altura do joelho de uma pessoa com 1,50.
- As conchas mostram, e eu vejo! - Ela pega um punhado de conchas as sacode nas mãos e as joga na mesa - Aqui está dizendo que você está mentindo para mim, vai atrás da Cuca, e está em minhas mãos o seu destino.
Ela viu tudo aquilo nas conchas? Não pode ser! Me aproximo e olho na mesa... São apenas umas cinco conchas espalhadas na mesa.
- Isso não é adivinhação! - Reclamo com ela - Cadê as xícaras ou a bola de cristal!
- Existem vários Ramos da adivinhação, e esse é o meu - Ela sorri - Sinceramente Marjorie, tem certeza que Hogwarts é a melhor escola de magia?
Olho para o chão, ninguém vangloriou outras escolas de magia.
- Tenho! - Digo com a voz receosa.
- Jura? - Ela debocha e se levanta - Vocês se aprofundam em elementos? Fogo, terra, água e ar? São ensinados a feitiços sem varinha? E o mais importante! O diretor de vocês pode virar uma bola de fogo?
- Alvo Dumbledore é o maior bruxo do século! - Defendo o diretor, ela não pode falar assim.
- Sim, eu reconheço! Mas não tenha uma visão tão euro centrista! - Euro o que?
Maria deve ter notado a minha confusão.
- Vocês deveriam ter aula de história da magia com o Fantasma Machado de Assis, ou com o Monteiro Lobato. Não é apenas lá que se tem bruxos perigosos, seria épica uma batalha do bruxo Lampião e você-sabe-quem, os Lobisomens daqui são muito selvagens enquanto lá eles são apenas criatura, aqui eles são lendas.
Tive muita curiosidade do mundo, ele pode ser interessante.
- Mas... - Seu semblante cai - Não faz ideia do que encontrará, então... é meu dever lhe alertar - Vejo o pânico em seus olhos.
- Você vai me ajudar? - Pergunto cautelosamente, inteligente e sagaz a Maria Eduarda.
- O único jeito que eu encontrei de sair do castelo passando imperceptivelmente pelos caiporas - Ela tira um vidrinho do bolso - É com isso.
- E o que é isso? - fico com os olhos fixos no vidrinho.
- Um feitiço... Que eu inventei, eu chamo de "volu" , que é redemoinho em latim. Consegui partículas do de um Saci, eu criei esse feitiço, vou apresentar a Mãe de ouro quando for a hora certa - Ela suspira - O feitiço é indetectável.
Ela coloca o vidrinho na minha mão.
- Vá, esse feitiço vai te levar ao lado mais sombrio!
Ela vira as costas e para na porta.
- Não seja imprudente dependendo do que verá lá, não tente nada, com ela não se usa força bruta com a Cuca se usa a cabeça - Ela me olha com pena, e medo.
Maria sai.
Aperto o vidrinho na mão, eu vou ter que enfrentar a Cuca. Não sei quem é a bruxa, ou como agir.

Narrador

Dorcas acordou assustada, teve uma revelação em seu sono. Marjorie corria perigo. Grande perigo!

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora