Laços de Sangue e Poder / Vol. 2

Capítulo 30: Feliz aniversário.

Will

Quinn está nervosa. Posso sentir isso vindo dela. Posso sentir a tensão que atravessa o laço até mim. Ela está sentada ao meu lado, abraçada com Jason, enquanto observava a floresta coberta de neve pela pequena janela da carruagem. Está linda de vestido, como eu tinha certeza que ficaria. O tecido deixa suas curvas evidentes e a deixam ainda mais bela, com a expressão séria e determinada que sempre está exposta no seu rosto, independente das emoções que esconde dentro de si.

Quero dizer muitas coisas a ela. Quero fazer tantas coisas com ela, que acho que vou enlouquecer. A desejei desde o primeiro instante, porque por mais que eu não fizesse ideia, o laço já estava lá, ligando nós dois. Mas agora eu já a toquei. Já beijei seu corpo, seus lábios e sei seu gosto. Sei o contorno do seu corpo e como a sua pele é macia. Fico sem fôlego só de pensar em tudo que podemos fazer juntos.

Me afundei um pouco no banco quando começamos a atravessar a cidade, sentindo meus músculos ficarem rígidos com as lembranças da última noite que estive desse lado da muralha. Fiz algo quando perdi o controle e agora precisei lidar não só com um recém transformado, mas com o Clã Huxley também. Mas não me arrependendo de nada disso. Encontrei Quinn por causa desses mesmos acontecimentos. Teria feito tudo exatamente igual se pudesse.

A carruagem não demorou a chegar às imediações do castelo, passando pelos portões até parar por completo. Senti a tensão de Quinn aumentar ainda mais, o que me fez segurar sua mão e abrir um sorriso tranquilo pra ela. Meus pais iriam adora-la. Eu tinha certeza disso.

—Bem-vinda ao nosso reino. —Pisquei pra ela, vendo-a sorrir. Minha tia desceu primeiro, soltando Ágape no chão, que disparou escada a cima para dentro do castelo, sem nem olhar pra trás. Desci logo depois, ajudando Jason a descer e depois a Quinn.

—Vossa alteza, ficamos felizes em vê-lo. —Observei a mulher de vestido azul escuro, com o colar encantado brilhando no pescoço fazer uma reverência.

—Onde meus pais estão, Katrine? —Indaguei, olhando para o topo das escadas, esperando vê-los ali, mas nenhum dos dois apareceu. —Eles sabiam que eu estava vindo, não sabiam?

—Sim, alteza. Mas a rainha não está se sentindo bem. —Katrine abriu um sorriso nervoso, passando as mãos nos cabelos escuros, com as feições humanas mostrando preocupação. —Está sendo atendida por uma bruxa agora mesmo.

[...]

Bati na porta do quarto, sentindo a ansiedade e o nervosismo tomando conta de mim. Pensei nesse momento tantas vezes que agora não faço ideia de como agir. Não gosto de pensar que decepcionei os dois. Eles fizeram de tudo pra me proteger todos esses anos, enquanto eu estava preocupado em protege-los de quem eu era. De quem eu sou agora.

A porta se abriu, revelando uma das criadas do castelo. Ela fez uma reverência quando entrei, com meus olhos pousando diretamente nos meus pais. Minha mãe estava ficando de pé, enquanto meu pai a ajudava, já que ela parecia cansada e pálida demais naquele momento.

—Majestade, é melhor ficar na cama. Descansar é essencial nesse... —A bruxa parou de falar quando me viu, se apressando a fazer uma reverência.

—Will. —Minha mãe soltou um suspiro tremulo, antes de caminhar lentamente na minha direção.

—Você está bem? O que está havendo? —Indaguei, afundando meu rosto nos cabelos dela quando ela me abraçou apertado, fungando no meu peito.

—Por que fez isso? Eu fiquei tão preocupada com você. —Ela me apertou, parecendo frágil demais para fazer força. Meu pai se aproximou, abraçando nós dois.

—Me perdoem. Eu não sabia o que fazer. Fiquei assustado e... —Parei de falar, soltando uma respiração pesada. —Eu sinto muito. De verdade, eu sinto muito.