2- A Fama do Pierre Gasly

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Rouen, França

Tinha chegado à minha cidade natal há poucos minutos e esperava ansiosamente que o meu pai chegasse a casa para matar as saudades. Encontrava-me sentada no meu sofá a tratar de uns assuntos relacionados com o trabalho quando ouvi a porta de casa ser aberta, imediatamente pousei o computador em cima da mesa e corri até à porta na esperança de encontrar o meu pai.
A desilusão era notória na minha expressão facial assim que encontrei a minha mãe à porta de casa a pendurar a sua mala e a retirar o seu casaco.

-Não sabia que já tinhas chegado querida. - disse num tom cínico com um sorriso falso.

-Pensava que era o pai. - respondi seca.

-O pai também deve estar a chegar, podias era ficar mais feliz por ver a tua mãe. - insistiu em irritar - me, o que me fez respirar fundo e pensar bem antes de lhe responder.

-Olá mãe, estou muito feliz por te ver. - pus um sorriso nos meus lábios e depositei um beijo na face da minha progenitora. Hoje não estava mesmo com paciência para iniciar discussões, só me ia deixar mal disposta.

-E as fotografias para a nova campanha correu bem? - perguntou, desta vez ela parecia minimamente interessada.

-Sim, agora só volto a fotografar daqui a uns dias. Ainda não sei onde vou fotografar, mas provavelmente não vai ser em Rouen. - expliquei calmamente.

-Que bom. - respondeu prontamente, fiquei um pouco confusa com a sua resposta porque não percebi se era bom eu ter trabalho e estar tudo a correr bem ou se era bom o facto de eu ter de sair da cidade e, consequentemente, de casa.

A minha mãe deu por encerrada a nossa pequena conversa quando saiu em direção à cozinha à procura da nossa empregada. A Lydia era nossa empregada há muitos anos e é como uma segunda mãe para mim, sempre fomos muito próximas e eu adoro-a como se fosse família.
Estava pronta para voltar a sentar-me no sofá quando ouvi a porta do Hall de entrada abrir, outra vez, e agora sim havia chegado o meu pai. Corri para os seus braços e fui recebida num abraço caloroso e cheio de saudade.

-Oh meu amor, que bom. - disse o meu pai quando me teve finalmente nos seus braços.

-Tinha tantas saudades tuas paizinho. - confessei o óbvio, eu só estive fora uma semana mas parecia uma eternidade se não estava na presença do meu pai.

-Hoje vou pedir à Lydia para fazer um rodízio de marisco que eu sei que tu adoras. Quero receber da melhor maneira a minha menina que chegou agora de uma semana de trabalho. - comentou simpático e eu sorri, o meu pai sempre teve o cuidado de me agradar sempre que pudesse.

-Obrigada paizinho. - agradeci sincera. - Depois do jantar vou sair, dar uma volta pela cidade, pode ser? - perguntei, eu já tinha idade para decidir a minha própria vida, mas quando estava em casa com o meu pai gostava de o avisar sempre.

-Claro meu amor, promete ter cuidado sim? - pede, mais uma vez, era o que ele pedia sempre que sabia que eu ia sair, principalmente à noite.

-Eu vou acompanhada, não te preocupes. - disse para o tranquilizar.

-Algum homem? - questionou tomando uma expressão mais séria.

-Sim, mas não te preocupes que eu já o conheço, não muito bem, mas a ideia é conhecer melhor. - expliquei calma.

-Eu levo-te ao encontro dele então. - impôs protetor, como sempre.

-Não precisas pai, acredita em mim. - disse para o impedir de saber quem era o rapaz em questão. Se ele sonhasse que era um piloto de Fórmula 1, e que era o Pierre Gasly, com a fama que os pilotos têm, ele não ia gostar.

[...]

Estava à porta do local combinado com o francês, rodava os meus olhos pelo espaço à procura do mesmo que já estava atrasado mais de dez minutos, mas nenhum sinal dele. Estava a começar a pensar que ele me tinha deixado pendurada quando o vejo chegar na companhia de dois homens mais ou menos da idade dele, que deduzi serem seus amigos.

-Eu já tenho companhia, podem ir entrando. - ouço - o dizer aos seus amigos enquanto caminhava na minha direção.

-Sempre com proteção Pierre. - ouvi um dizer, o que causou uma alta gargalhada ao outro.

-Não o entusiasmem tanto rapazes, ele não vai ter o que quer. - respondi provocativa, eu jamais me ia deixar ficar calada.

-Wow, logo agora que eu ia dizer que estavas linda. - disse o piloto quando já se encontrava suficientemente perto de mim. - Peço desculpa pelo comportamento dos meus amigos, eles às vezes são como as crianças. - pediu sincero.

-Não tem problema. - sorri. - Também conheço essa tua fama, portanto não era algo que eu não esperasse ouvir. - disse sem dar muita importância ao que tinha acabado de dizer.

-Fama? Que fama? - perguntou intrigado enquanto me acompanhava até ao interior do bar.

-Pierre tu és conhecido por seres muito mulherengo. Queres que eu acredite que te aproximaste de mim com a intenção de me conheceres para me pores o anel no dedo? Quantas vezes já passaste por isto? - estava a ser o mais sincera possível, ele deve ter conhecimento do que as pessoas dizem sobre ele.

-Tenho muita pena que penses isso de mim, as pessoas pintam-me muito mal e não sabem de nada. - disse um pouco irritado.

-Desculpa Gasly, não te queria ofender, só dizer aquilo que acho. Mas podes sempre mudar a minha opinião. - disse provocadora, eu também não o estava a conhecer com intenção de casar com ele, eu queria ver o que ele me podia dar e queria-me divertir um pouco.

-Algo me diz que tu falas de mim mas que és como eu. Não é que eu seja mulherengo, eu gosto de me divertir sim, mas não troco de mulher assim tantas vezes. Todas as vezes que assumi uma relação eu estava genuinamente apaixonado. - explicou um pouco mais calmo, eu também tentei amenizar o ambiente porque o senti incomodado.

-Eu também gosto de me divertir, confesso. Mas sei que quando encontrar a pessoa certa, vou finalmente assentar. - comecei a explicar a minha situação. - Mas enquanto isso não acontece, tenho de ir experimentando. - brinquei com um sorriso provocativo no rosto.

-Então não me critiques boneca. - o francês aproximou - se demasiado de mim, ele queria-me intimidar e provocar, mas ele não sabia que neste jogo quem ganhava era eu.

-Ou o quê? - aproximei ainda mais os nossos rostos, conseguia sentir a sua respiração envolver - se com a minha. Desci os meus olhos até aos seu lábios com calma para que ele pudesse perceber para onde eu olhava, passei a língua pelos meus lábios e vi o piloto engolir em seco. - Não queiras jogar este jogo comigo Pierre, perdes. - disse vitoriosa.

Continua...

Uhhhh! Começaram as provocações entre estes dois, quem será que resiste mais?
O próximo capítulo vai relatar a saída dos nossos queridinhos.

Até lá!

Xoxo <3

Late Night Talking || Pierre GaslyOnde histórias criam vida. Descubra agora