Capítulo 11: Lady Arteryon.

3.4K 515 96
                                    

Encarei o grupo de vampiros do Clã Huxley, enquanto percorríamos os corredores daquela ruína que um dia foi um castelo, indo em direção a sala dos tronos, onde os vampiros deveriam estar aguardando. Eu esperava, como normalmente acontecia, que ele resolvesse não aparecer. Ou se aparecesse, fosse por pouco tempo.

—Nervosa, Quinn? —Olhei para Dane, vendo o sorriso sarcástico que estava no rosto dele. Revirei os olhos e o ignorei, sentindo os olhos de Lorde Huxley em mim, como se quisesse averiguar cada movimento meu naquele momento.

Entramos na sala dos tronos, com Lorde Huxley cumprimentando os outros lordes que já estavam ali, com um pequeno grupo de vampiros de seus clãs. Lady Driatanis, exibia uma expressão tranquila e um pouco entediada. Lorde Veliant, com seus cabelos brancos contrastando com a pele morena, estava conversando com um vampiro do seu clã, em um tom de voz muito baixo.

E o último, Lorde LaRue, estava silêncio e indiferente em seu trono. Por algum tempo, alguns anos atrás, pensávamos que Argo LaRue tinha sido assassinado quando atravessou a muralha para o lado humano. Mas tudo foi desmentido, quando descobriram que na verdade, a antiga Lady LaRue e irmã de Argo, tinha armado toda a situação. É uma história longa que apenas os lordes vampiros sabem por inteira. Para o restante dos vampiros dos clãs, resta apenas boatos e teorias dos motivos.

—Lorde Arteryon como sempre, não veio. Ou chegará atrasado, como fez ontem. —Lady Driatanis murmurou, se remexendo no trono. —Acho que podemos começar essa reunião sem ele.

—Na verdade, não podemos. —Lorde LaRue se voltou pra ela, exibindo um ar de desinteresse. —Foi ele quem pediu essa reunião. Então, certamente, o assunto principal vem dele.

Lady Driatanis revirou os olhos, balançando a mão em um sinal de impaciência, enquanto Brendan Veliant soltava uma risada no trono que ficava entre os dois. Eles ficaram mudos quando barulho de passos chegaram até nossos ouvidos, assim como o cheiro característico do Clã Arteryon. Fiquei com os ombros eretos, sentindo meu corpo ficar tenso.

—Lorde Arteryon, que bom que resolveu nos agraciar com sua presença. —Lorde Veliant murmurou, dando um aceno de cabeça, um pouco íntimo demais ao outro vampiro, antes de desviar os olhos e sorrir genuinamente para as duas vampiras que vinham atrás dele.

—Vocês já foram agraciados com meu rostinho bonito ontem. —Afirmou, se sentando no último trono vago, enquanto o grupo de vampiros de cabelos brancos se colocava atrás do mesmo. —Foi Lorde Huxley que resolveu não aparecer ontem.

—Não é como se vocês sentissem minha falta. —Fallon sibilou, no trono a minha frente, com uma falsa calma.

—Verdade, eu não senti. —Lorde Veliant concordou, lançando um sorriso travesso ao vampiro sentado no trono a minha frente. —Mas vamos ao assunto que nos trouxe até aqui. Lorde Arteryon?

Voltei a olhar para o vampiro com quem meu pai confabulava, vendo que os olhos dele estavam cerrados na minha direção. Isso fez meu sangue gelar, antes de vê-lo desviar os olhos, como se eu não passasse de uma vampira qualquer.

—Temos um pequeno problema no lado sul da muralha. —Ele começou, erguendo os olhos para a vampira loira ao seu lado. Lady Arteryon, uma humana transformada em vampira e, como é de conhecimento de todos, irmã da rainha das terras humanas. —Um vampiro está atacando as vilas do reino e matando inocentes. Na noite de ontem, uma família inteira foi morta. O filho mais novo, único sobrevivente, transformado em vampiro.

Ergui os olhos para a parceira dele, vendo-a com os lábios pressionados e uma expressão claramente preocupada. Talvez, de todos os vampiros naquela sala, por já ter sido uma humana de lá, ela seja a que mais se preocupe com a segurança dos humanos das nossas terras.

Laços de Sangue e Poder / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora