Fuga mal sucedia

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Já era 3:30 da madrugada e o mesmo silêncio que estava lá fora entre os corredores estava no meu quarto, apesar de eu não conseguir ficar muito tempo parada estava me esforçando muito para esperar, o medo de chegar na cidade onde Dean estava e não o encontrar apertava meu peito afinal já se passaram horas desde sua ligação. 

Me levanto da cadeira onde estava sentada junto a pequena mesa colada na parede, pego a mochila que estava no chão perto dos meus pés e me encaminho a passos leves para a porta. Sei que quando Sam e Castiel descobrirem que eu fugi vão ficar preocupados mas eu acho mesmo que estou segura agora que Castiel matou aquele cara, o Elaijah.

Ando devagar pelos corredores atenta a qualquer barulho, chegando perto da mesa oval de mapa mundi já me sinto mais aliviada. Eles não vão me pegar. Penso sorrindo e subo o primeiro degrau da escada. - Eu espero...  Para o  seu próprio bem que você vire agora e volte para o  seu quarto. _ meu corpo gela de susto e arregalo meus olhos. Droga de anjo que não dorme. Me viro em direção a voz e engulo em seco.

- Nada assustador você parado ai no escuro com essa cara de constipação Cass. _  tento fazer  graça, ele continua me olhando do mesmo jeito,  eu suspiro derrotada. Já era meu plano de fulga. - Certo. Vou ser sincera. _ me aproximo dele  jogando a mochila em cima da mesa. - A verdade é que o Dean me ligou, tá bem? Ele tá em Oklahoma agora e eu vou buscá-lo. _ ele suspira pesado  abaixando a cabeça.

- Ele disse que queria que você fosse  atrás dele Helena?  _ caminha para  perto da  escada  ficando de  costas  para  ela como um muro me impedindo de sair, viro meu corpo acompanhando seus passos com os  olhos. - Ele te falou que voltaria pra casa? _ engulo em seco  e franzindo as sombrancelhas contrariada com as perguntas respondo.

- Bem.. não.. na verdade... na  verdade ele não falou nada mas eu sei que era ele.  _ me aproximo e toco seu braço, olho para ele suplicante. - Eu preciso tentar Cass.

- Não. _ seu tom é  firme me olhando nos olhos, me afasto magoada. Caminho até a  mesa oval e espalmo as mãos  na  mesma  suspirando pesado e abaixando a cabeça, lágrimas  se formam nos cantos dos  meus olhos. Levanto a  cabeça  furiosa.

- Você não vê? As coisas não estão melhores com ele longe Castiel. _ minha  raiva  é  quase  palpável. - Precisamos dele aqui. Eu preciso. _ aponto para mim mesma com a voz embargada.

- Volta pro seu quarto Helena. _ ele é irredutível,  sem expressão.

- Pensei que se  importasse comigo. _  solto magoada e  isso meche com ele.

- Mas eu me importo Helena. _ sua  expressão   é  de  pesar. - E é porque eu me importo tanto que estou te protegendo. _ ele se aproxima enquanto fala. - Quer ser a próxima a ser extripada por ele? Eu não quero. Ele não quer, Dean te ama mais que tudo, quer esse peso na consciência dele? Quer que ele prefira ser um demônio pra sempre a sentir a dor de ter  matado a mulher que ama?_ engulo em seco sem conseguir tirar os olhos dos dele, suas palavras ferem como facas.
Castiel conseguiu minar todas as minhas esperanças com suas palavras e mesmo que eu não queira adimitir ele está certo. Suspirando derrotada me viro para voltar para o meu quarto, congelo onde estou olhando Sam me encarando com lágrimas presas nos cantos dos  olhos no batente da porta, ele  nunca  as  deixaria  cair, seu queixo travado numa  expressão dura.  Quando eu vou parar de magoá-lo? A culpa é corrosiva, eu me faço de tonta mas sei o que ele sente por mim, sei que ele fica entre a cruz e a espada, entre a devoção pelo irmão e eu. 

- Eu... _ tento falar alguma coisa mas não consigo, me encaminho até ele e o abraço apertado ele me envolve com os seus braços ainda  tenso. - Me desculpa. Eu sinto muito Sam. _ e em minha mente  me desculpo por todas essas semanas sendo uma completa amarga, por magoá-lo, por  tentar fugir, por não amá-lo como ele espera, por ser tão egoísta e não afastá-lo mesmo sabendo o que ele sente, por precisar dele mesmo eu não sendo o que ele precisa, me desculpo principalmente  por ter entrado na vida dele. Na vida deles.
Me afasto rápido secando uma lágrima com a mão e corro para o meu quarto.

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