Capítulo 41: Cabana bruxa.

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—Não tem nada que possamos fazer? —Indaguei, vendo Will balançar a cabeça negativamente e suspirar.

—Está dando tudo errado, Quinn. Leon atrás de mim, sendo que não fazemos ideia de onde ele está. Tem aquela caça idiota que eu vou ter que participar. E agora minha mãe. —Ele bufou, esfregando as mãos no rosto. —Nesses momentos sinto vontade de matar tudo mundo.

Soltei uma risada, mesmo que o momento não fosse tão engraçado assim. Mas nunca tinha visto Will tão estressado quanto naquele momento. Eram esses momentos sozinha com ele que eu o conhecia mais um pouco, intensificando o laço entre nós.

—Minha tia ia falar com o Nicolay. Talvez tenha algo que se possa fazer. Nicolay sempre tem uma ideia que salva nossas peles. —Afirmou, erguendo os olhos para me encarar. —Até lá temos que torcer pra que ela fique bem, bebendo sangue enquanto o bebê cresce dentro dela.

—O que aquela bruxa disse? —Questionei, vendo ele dar de ombros e fazer uma careta.

—Sobre minha mãe? O que já sabemos. Ela está com o tempo contado. E perguntou de Ágape. —Ergui as sobrancelhas, lembrando do encontro do gato com ela. —Pois é, parece que Ágape deixou uma boa impressão.

—Ele sempre deixa. —Falei, fazendo Will sorrir pela primeira vez naquele momento.

Ele me olhou, absorvendo cada parte do meu rosto, antes de deslizar o polegar pelos meus lábios, fazendo uma onda de calor percorrer meu corpo e uma sensação de desejo vir pelo laço.

—Você trancou a porta quando entrou? —Indagou, com uma voz rouca de desejo que me fez quase gemer.

—Sim. —Falei, quase sem fôlego, quando ele abriu os botões do meu vestido, beijando meu pescoço e dando leve mordidas, antes de finalmente afundar os dentes na minha carne.

Inclinei minha cabeça para trás, sentindo meu corpo estremecer e tremer no colo de Will, enquanto ele bebia o meu sangue com tanta força que me deixava tonta. Ele se afastou segundos depois, chupando a área antes de trazer os lábios até os meus e me beijar, me deixando sentir o gosto do meu próprio sangue nos seus lábios.

—Venha. —Chamou, me tirando do seu colo e ficando de pé. Will me ajudou a levantar, me prensando contra as prateleiras de livros e abaixando a parte da frente do vestido. Agarrei os cabelos dele quando senti seus lábios nos meus seios, deixando minha pele marcada e desejando por mais.

—Quero você. —Afirmei, puxando o rosto dele pra mim e o beijando, sentindo minha língua raspar nos seus dentes, deixando um rastro de sangue que o fez grunhir e me apertar ainda mais contra si. —Por favor, Will, agora.

Will me virou de costas, erguendo a saia do vestido, enquanto abria o botão da calça. Agarrei as prateleiras, mordendo o lábio em ansiedade. Tombei a cabeça de lado quando ele mordeu meu pescoço de novo, antes de entrar em mim com uma estocada firme que fez meu corpo se chocar contra a estante e alguns livros caírem.

Minhas pernas tremeram e o laço queimou entre nós, quanto mais forte Will ia, me obrigando a fincar as unhas na madeira das prateleiras, jogando a cabeça sobre o seu ombro e deixando meu pescoço ainda mais livre pra ele.

—Você é a coisa mais deliciosa do mundo, girassol. —Ele passou o braço pela minha cintura e subiu até agarrar meu pescoço. —E eu sou um maldito sortudo, sabia?

Abri um sorriso, não conseguindo dizer absolutamente nada, porque estava submersa no desejo do corpo de Will a cada vez que ele entrava em mim, mais forte e mais necessitado.  E naquele laço mágico e único entre nós.

[...]

Apertei a pena entre meus dedos, encarando o pequeno papel onde eu deveria escrever minha resposta para Megan. Nicolay e Lou estavam me observando, parecendo querer me dar o tempo necessário para pensar no que eu realmente queria fazer. Olhei para Will quando ele tocou meu ombro, se abaixando para deixar um beijo na minha testa.

—Faça isso. Posso ir com você se quiser. —Afirmou, com uma onda de carinho e proteção vindo do lado dele do laço. Aquilo fez meu coração disparar e se aquecer, porque a sensação de alguém se preocupando comigo como Will de preocupa, ainda era nova é perfeita.

—Tudo bem. Vou marcar um encontro. —Falei, olhando para Nicolay. —Alguma sugestão de lugar?

—Tem uma antiga cabana bruxa abandonada, alguns quilômetros depois da saída do vale do Clã Arteryon. Fica entre nós e o acampamento de Mayra. —Ele olhou para Lou e depois voltou a me encarar. —É um bom lugar pra um encontro.

—Certo. —Engoli em seco e comecei a escrever, sentindo meus dedos firmes quase quebrarem a pena no processo.

Não queria que Megan me decepcionasse. Mas acho que não ficaria surpresa se isso acontecesse. Ela estaria protegendo seu clã e eu o meu. Quando terminei, fechei a carta e entreguei a Nicolay, vendo ele pressionar os lábios e assentir.

—Ouça o que ela tem a dizer, Quinn. —Nicolay murmurou, entregando a carta para um vampiro que estava ali, que logo desapareceu com ela. —Pode ser uma armadilha, como pode não ser nada.

—Vou fazer o possível pra conseguir qualquer informação que nos ajude. —Olhei para Will, esfregando minhas mãos uma na outra. —Talvez seja melhor você não ir. Eu não vou estar sozinha, não é? —Olhei para Nicolay, que assentiu. —E eu sei me defender. Muito mais do que Megan.

—Nunca se sabe. —Will retrucou. —Quero ir com você. Leon está por aí. E até termos total certeza, tudo leva a crer que ele sabe que estou aqui no Clã Arteryon.

—E se não for ele? —Olhei pra ele com as sobrancelhas erguidas, tombando a cabeça de lado.

—E quem mais seria? —Lou murmurou, fazendo uma careta ao olhar para o parceiro. —O que você acha?

—Eu acho que alguém está tentando brincar com a gente. —Nicolay afirmou, se sentando do outro lado da sua mesa, enquanto esfregava a nuca. —E isso não é uma coisa boa.



Continua...

Laços de Sangue e Poder / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora