Feitiço

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O carro seguia  rápido pela estrada com Damon cobrando tudo do mortor, um silêncio pesado predominou por um longo tempo, sendo quebrado apenas pelo som dos pneus na pista e o vento atravessando as janelas abertas, bagunçando meus cabelos. Damon parecia perdido nos próprios pensamentos e me sentia desconfortável e suava frio. De repente, uma dor insuportável tomou conta do meu corpo, fazendo com que eu me contorcesse involuntariamente, eu tentei  disfarçar até eu não conseguir mais. - Você tá bem? _ ele pergunta com as sombrancelhas franzidas e não respondo de imediato confusa com aquela sensação estranha. Eu tava ficando doente? Eu tentei responder, mas outra dor intensa me atravessou  que eu mal conseguia respirar,  não o respondi. Eu sentia como se estivesse morrendo. Damon parou o carro no acostamento e dando a  volta  e  velocidade  de  vampiro para me ajudar. Eu estava tremendo compulsivamente e a dor não parava.

- Fala comigo Helena, o que você tá sentindo? - perguntou desesperado, impotente diante da situação.

- Eu tô morrendo! - solucei, com lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. - Damon...  Eu tô morrendo. _ sussurro com voz estrecortada assustada, a dor me consumia e um ataque de pânico também me fazendo tremer compulsivamente. - Acho que vou morrer. _ minha garganta estava seca e não conseguia parar quieta apertando minha barriga com as mãos eu me mexia de um lado para o outro.  - Damon...  chama o Dean... Eu preciso do Dean. _ me dobro pra frente, os braços em volta da barriga, meu grito é agudo.  Eu não me importava de morrer, aquilo não me assutava, o que me metia medo era não poder me despedir, era imaginar que tinhamos coisas inacabadas, assuntos não resolvidos que se eu morresse nunca o seriam. Esse era o meu inferno.

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Damon apoiava  minha  cabeça  em suas  pernas enquanto eu respirava  ofegante. - Aguenta firme garota...  o Dean vai vir  logo. Prometo. _  seu tom era de consolo mas eu mal o ouvia, sentia como se  estivessem perfurando meu corpo com agulhas  grandes, era  deseperador. Meu estômago revirava eu sentia  a  vontade  de  vomitar  crescente, uma  dor  aguda  me  faz  dobrar  o corpo até encolher  as  pernas gritando. -  Eu não sei o que  fazer  Helena, sinto muito, isso nunca  aconteceu  antes. _ minutos  atrás ele meteu na  cabeça que  a  culpa  era  de  seu sangue, ele  achava  que eu estava  em transição para  vampiro, porém  não era  daquele  jeito que  funcionava, ele tentava entender, tentava achar um motivo para aquilo acontecer, acabou descartando a  idéia, para  sismar que a bruxa que  o atacou fez  algo com seu sangue  e  por isso eu estava  daquele  jeito, ou que  eu mesma  era  vítima  de  um feitiço. Eram várias  as  possibilidades, mas agora aquilo não importava, eu não conseguia  pensar  com clareza, só conseguia focar na dor. Damon ligou para  Dean e eu sequer consegui focar  na  conversa  mas  sabia  que  ele  viria, era minha única esperança, eu só queria  vê-lo, só precisava  ver  seu rosto pela  última  vez, só isso.  A ânsia de  vomitar  subiu a  minha  boca outra vez e senti um gosto estranho, metálico. Era  sangue. Aquilo me  deixou mais  assustada  mas  não disse  nada, um segundo depois  virei o rosto para  o lado e  vomitei. Realmente   era sangue, aquilo me  apavorou e  a Damon também, fraca  voltei a  deitar  em seu colo.

-  Tô achando que  não vou virar vampira  cara... _ sussurrei com a  voz  entrecortada  e  a  garganta dolorida, tentei lhe dar um sorrido mas  ele  não riu de  volta, seus  olhos  expressivos  cheios  de  pesar,  e os meus  enchem de  lágrimas. - Tudo bem Damon... Honestamente eu não esperava  viver  tanto. _ queria consolá-lo e ele vira o rosto tentando esconder  suas emoções, tento engolir a  minha  própria. - Eu só esperava  ter  tempo pra  poder  me  redimir  com ele... _ eu mal conseguia  falar, minha  voz  falhava. - Com eles  dois... queria...  poder  voltar  no tempo e  não ter  estragado tudo. _ meus  lábios  tremem. A  bile sobe  outra  vez  e  não me  contenho vomitando de novo,  seu celular toca naquele  momento. -  É o Dean. _ me  avisa, concordo com a  cabeça  voltando a  deitar  me  sentia muito cansada, pontos negros já atrapalhavam minha visão logo eu iria desmaiar, eu sabia. -  Como assim vocês não  acham?!... _ seu tom era nervoso. - Te  mandei a  localização porra...  Nem o Castiel? Caralho...  _ parece pensar um pouco apertando os olhos. - É  um feitiço, e  a  única  explicação... Não, ela  não tá bem, tá vomitando sangue... Droga...  _ silencio. - O Klaus  tava lá com a  gente  no bar... _ comenta como que para si mesmo. - Ele  pode  fazer  alguma coisa, ele  protegeu ela  lá...  Agora  não importa. Ser ligarmos  pra o desgraçado  ele vai ajudar, certeza. Você   não viu o que eu vi Dean. Ele quer ela  viva, precisa dela  viva, liga pra ele porra.  _ eu sentia como se apagasse e voltasse várias vezes, em dado momento acordo dentro do carro com Damon concentrado na  estrada, conseguia sentir sua tensão. - Damon.. _ o chamo mas mal ouço minha voz, ele  se remexe surpreso. 

- Oi... Aguanta firme  tá? Só mais um pouco...  A gente tá ... _ eu mal o ouvia sua imagem se apagando diante dos  meus olhos. - Helena? Hele... _ e eu apaguei outra vez.

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 Abro meus olhos  quando sinto o carro dando um tranco, Damon freia com brusquidão e seu rosto se volta para mim preocupado, efegante  ele me pergunta se estou bem eu apenas o olho cansada e fraca demais pra responder. A nossa frente há um circulo de luz  azul estranho atrás do  que imagino ser o impala, mal consigo ver, é como se estivesse aluciando,  Dean sai do carro naquele momento vindo em nossa direção e  ele  parece... diferente, mas  não era  algo que  me  importasse  naquele  momento. Eu sentia como se estivesse à beira da morte e não acreditava que iria sobreviver mas enquanto ele vinha em minha direção o tempo parecia ter parado, tudo ao meu redor era apenas dor e desespero mas agora eu só via ele, era só ele  o que importava, no meio da escuridão, ele era a luz  vindo para me salvar. Eu nunca me esquecerei daquele momento, a dor era insuportável  mas a  esperança que veio com chegada dele... Não importava nada, tudo ficaria bem. E, finalmente, pude relaxar e deixar a dor ir embora. Eu apaguei de novo mas dessa vez não foi desesperador, eu apenas abracei a escuridão.

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