Dean Winchester

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Dean Winchester

Dou as costas a Sam e Castiel, tentando ao máximo aparentar um controle que eu não tenho. Falar dela me faz sentir miserável e a marca faz o seu trabalho fazendo meu corpo todo arder em fúria, numa vontade louca de matar qualquer coisa que atravessar meu caminho. Não por culpa dela, jamais seria culpa dela... É que me faz percerber o quanto eu estou ferrando com tudo...  Ferrando com ela.

Eu nos coloquei nessa situação e todos estão pagando o preço por isso, não consigo não me sentir um merda. Meu irmão está mais magro desde a última vez que o vi e não dormiu direito desde que apareci aqui, Cass parece sempre alerta esperando eu perder o controle, nem quero imaginar como ela tem passado.

Caminho sem rumo pelos corredores sem pensar direito para onde estou indo, acabo parando em frente ao quarto dela, a porta está fechada mas não trancada com a chave, ela nunca tranca, ao menos não trancava até eu estragar tudo e ir embora.
Encosto a cabeça frustrado na porta, a garganta apertada com a vontade de chorar fazendo meu corpo todo tremer, fecho os olhos. Abro a porta devagar engolindo em seco, sinto o cheiro dela logo de cara, seu perfume doce de óleos essenciais, rosas e baunilha enche minhas narinas quando puxo o ar com força numa tentativa fraca de guardar pra mim todo o cheiro dela. Observo seu quarto como nunca antes, com uma  nostalgia de quando tudo era mais fácil. A cama de casal bem arruamada com um edredon floral rosa e quatro travesseiros bem posicionados, um criado mudo com um abajur branco e o livro do Hobbit que o Sam deu pra ela com parte do marcador pra fora na metade do livro, que ela já deve ter lido sentenas de vezes mas nunca se cansa porque é o seu favorito, uma pantufa das patas do Sully do filme monstros S.A aos pés da cama junto com outra pantufa de chinelos velha num tom de rosa questionavél, algumas roupas espalhadas em cima da cama, as paredes limpas ela nunca colocou sequer um quadro, no canto direito do quarto uma mesinha antiga com um laptop e uma caneca vazia, as duas cadeiras arrastadas um pouco longe da mesa e a pequena estante com os livros e Dvd's favoritos dela e alguns portas retratos espalhados nos espaços vazios. Me sento nos pés da cama e suspiro frustrado encarando o espelho em cima da comoda com várias fotos coladas, uma foto nossa desfocada que eu tirei, ela beijando minha bochecha e eu sorrindo feito um idiota, estavamos muito bêbados esse dia, outra foto com  Sam os dois dormindo completamente tortos escorados um no outro no banco do carona da baby ele babando nos cabelos dela e ela babando no ombro dele. Sorrrio apesar de tudo, não entendendo como ela gosta de uma foto tão vergonhosa a ponto de Deixá-la ali como um trofel, ela sempre foi meio estranha as vezes, a mais esquisita é a do Castiel que está com os olhos esbugalhados meio assustado olhando para o flash da câmera enquanto ela sorri feliz, essa ela mesma tirou no bunker em frente a estante de livros da biblioteca, uma dos pais sorrindo para a câmara sentados no sofá da sala da casa que eles moravam, uma dela com o tio sentados um do lado do outro na varanda da casa que eles moravam sorrindo para a foto e uma dela com a Bonnie, abraçadas com roupas de inverno e flocos de neve caindo ao redor, pareciam  genuinamente felizes. Fico petrificado um tempo encarando essas fotos, em todas ela está feliz, todas elas batidas antes de namorados, engulo a bile que se forma em minha garganta, mas não a culpa de ter acabado com a alegria dela. Porque a culpa é minha ela merece muito mais do que alguém tão ferrado quanto eu, puxo o ar pesado ainda olhando as coisas dela, na fraca tentativa de senti-la um pouco perto de mim. Em cima da comoda tem uns cremes espalhados e um porta jógias, mas o que me chama a atenção é o porta retrato com o vidro trincado de uma foto nossa, sorriamos felizes na foto, que foi ela quem tirou eu me lembro bem no dia do seu aniversário  quando me declarei pra ela. Pego o porta retrato nas mãos e me sento aos pés da cama, passando uma mão no cabelo frustrado. Não acredito que deixei as coisas chegarem a esse ponto. Absorto em meus pensametos levo um susto com o som do celular tocando.

- Alo   _ atendo com a voz um pouco rouca segurando todos esses sentimentos delacerantes em meu peito.

-  Estou com espada.   _ É só  o que crowley fala antes de desligar na minha cara. É o bastante pra marca acender uma furia descontrolada dentro de mim, me fazendo coçar o braço furioso após deslogar o celular. Eu sabia exatamete pra onde ir. Saio do quarto de helena abrindo a porta com brusquidão sem me importar em deixar a porta aberta, me dirijo a sala de arquivos.

Tendo respostas ou não Metatron vai pagar por tudo que fez hoje...



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