Decisão perigosa

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Um frio gelado atravessa meu peito com suas palavras.
Ela se foi...
Helena se foi ...
Olho para Castiel assustado e corro pelo corredor já tirando as chaves do bolso da calça num rumo certo. A garagem. Ele me segue mas para e quase grita urgente, sua expressão é de profunda dor. Helena é tão importante para ele como para mim e meu irmão.

- Sam espera. Vamos comigo é mais rápido. _ Eu confirmo com a cabeça e me aproximo dele apressado, ele toca meu ombro e nos materializamos no meio da sala da casa da Bonnie, olhamos ao redor e desenfreadamente vasculhamos a casa a procura de alguém mas está vazia, nos aproximamos um do outro exasperados e angustiados.

- A mansão salvatore. _ Digo inquieto ele afirma com a cabeça, se aproxima e toca meu ombro outra vez.
Nos materializamos no meio da sala dos Salvatore, Damon sentado ao lado de Bonnie que está com os olhos vermelhos e o rosto inchado de tanto chorar, no sofá segurando sua mão, Stefan e... Helena? Em pé ao lado de um aparador onde está a coleção de Whisky's caros deles, ele com uma garrada na mão e ela segurando um copo cheio com o líquido que provavelmente ele acabará de colocar. Todos nos encaram surpresos.

- Helena... _ Fecho os olhos e suspiro aliviado, foi só um mal entendido, dou um passo em sua direção mas sua expressão é de quem nunca me viu na vida, ela encara Stefan e eles parecem ter uma conversa silênciosa.

- Não é a Helena. _ Castiel fala ao meu lado olhando para ela confuso e desconfiado. Olho dele para ela e todos encaram Castiel.

- Não, não sou. _ Ela diz firme comprimindo os  lábios e dando um suspiro pesado se aproximando de nós, nos encarando com uma indiferença que Helena nunca olharia e essa é minha confirmação de que não são a mesma pessoa, além do jeito de andar. Helena é mais leve e despreocupada, essa parece que estuda seus movimentos como uma gato pronto para atacar ou sair correndo se preciso...  - Meu nome é Katherine. Katherine Pirce. _ Estende a mão para mim em cumprimento. - Eu lamento conhecer vocês nessas circunstâncias, esperava realmente que pudéssemos salvá-la.

E aí me dou conta... Ela não é Helena o que quer dizer que meu irmão estava falando a verdade.
Ela...
Helena...
Sinto um frio gelado atravessar meu peito outra vez, meu corpo parece entorpecido, tropeço em meus próprios pés dando um passo para trás e me seguro em Castiel que também se apoia em mim devastado.

- Onde ela... _ Minha voz falha não consigo terminar de falar, meus olhos  ardem e seguro as lágrimas.

- Está no meu quarto. _ Damon se levanta depois de fazer um carinho no rosto de Bonnie e secar carinhosamente uma lágrima que escorre do rosto da mesma. - Eu levo vocês até lá.

Parecia que estávamos em câmera lenta indo em direção as escadas que leva ao segundo andar da casa, subimos as escadas em silêncio com Damon na frente, eu atrás dele e Castiel atrás de mim.

- É aqui. _ Paramos em frente a uma porta fechada. - As meninas trocaram as roupas dela. _ Ele olha para a porta e depois para nós . - Eu sinto muito. _ O pesar é evidente. - Vou dar um tempo a vocês, Bonnie precisa de mim agora. Se precisarem de algo. Qualquer coisa. Nos chamem. _ Ele toca meu ombro em uma forma de passar conforto e sai nos deixando sozinhos.

Eu olho para Castiel como se precisace da confirmação dele para fazer isso e engulo em seco quando ele confirma com a cabeça. Estou com medo de abrir a porta essa é a verdade porque se eu abrir vai ser real e eu não quero que seja, eu não posso que seja. Toco a maçaneta incerto e empurro a porta devagar. Engulo em seco e um soluço escapa dos meus lábios, ela está lá deitada na cama pálida com as mãos dobradas em cima da barriga. Castiel depois de olhar uns segundos para ela se recosta na parede ainda do lado de fora do quarto e suas pernas parecem fraqujar ele deslisa ainda encostado na mesma e cai no chão sentado soluçando alto. Nunca o vi chorar. Entro no quarto e devagar me aproximo dela. Me sento ao seu lado e toco suas mãos com a minha. Não sei o que dizer, as palavras simplesmente não saem. Fico ali uns minutos apenas olhando para ela. Mesmo agora eu não tenho coragem de abrir meu coração e dizer o quanto a amo, a verdade é que esse direito pertence ao meu irmão.

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