XII

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Marjorie Lovegood

Ainda era noite do meu aniversário e eu não conseguia dormir, fiquei horas me admirando no espelho que ganhei de Frank, comparando com um espelho normal, no normal apenas refletia... Eu... e no presente refletia... Outro alguém.
- Marjorie? - Levei um susto e cai do sofá que estava no salão comunal.
- Ai! - Resmunguei quando bati a testa.
A pessoa veio até mim e me ajudou a levantar.
- Oi Lucius - Percebi que era ele quando senti o cheiro de perfume caro.
- Feliz aniversário - Ele me abraça, fico sem reação - Tenho um presente para você.
Ele me solta e tira uma caixinha, Lucius abre a tampa superior e me mostra.
- É lindo Lucius - Era um colar de serpente.
- Mandei o joalheiro da minha família fazer especialmente para você. Nunca esqueça, você é uma sonserina, Jojo -  Sorrio para ele, Lucius me chama de Jojo desde o terceiro ano.
- Posso? - Ele indica para o colar.
- Por favor - Afasto o cabelo.
Ele puxa o colar delicadamente e o coloca, o toque dele é delicado. Finjo que não vejo quando ele se aproxima e da um cheiro em meu pescoço, que bom que estou perfumada.
Me odeio pelo que eu vou fazer agora, mas eu tenho um trabalho. Lucius me ama não? Me viro rapidamente colando nossas testas.
- Lucius... Por que eles me odeiam? - Pergunto me fazendo de pobrezinha, mas a resposta é fácil, sou um nada em qualquer lugar que vou.
- Não sei, eles não te enxergam como eu - Lucius afasta meu cabelo da bochecha e puxa minha cintura colando nossos corpos.
- Sabe... Eu tenho um desejo...
- Que desejo?
- Eu quero explodir hogwarts - Ele trava um pouco quando digo - Como eu faço isso Lucius? Me ajuda?
- Eu sei onde posso te levar - Sorrio internamente, deu certo, meu plano deu certo. Passo os braços entorno do pescoço dele o seduzindo.
- Sabe?
- Sim... Mas se prepara, a mudança é grande - Ele morde o lábio.
- Não importa - Olho bem fundo nos olhos dele - Confio em você, sinto sua falta Luci...
Sinto o aperto que ele me dava afrouxa-se, de alívio percebi, ele sorriu tão leve.
- Eu te amo Marjorie - Ele voltou a colar nossas testas.
Não digo nada, não posso dizer isso. Me inclino primeiro, Lucius logo depois. Foi a primeira vez que senti os lábios dele... Ele escova os dentes? Eu gosto de pasta.

...

Parei em frente de uma grande parede, ainda era de madrugada. Lucius não afrouxava o braço em torno de mim, eu estava apenas de pijama quando saímos da comunal, ele me deu sua capa, eu estava cheirando a Lucius.
- O que é isso? - Pergunto a ele sussurrando, não devíamos estar fora de nossas camas.
- Essa é a sala precisa - Ele apontou para a parede, que aos poucos se abria.
Em torno de uma grande mesa vejo Régulos Black, Severus Snape, Barto Crouch Júnior, Roberta Parkinson, Osla Zabine e Margaret Burbage.
- Trouxe a empata chapéu Luciiii - Disse Parkinson para Lucius.
Severus revira os olhos e me agarro mais a Lucius, preciso deixar esse amor mais real possível.
- O Severus perdeu a namorada - Barto disse com seu tique nervoso mexendo a língua.
- Calem a boca - Osla Zabine deu um tapa na mesa - O lorde das trevas deu ordem para testarmos o potencial da convidada de Malfoy - Ela olhou para mim - Marjorie Lovegood, a empata chapéu... interessante!
- Perda de tempo - Roberta disse fazendo todos rir.
Preciso falar algo, ficar quieta não vai me admitir com eles.
- Sou especializada em venenos! - Digo fazendo eles ficarem em silêncio.
Me solto de Lucius e caminho confiante para a mesa.
- Beladona, Fadicida, Botão- de-praga, você escolhe - Olho especialmente para Osla - Estou no clube Slughorn sabia?
- É mesmo? - Roberta diz e sinto a inveja no tom dela.
- Ela é amiga dos grifinorios! - Régulos se pronuncia - Ouvi de meu irmão, eles confiam nela! Precisamos disso.
Olho para Regulus com desprezo.
- Eu odeio aquela gente, são tão arrogantes, - Me inclino para ele - E muito bobinhos!
Volto a olhar para eles.
- Eu odeio Hogwarts - Não era cem porcento mentira - Mas acho que não precisam disso!
Digo dando as costas para eles.
- Espere! - Ouço a voz de Osla.
- Sim?
- Está dentro - Tem desgosto na voz dela.
- Tinha previsto - Sorrio para os comensais - Mas ainda prezo por meu sono, boa noite!
Me viro e caminho firmemente para fora de lá, meu coração palpitando a mil por hora. Estou brincando com fogo, sei disso, porém tenho gostado de sentir algo, só não consigo decifrar o que é, medo, empolgação, ansiedade... Desprezo.
Passo em frente a porta da enfermaria e vejo Potter e Pettigrew em camas lado a lado, Lupin e Black já haviam sido liberados. Vou até eles.
- É meu aniversário, me deve uma tatuagem - Sussurro a James.
Me aproximo mais ainda de sua maca.
- Quantas vezes você já me viu assim vulnerável? Também lhe bateu um sentimento de culpa por ter me ferido sem querer? Se culpava como eu me culpo agora? Sentir demais é sempre uma tortura miserável! - Desvio o olhar de seu rosto, e olho o de Peter, ainda dói olhá-los, olhar ambos machuca. Toco minha ferida curada nas costelas, tem uma cicatriz, tem uma cicatriz!
Ergo minha blusa do pijama até as minhas costelas, agarro a mão de Potter e a coloco sobre a cicatriz.
- Obrigada James, sentiu minha tatuagem? Há coisas que se tatuam sem tinta.
Abaixo minha camiseta e dou um beijo no topo de sua mão.
- Posso não admitir, mas minha vida teve mais emoções depois da quase morte.
Dei uma última olhada em James.
- Você é melhor que muitos James, não se torne eu nunca. Não importa se tem estilo, reputação ou dinheiro se não tem um bom coração, você não tem nada. Estou me descobrindo, e quanto mais me conhece menos gosto de mim mesma... Mereço o julgamento, pois ele é um veredito certeiro. Por favor um dia espero que possa me perdoar por lhe enganar para salvar a todos, mas não me perdoe pela magoa do desapontamento que deixarei naqueles que você ama, por que não a nada pior que isso.

"estou afundando, afundando, e afundando, não é em águas onde posso nadar, mas em areia movediça que me paralisa...Infelizmente, vida, não me permitem lutar"

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓𝖘 - 𝐽𝑎𝑚𝑒𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora