Ele é o meu lugar

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- Eu vou precisar de tudo que você tiver Mariana, não vou voltar pra cidade

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- Eu vou precisar de tudo que você tiver Mariana, não vou voltar pra cidade. _ digo me sentando na poltrona ao lado do sofá, minha mais nova e única amiga no momento comprime os lábios e suspira frustrada, já havia deixado claro que não concordava com minha decisão.

- Você tá cometendo um erro Helena. Vai se arrepender saindo assim sem avisar, sua mãe vai ficar preocupada e... se Elaijah souber que tô te ajudando nisso ele vai me matar. _ reviro os olhos diante do drama dela dando de ombros descruzando as pernas e colocando os cotovelos nas coxas me inclinando para frente.

- Ele nunca faria isso e você sabe. Ele prometeu a sua mãe que cuidaria de você e você sabe que uma promessa feita por ele é sempre muito importante, Elaijah nunca descumpriria com a palavra e... eu sei que você e eu somos iguais pra ele, o homem pode ficar chateado mas não mais que isso, não com a gente. Não precisa se preocupar de qualquer forma, eu vou deixar uma carta, vai ficar tudo bem. _ a tranquilizo e me levanto indo em direção ao aparador ao lado da janela me servindo de uma grande dose de whisky. - Eu preciso ir atrás dele Mari, não dá mais pra ficar aqui sem fazer nada, fingir que ele tá aqui comigo já não é mais suficiente. _ me viro para ela gesticulando com o copo na mão. - Eu sei que não é real, é como se não tivesse mais fazendo efeito, eu preciso do verdadeiro Dean ou vou enlouquecer. Já passou da hora de voltar pra casa, mesmo que aparentemente não seja mais minha. _ minha voz embarga, a lembrança dele terminando tudo comigo atravessa meus pensamentos.

- Mas você não tá realmente voltando pra casa, você mesma disse que vai lá só pra sondar o Sam, descobrir o que ele sabe. _ piscando confusa volto a realidade.

- Minha casa não é o lugar em si. É ele, é o Dean. - ela ajeita os fios de cabelo soltos atrás da orelha desconfortável com minhas palavras.

- Helena. _ me olha preocupada e torce as mãos nervosamente. - Ele pode ser um demônio. O quê vai fazer se ele te atacar?

- Hum... Morrer!? _ dou de ombros. Ela me olha atravessado e rio alto bebendo finalmente todo o conteúdo do copo.

- Você continua bebendo até cair? _ ela muda de assunto, sua voz é carregada de preocupação, eu me viro para a janela outra vez mas sei que sua atenção é toda minha, a minha por outro lado está na imagem através da vidraça, o mundo girando ao redor de mim, pessoas conversando e sorrindo, fazendo compras, cantando e dançando, cartomantes lendo as mãos das pessoas, carros passando, a vida como tinha que ser em Nova Orleans, só eu que destoava do ambiente, suspiro alto.

- Me ajuda a dormir. _ digo indiferente, me sirvo de mais uma dose e tomo a bebida em dois goles rápidos dessa vez, hoje em dia o ardido do álcool não me incomoda mais, na verdade quanto mais melhor.

- Seu namorado ficaria preocupado. Se a gente for olhar de perto, tecnicamente você é uma alcoólatra drogada. _ faço uma careta e me viro para encará-la, sua falta de filtro as vezes me irritava.

- Você tá exagerando. Alcoólatra talvez. Drogada definitivamente não. _ vou até a mesinha de centro no meio da sala e pouso o copo em cima, ela faz uma careta desgostosa e vira o rosto para o lado, odiava quando eu fazia isso mas nunca disse nada, me sento outra vez na poltrona.

- Se não fosse dependente não teria porque levar a erva. _ constata. - Ultimamente eu tenho me arrependido de ter te oferecido, pareceu uma boa idéia na época mas agora... _ me olha com pesar.

- Não tem a ver com a erva Mariana mas com o fato de eu poder ver ele. _ ela me encara descrente e ignoro desviando o olhar observando o apartamento, Mariana era uma bruxa do tipo hippie completamente fã da natureza, a decoração da casa deixava claro tanto quanto as roupas que ela vestia, toda a magia dela era baseada em canalizar a energia da natureza e tal. - Não se sinta mal pois sou muito grata, você tem me mantido de pé com o que me deu, só por isso tenho vivido hoje em dia. Você mais que ninguém sabe. _ ela acena com a cabeça mas não diz nada.

- Eu tenho que ir. _ me levanto. - tenho que fazer cabelo e maquiagem ainda. - Você não tem uma mágica pra isso, tem? Ficar horas no salão é tedioso pra mim, uma total perda de tempo. _ confesso desanimada, ela ri levantando também vindo me abraçar, ela era muito disso e era reconfortante porque eu sempre precisava de um abraço.

- Acho que você é a única mulher no mundo a pensar assim. Desculpe eu não tenho nada. _ nos despedimos ali, talvez eu nunca mais a visse e isso me deixava triste porém eu não voltaria atrás, realmente precisava fazer alguma coisa ou logo não teria motivos para mais nada na vida. Eu levo comigo a pequena bolsa com a erva que ela me deu, Mariana nunca aceitava o dinheiro que eu dava mas dessa vez deixei escondido atrás da almofada da poltrona toda a grana que eu tinha guardado para pagá-la, depois eu mandaria uma mensagem avisando e ela não teria como não aceitar.
Voltei pra casa tomei um banho rápido e saí logo em seguida pra procurar um salão a contra gosto. Entro no primeiro que encontro na cidade, duas horas e meia depois eu estava pronta e realmente me senti bonita, fui pra casa por o vestido. Suspiro alto me olhando no espelho, queria que ele me visse. Eu estava realmente bonita com aquela roupa. A maquiagem reforçando os traços do meu rosto e o batom vermelho me fez sentir realmente sexy, o vestido comprido de festa abaloado preto sem alças e as luvas me fez sentir como se fosse de outra época e esse era realmente o tema da festa, para completar o figurino peguei a máscara preta delicada que cobriria o meu rosto. Suspirei alto outra vez, só mais algumas horas e tomaria a estrada, tentaria colocar minha vida de volta ao eixo. Ensaio alguns sorrisos para o espelho mas desisti logo em seguida, parecia ridículo. Saio do quarto e vou até a cozinha, a bolsinha em cima da mesa chama minha atenção, levo uns dois segundos pra decidir fazer uma pequena dose do chá de ervas caso eu me sinta muito sufocada no baile. Meu Dean imaginário me acalmaria. Eu não tomaria agora, só quando eu precisasse minha mãe e Elaijah surtariam e tentariam intervir se soubessem o que eu fazia. Não. Eu só tomaria se fosse necessário, me contentaria com o álcool essa noite. Só mais algumas horas Helena, você só precisa aguentar mais algumas horas.

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