Castiel

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Depois de arrumar minhas coisas em uma única muchila fico parada olhando uma foto minha e do Dean num porta retrato que  fica  em cima da minha cômoda uns passos a frente da cama, caminho devagar até ela e a pego nas mãos, foi batida no dia do meu aniversário no parque de diversões que a gente foi, logo depois de ele ter dito que me amava, eu que bati. Queria guardar pra sempre aquele momento, sinto tanta saudade. Não acredito que ele tenha indo embora, ainda mais sem se despedir, pior,  ele nem me liga pra dar notícias. Suspiro magoada. Coloco o porta retrato no mesmo lugar e meus olhos batem na gaveta entreaberta da cômoda, guardada ali dentro está a arma que o Dean me deu, não foi um presente nada assim, ele só queria garantir que eu estivesse mais ou menos segura se estivesse numa situação complicada, ele me deu ela logo depois da nossa primeira caçada juntos e ele e Sam  não queriam me deixar sozinha no bunker, acabaram me levando, eu fui mesmo não querendo. Eu sei usar uma arma meu tio ensinou, eu só nunca tinha usado em uma pessoa na  vida, nunca precisei me defender assim, eu nunca caçei de verdade só treinei pra isso. Sabia usar vários tipos de armas, sabia rastrear pessoas em uma floresta, sabia usar facas e arcos se preciso, fazer bombas caseiras e muita pesquisa sobre o sobrenatural, sabia muita coisa de muitos livros que meu tio me fez ler, sabia  de cor alguns contatos  de  outros  caçadores, mas era tudo teoria, ensinamentos, na prática eu nunca tinha feito nada. A minha primeira caçada com eles foi ridícula pra dizer o mínimo, rio disso agora mas foi tenso, era um lobisomem e eu nunca tinha visto um, me apavorei, quase fui morta e o Sam também tentado me ajudar, Dean ficou pocesso, naquela época ele não era apaixonado por mim nem eu por ele, na verdade eu era mais um fardo que qualquer outra coisa. Ele matou o lobisomem é óbvio e eu fiquei em choque. Também é óbvio, o cara tava na minha frente ia me atacar, o sangue respingou no meu rosto e o corpo caiu aos meus pés logo em seguida, fiquei paralisada olhando o sangue escorrendo pelo chão sem conseguir me mecher, Sam me tirou de lá e me levou pro carro, quando chegamos  no bunker ele  me  ajudou a  tirar o sangue  do meu rosto e Dean parecia  bravo com ele  mesmo por  ter  me deixado naquele  estado, mas  não sabia  como agir pra  me  ajudar. Naquela mesma noite no bunker Dean bateu na porta do meu quarto e me deu a arma, uma  glock simples preta e me pediu desculpas  por  ter me assustado achei fofo e o acalmei,  ele salvou minha  vida  afinal, estava  tudo bem. Suspiro triste, até a mais simples lembrança me dá vontade de chorar em desespero. Nunca imaginei nossas vidas assim, nem nos sonhos mais loucos. Quer dizer, eu sei dos riscos e tudo mais, só não pensei que fosse tão difícil. Ouço uma batida na porta me tirar dos meus pensametos melancólicos. - Entra._ digopensando ser  Sam indo pegar minha mochila ficando de costas pra porta.

-  Hãã... _ me surpreendo com a voz de Castiel, sorrio antes de me virar e encará-lo. É claro que Sam ia mandar ele vir, ele me conhece bem, sabia que eu precisava me desculpar com Cass antes de ir. Ele  me olha sem jeito da porta, sem saber exatamete o que fazer, sua expressão triste me parte o coração, como eu cheguei ao ponto de ser a pessoa que magoa um anjo? Me sinto horrível. - Sam pediu pra te chamar. _ ele fala ainda incerto, eu sorrio fraco e concordo coma cabeça mas não saio do lugar, ele fica ali parado me encarando, abre a boca pra falar algo mas desiste, abaixa a cabeça e me dá as costas abatido fechando a porta, também não sei o que dizer, meu coração acelera, sinto que não posso ir sem dizer pra ele como me sinto, corro até a porta nervosa.

- Castiel. _ Grito do batente da porta vendo ele andando de cabeça baixo pelo corredor, ele se volta para mim com a mesma expressão abatida, meu peito se aperta em culpa. - Eu nunca te odiaria. _ Digo caminhando até ele me  referindo  a  conversa que ouvi sem querer  outro dia. Ele me devolve um olhar surpreso. - Eu te amo Castiel, você é minha familia e mesmo que não concorde com sua proteção exagerada, eu entendo o que faz, eu sinto muito por ter sido tão ingrata e tão infantil com você, eu... _ Suspiro angustiada e ele engole em seco, seus olhos tristes me encarando atentamete.  - Eu não mereço tanto esforço da sua parte, você é incrível, ter você como amigo é uma das melhores coisas que tenho em minha vida, eu me sinto completamente sortudo por ter te conhecido e sinto muito não merecer sua devoção. _ a cada palavra sua expressão se suavisa e eu engulo em seco, ele é tão especial, não mereço seu carinho, com a voz embargada continuo mesmo sabendo que as próximas palavras são egoístas em níveis supremos. - E sendo a egoísta que sou eu peço que me perdoe e continue ao meu lado mesmo eu claramente não merecendo sua amizade. _ seus olhos estão tão nublados de lágrimas quanto os meus agora, mas ele simplesmente sorri para mim de um jeito tão doce que faz com que um soluço escape da minha gargante e eu me jogo em seus braços num abraço apertado que ele logo retribui  de maneira tão calorosa e carinhosa que mais soluços escapam me fazendo tremer em seus braços enquanto ele me ampara me confortando com carícias em meus cabelos.

- Eu perdoo você Helena, mesmo não te culpando por nada, você está triste e magoada, tem passado por muita coisa desde que nos conhecemos e se você se sente egoísta por me querer ao seu lado eu também sou porque também te quero ao meu lado, cuidar de você tem sido a melhor coisa que faço nos ultimos anos. Deus sabe que tenho muitos arrependimentos, mas ser um guardião para você me parece o certo sempre, me deu um propósito que a tempos eu não tinha realmente._ suas palavras aquecem meu coração,v seu tom tão paternal me dá mais vontade de chorar eu olho para cima encarando seus olhos ainda presa em seu abraço.

- Você é o melhor anjo, barra guardião, barra pai,  que alguém pode querer ter. _  sorrio eem meio as  lágrimas e ele sorri de volta.

- Eu nunca pensei que filhos dessem tanto trabalho. _  devolve jocoso  seus olhos brilhando, sua expressão alegre e eu rio o soltando mas sem tirar os olhos dos seus digo sorrindo.

- E eu li em algum lugar que todo filho tem uma fase rebelde. _ Ficamos nos encarando sorrindo. Mas uma nuvem passa em minha cabeça me deixando um pouco triste. - Você vai voltar logo não é? _ ele franze as sombrancelhas parecendo não entender  minha  pergunta. - O que quer que você tenha que fazer no céu, é rápido não é? _ pergunto temerosa. Da última vez que ele teve que fazer algo no céu não apareceu por meses, nem deu notícias, até descobrirmos que ele estava preso e os meninos deram um jeito de salvá-lo. - Você vai voltar não é?

- Você não precisa se preocupar com isso, aquilo não vai mais acontecer. _ diz colocando as mãos nos meus ombros reconfortante e olha em meus olhos firmemente. - Eu vou voltar, serão só alguns dias e vamos te buscar em Mistic Falls eu prometo, você não precisa se preocupar. _ concordo com a  cabeça, ele suspira tirando as mãos dos meus ombros e as deixando  cair ao lado do seu corpo. - Mas eu gostaria de te pedir algo, quero  que tente se divertir lá, saia com sua amiga, faça coisas normais, tente não se preocupar com as coisas aqui, você precisa de um tempo. _ eu apenas concordo com a cabeça um pouco desconfortável.

- Eu vou ficar bem Cass, eu prometo. _ digo apenas para que ele não se preocupe.- Eu vou pegar minha mochila e ai podemos ir. _ forço uma animação que não existe  em mim, não quero que ele vá  fazer o que quer que seja no céu se preocupando comigo, lhe dou as costas indo para o meu quarto falando.
- Você vai me levar também não é? Uma viagem de carro. É disso que tô precisando agora, isso com certeza  é  divertido.

- Ele vai voltar logo pra casa Helena. Eu prometo. _ paralizo no batente da porta, meu coração se aperta, apesar dele soar  sincero e eu sei que ele quer isso tanto quanto eu, pois quer o melhor amigo de volta, mas não consigo sentir esperança, não dessa vez pelo menos, no entanto preciso dizer algo, mais por ele do que por mim. Viro o pescoço para olhá-lo e com a voz embargada eu digo.

- Eu sei.

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Mais um capítulo,  eu estava doida pra Helena voltar a falar com o Castiel, eu particularmente nunca ficaria brava com ele, meu xodó, amo demais. Mas a criatividade bate ué  e ai vou deixando fluir. Bom pelo menos teve esse capítulo super fofo deles. Amo demais. Meus bebês.

Até o próximo capítulo, um beijão, cometem o que vocês estão achando, adoraria saber.





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